sábado, 15 de dezembro de 2012

Estudantes entram na reta final por disputa nas universidades dos EUA


Application' tem de ser enviado até 31 de dezembro.
Harvard já anunciou a admissão de dois brasileiros para 2013.



Vanessa FajardoDo G1, em São Paulo

Luiza Dias é de BH e se formou em colégio militar (Foto: Arquivo pessoal)Luiza Dias é de BH e se formou em colégio militar
(Foto: Arquivo pessoal)

De olho em uma vaga em uma universidade norte-americana, estudantes de todo o Brasil entram na reta final do application, o processo seletivo norte-americano, que precisa ser encaminhado no prazo máximo de 31 de dezembro. Esta semana, a Universidade de Harvard anunciou a admissão de dois brasileiros: Gabriel Guimarães, de 19 anos, de Vitória (ES), e Ivan Tadeu Ferreira Antunes Filho, de 17 anos, de Lins (SP). Eles aplicaram na modalidade ‘early action’, onde o prazo de envio da documentação é antecipado, bem como os resultados. Porém, o maior número de candidatos costuma disputar as vagas pelo ‘regular action’, quando os resultados saem entre março e abril de 2013.
O application é composto por vários itens, além de provas de inglês e conhecimento específico. Também fazem parte do processo seletivo cartas de recomendação, análise de atividades extracurriculares, do histórico escolar, redações, além de entrevista que pode ocorrer pessoalmente ou via internet com um representante da instituição. O processo todo costuma durar um ano.
G1 ouviu estudantes de diferentes partes do Brasil que enfrentam o application para entrar na disputa, cada vez mais acirrada, por uma cadeira nas universidades mais respeitadas do planeta. Em instituições como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), o número de vagas para estrangeiros - de todo o mundo - é restrito a 10%. Por conta da grande concorrência, a dica dos especialistas é para que os candidatos apliquem para no mínimo dez universidades e optem por alguns nomes fora da Ivy League (composta pelas instituições de mais prestígio), para aumentar as chances de aprovação.
Luiza Maria Dias, de 17 anos, moradora de Belo Horizonte (MG) sonha em estudar nosEstados Unidos desde criança. “Além da experiência cultural de viver fora por quatro anos, penso que vai contar muito no meu currículo”, afirma a jovem que concluiu o ensino médio no colégio militar de Belo Horizonte.
A jovem fez as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para disputar vaga em medicina na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mas se for admitida em alguma instituição americana, ainda vai decidir qual curso estudar, já que estas universidades permitem essa possibilidade, mas Luiza aposta que será algo na área de genética ou biologia.
“Tenho mais vontade de ir para fora do país, mas está tudo na mão de Deus. Com o Enem, sabendo minha nota tenho uma previsão, no application não há como saber porque não é só as notas que contam”, diz. Luiza vai aplicar para seis ou sete universidades, entre elas, Columbia.
Aline Souza de SP quer estudar relações internacionais e economia (Foto: Arquivo pessoal)Aline Souza de SP quer estudar relações
internacionais e economia (Foto: Arquivo pessoal)
‘O sistema brasileiro te limita a um curso’
Aline de Souza Machado, de 17 anos, mora em São Paulo e conclui o ensino médio neste ano no colégio Etapa. A estudante prestou história na Fuvest, mas diz que seu foco é estudar nos Estados Unidos. Ela aplica para 12 universidades, entre elas Harvard, Columbia, Yale e Brown.
“Não gosto de fazer especulações, mas sempre dei o meu melhor e isso tem retorno, por isso acho que minhas chances são boas”, afirma. Para a jovem, uma das vantagens do sistema americano é a possibilidade de estudar disciplinas de cursos diferentes de uma só vez. “O sistema brasileiro te limita a um curso, nos EUA não, e isso combina com meu perfil de muitos gostos.”
Aline pretende estudar relações internacionais e economia. Depois de formada quer voltar para o Brasil e tentar a carreira diplomática. “Gosto de entender a maneira como o mundo funciona, das relações humanas até as internacionais.”
Outra paixão é escrever. A jovem publicou um romance chamado ‘Meia-noite’ há dois anos, e planeja uma nova obra no ano que vem, um livro de contos para adultos.
Gabriela Tom é de SP e estudou na rede pública de ensino (Foto: Arquivo pessoal)Gabriela Tom é de SP e estudou na rede pública de
ensino (Foto: Arquivo pessoal)
Patrocínio da empresa para estudar
Gabriela Cristina Benevides Tom, de 19 anos, concluiu o ensino médio em 2010 na rede estadual de ensino. Na ocasião, fez o Enem mas não teve bom desempenho. No ano passado, fez cursinho e foi aprovada em alguns vestibulares, como a da Unifesp, mas não se matriculou.
“Não consegui entrar em relações internacionais e optei por tentar mais uma vez. Quero estudar relações internacionais com foco em América Latina, pretendo trabalhar no Brasil porque meu país está precisando de pessoas qualificadas”, afirma. Ela tenta vagas em oito universidades americanas, além da Fuvest e PUC-SP.
Gabriela mora com os avós e tem seis irmãos. Se for admitida em alguma instituição americana, vai precisar de bolsa de estudos para poder cursar. Caso não seja de 100%, já tem um saída: a empresa em que trabalha, a Agência África vai cobrir o restante das despesas.
Davi Chaves é de Fortaleza e quer estudar química (Foto: Arquivo pessoal)Davi Chaves é de Fortaleza e quer estudar química
(Foto: Arquivo pessoal)
‘Professores já ganharam prêmio Nobel’
Davi Rodrigues Chaves, de 17 anos, morador de Fortaleza (CE) é craque em química. Neste ano ganhou duas medalhas em olimpíadas, uma de prata na Turquia, e outra de ouro em Teresina (PI) e quer seguir carreira na área. Também pretende estudar ciência da computação, como segundo curso.
O estudante prestou vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e paralelamente aplica para as universidades americanas, entre elas MIT e Princeton. “Minha primeira opção é estudar nos Estados Unidos porque eu conseguiria adquirir bons conhecimentos. Quero trabalhar com pesquisa e vou poder trabalhar com professores que já ganharam prêmio Nobel. Lá, a área da pesquisa está mais avançada.

MP denuncia Rosemary, irmãos Vieira e 20 envolvidos na Operação Porto Seguro


Ricardo Galhardo - iG São Paulo

Por esquema de venda de pareceres técnicos, ex-chefe de gabinete da Presidência foi denunciada por quatro crimes e ex-diretor da Agência Nacional de Águas, por cinco


O Ministério Público Federal denunciou nesta sexta-feira (14) 24 pessoas por envolvimento em um suposto esquema de corrupção investigado pela Operação Porto Seguro . A ex-chefe de gabinete da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha foi denunciada por falsidade ideológica duas vezes, tráfico de influência, corrupção passiva e formação de quadrilha.
Também foram denunciados os irmãos Vieira, apontados no inquérito como parte da quadrilha que vendia pareceres técnicos de órgãos federais a empresas privadas. Paulo Vieira, ex-diretor da Agência Nacional das Águas (ANA), citado como chefe do esquema, foi enquadrado pelo MPF nos crimes de corrupção ativa sete vezes, falsidade ideológica duas vezes, falsificação de documento, tráfico de influência e formação de quadrilha.
Já Rubens e Marcelo, irmãos de Paulo Vieira, foram denunciados por corrupção ativa, tráfico de influência e formação de quadrilha. O ex-senador Gilberto Miranda foi enquadrado no crime de corrupção ativa três vezes; José Cláudio Noronha, ex-marido de Rosemary, por falsidade ideológica; Evangelina de Almeida Pinho, assessora da Secretaria de Patrimônio da União, por corrupção passiva; e o ex-auditor Cyonil da Cunha Borges, por corrupção passiva.
Operação Porto Seguro: Escutas da PF flagram negociações
Cyonil foi o delator da máfia dos pareceres, quando citou em depoimento à Polícia Federal a existência de um possível esquema de fraudes a licitações e contratos no Tribunal de Contas da União. Ele contou à PF ter recebido do ex-diretor da ANA oferta de R$ 300 mil para beneficiar a empresa Tecondi em processo do TCU. Ele chegou a receber R$ 100 mil por parecer sugerindo a liberação de áreas do Porto de Santos. No entanto, o TCU deu decisões contrárias à empresa.
A Operação Porto Seguro foi deflagrada no dia 23 de novembro contra uma organização criminosa que atuava infiltrada em órgãos federais e agências reguladoras para elaborar pareceres técnicos fraudulentos e favorecer interesses privados. Nesse dia, seis pessoas foram presas e 19 mandados de condução coercitiva (quando a pessoa é trazida à polícia para ser ouvida e depois liberada) foram cumpridos. Também foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão, tanto em Brasília quanto em São Paulo.
Nesse mesmo dia, informou a Polícia Federal, 22 pessoas foram indiciadas, entre elas, vários servidores públicos que atuavam na Antaq, na Agência Nacional de Águas (ANA), na Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), na Advocacia-Geral da União, no Ministério da Educação (MEC), na Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e no Gabinete da Presidência da República em São Paulo.

PM prende uma das maiores traficantes da região metropolitana



Outras quatro pessoas forma presas e um adolescente apreendido. Drogas e armas foram apreendidas...
Publicado em 15 de Dezembro de 2012 às 07h54min | Luana Monteiro | Banda B | Atualizado às 07h57min
Ivete Cardoso, 40 anos, que conforme a polícia é uma das maiores traficantes de drogas da região metropolitana de Curitiba foi presa na tarde dessa sexta-feira (14) no Jardim Ana Terra, em Colombo. Além dela, outras quatro pessoas foram detidas.
De acordo com o a Polícia Militar, Ivete montou uma “fortaleza” e por muitos anos conseguiu realizar a venda com sucesso no local, com câmeras de segurança e vários “olhos mágicos”. A mulher recolhia o usuário e só o liberava quando tinha certeza que não havia uma viatura nas proximidades.
Ao todo foram apreendidos 1,5 quilo e 275 pedras prontas para a venda de crack; um quilo de maconha; uma pistola calibre 380; uma calibre  nove milímetros e simulacros. Além de Ivete, a filha dela, de 23 anos, também foi presa e o filho adolescente apreendido. Três homens de 22, 28 e 32 anos também foram detidos.

Danos morais: Justiça Federal condena OAB-MA a indenizar procurador


Por Daniel Matos
A Justiça Federal no Maranhão condenou a OAB, Secção do Maranhão, a indenizar Procurador da Fazenda Nacional em quatrocentos e cinquenta mil reais por danos morais. No entender do Juiz José Carlos Madeira, da 5ª Vara, a entidade, ao cancelar o registro do Procurador por inadimplência não assegurou a ele as garantias de ampla defesa e do contraditório.
A OAB, por sua vez, sustenta que os procuradores são obrigados a  se inscreverem na entidade e que foram  asseguradas ao autor da ação “todas as garantias do devido procedimento legal.”
Em sua defesa, a OAB alega que o Procurador não foi encontrado em seu endereço residencial, argumento não aceito pelo juiz, uma vez que o endereço profissional poderia ser facilmente localizado, na Procuradoria da Fazenda Nacional.
Além do cancelamento do registro por inadimplência, a OAB fez ampla divulgação da sanção aplicada ao procurador tanto no Diário Oficial do Estado como junto às seccionais e subseções da OAB e órgãos  jurídicos.
Segundo alegações do Procurador, o cancelamento do registro e a divulgação da penalidade imposta acabou acarretando a ele  graves constrangimentos tendo em vista o cargo que ocupa no Estado do Maranhão.

AGU se recusou, por 2 vezes, a pedir de volta o dinheiro desviado pelo mensalão


Órgão comandado por Luís Inácio Adams (foto) preferiu não integrar processos de ressarcimento.
A Advocacia Geral da União (AGU) se recusou por duas vezes a fazer parte de processos que pedem a devolução de dinheiro desviado para o mensalão. Uma das recusas ocorreu há menos de três meses, em meio ao julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação penal referente ao esquema criminoso, e foi orientada pela Procuradoria Geral da União, órgão de direção superior da AGU.
Numa das ações em que a AGU preferiu não entrar no caso, para tentar recuperar o dinheiro desviado, há 21 réus acusados de transações que resultaram em suposto enriquecimento ilícito de beneficiários do mensalão. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-presidente do PT José Genoino, o operador do esquema, Marcos Valério, e diretores do Banco Rural são réus no processo, em tramitação na Justiça comum desde 2007. Os beneficiários apontados na ação do Ministério Público Federal (MPF) são políticos do PP, entre eles o deputado federal Pedro Henry (MT). A “vantagem econômica” mencionada na ação é de R$ 4,1 milhões. No STF, todos já foram condenados pela prática dos crimes.
No julgamento do mensalão, o STF concluiu que houve desvio de dinheiro público para o mensalão. Os ministros já iniciaram uma discussão sobre a recuperação dos recursos desviados. A proposta do decano do tribunal, Celso de Mello, é estabelecer um valor mínimo a ser indenizado pelos réus, o que deve ser discutida nesta fase final do julgamento. Os ministros decidiram pela perda de bens de Valério para ressarcir o Erário pelo crime de lavagem de dinheiro. Segundo manifestação de Celso de Mello em plenário, a AGU já deveria ter ingressado com ações para recuperar o dinheiro público.
Decisões tomadas na gestão de Adams. A decisão de não fazer parte de duas ações de improbidade administrativa em curso na Justiça Federal em Brasília foi tomada na gestão do atual advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Apesar da recusa da AGU em fazer parte dos processos, o dinheiro proveniente de um eventual ressarcimento de danos é destinado diretamente ao Tesouro Nacional. Para isso, o juiz responsável deve calcular o valor a ser ressarcido e determinar a devolução na sentença.
A ação na esfera cível pede o ressarcimento integral do dano ao Erário e a intimação da União para atuar no caso junto ao MPF, caso exista o interesse pela recuperação do dinheiro público. A primeira manifestação da AGU foi em maio de 2011, quatro anos depois de iniciada a tramitação do processo. “Aguarda-se autorização do procurador-geral da União para intervir ou não no presente processo”, manifestou em ofício a Procuradoria Regional da União da 1ª Região. Em 14 de setembro deste ano, a mesma unidade confirmou a negativa à Justiça: “Não é pertinente o ingresso da União. A assistência ao MPF só ocorre em ação de improbidade em que, objetiva e concretamente, a atuação da União agregue utilidade ao processo”.
O outro processo em que a AGU se recusou a recuperar o dinheiro público desviado diz respeito à contratação pela Câmara dos Deputados — sob a presidência do deputado João Paulo Cunha (PT-SP) — da SMP&B Comunicação, empresa de Marcos Valério, e ao saque de R$ 50 mil na boca do caixa do Banco Rural pela mulher do parlamentar. São réus no processo o deputado João Paulo, Valério e sócios e diretores do Rural. Também nesse caso, o STF já condenou os envolvidos no esquema.
A ação de improbidade administrativa, com pedido de ressarcimento integral do dano causado, tramita desde 2007. O MPF sugeriu o ingresso da União no processo. “Não se mostra pertinente o ingresso da União, seja pela ausência de elementos próprios a reforçar o quadro probatório, seja porque o interesse público já se encontra devidamente resguardado pela atuação do MPF”, argumentou a AGU na resposta à Justiça, em setembro de 2011. João Paulo responde a outra ação de improbidade na Justiça Federal em Brasília. Uma decisão judicial referente a este processo, em 2007, intimou a União para se posicionar sobre o interesse em atuar ao lado do MPF. Não houve resposta da AGU.
Em reportagem do GLOBO publicada em novembro, sobre as dificuldades da União para reaver o dinheiro público desviado no mensalão, a AGU sustentou que a “reparação pecuniária” decorrente do esquema já era objeto de ações cíveis propostas pelo MPF na primeira instância do Judiciário. Nas manifestações entregues até agora à Justiça, a AGU preferiu ficar fora dos processos.
Sete ações de improbidade em curso. São sete ações de improbidade administrativa abertas como desdobramento da ação penal julgada pelo STF: cinco se referem aos principais núcleos e aos integrantes de cinco partidos beneficiários do valerioduto — as “vantagens econômicas” somam quase R$ 41 milhões — e as outras duas tratam da participação do deputado João Paulo no esquema. A AGU confirmou que não integra o polo ativo em nenhum dos sete processos, apesar da sugestão do MPF nas ações.
A AGU informou ao GLOBO que uma das razões de não ter feito parte nas ações de improbidade em curso na Justiça foi para não atrapalhar e atrasar o pedido de ressarcimento da Procuradoria. “O ingresso da União poderia atrasar a tramitação do processo, impondo a necessidade de sua intimação em todos os atos processuais.” O MPF no DF, por sua vez, diz aguardar decisão do STF sobre como agir em relação ao ingresso da AGU nos autos.“Não houve investigação por parte de órgãos de controle (CGU, TCU, procedimentos disciplinares), o que não legitima a atuação da União no caso”, diz a AGU em resposta ao GLOBO, em referência às ações de improbidade em curso na Justiça