domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lula orienta Dilma a defender plano do PT



Redução na conta de energia elétrica é grande trunfo

Roberto Stuckert Filho

FOLHA DE S.PAULO



O ex-presidente Lula aconselhou sua sucessora, Dilma Rousseff, a entrar de cabeça na política de defender o projeto do PT neste ano.

Em encontro reservado, combinaram uma agenda de viagens conjunta para mostrar união. Segundo a Folha apurou, o objetivo é eliminar boatos de distanciamento e desfazer rumores de que será o petista, não ela, o candidato à Presidência em 2014.

A reunião ocorreu na sexta-feira retrasada em São Paulo. Também participaram o marqueteiro João Santana, o ex-ministro Franklin Martins, o presidente do PT, Rui Falcão, e o ministro da Educação, Alozio Mercadante.

Todos fizeram um "forte reconhecimento" ao pronunciamento da presidente em rede nacional do dia 23. No discurso, ela não só anunciou a redução média de 20% na tarifa de energia elétrica como atacou a oposição de forma dura, porém indireta.

No encontro de São Paulo, Lula e os demais sugeriram que o Planalto invista nesse embate e que reforce sua comunicação institucional.

No caso da conta de luz, consideram a medida um dos principais ativos eleitorais de Dilma e, portanto, uma das maiores fraquezas do PSDB --Estados governados por tucanos não aderiram à regra, que permitiu a renovação das concessões de energia com tarifas mais baixas.

Para um interlocutor presidencial, o embate sobre a conta de luz será um novo "Bolsa Família". Trata-se de uma alusão a críticas da oposição feitas no passado ao programa social que se tornou um dos trunfos de Lula.

Este, aliás, aproveitou a conversa para falar da necessidade de Dilma soltar mais o governo, após críticas de que ela centraliza muito a gestão e dialoga pouco com setores da sociedade.



Justiça-Mensalão: Acusação de Valério contra Lula vai para primeira instância, diz Gurgel

Por Felipe Seligman
FolhaPress



BRASÍLIA, DF, 29 de janeiro (Folhapress) - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou hoje que enviará nos próximos dias à primeira instância do Ministério Público as informações prestadas pelo empresário mineiro Marcos Valério na tentativa de envolver diretamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao esquema do mensalão. 

"Estou apenas concluindo a análise para que possa efetivamente verificar se não há qualquer pessoa com prerrogativa de foro envolvida e, em não havendo, como o ex-presidente já não detém essa prerrogativa de foro, a hipótese será de envio à procuradoria da República em primeiro grau", disse ao sair de sessão do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público). 

Questionado se, ao enviar o caso para o primeiro grau, poderia fazer alguma orientação, ou apontar possíveis indícios contra Lula, Gurgel respondeu que não. 

"Não cabe, porque o procurador-geral da República já não detém atribuição para oficiar nesses autos, então qualquer juízo que eu fizesse seria indevido e até uma interferência indébita na atuação do colega." 

Assim que o caso for enviado, os procuradores da República que atuam na primeira instância farão uma avaliação preliminar sobre a necessidade de novas investigações. 

Se entenderem que o caso deve ser apurado, decidirão abrir uma investigação sobre a atuação do ex-presidente no caso do mensalão, que ocorreu nos dois primeiros anos de seu mandato (2003-2010). 

Se, por outro lado, avaliarem que as informações prestadas por Valério são fracas, poderão arquivar o caso diretamente.

Gurgel vai enviar denúncia contra Lula a São Paulo




Acusação contra Lula será enviada a SP
Autor(es): Mariângela Gallucci
O Estado de S. Paulo - 02/02/2013
 
O conteúdo do depoimento do empresário Marcos Valé­rio Fernandes de Souza no qual ele acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter despesas pessoais pagas com o dinheiro do mensalão será analisado pelo Ministério Pú­blico Federal de São Paulo.
A informação foi dada ontem pelo procurador-geral da Repú­blica, Roberto Gurgel. Os procu radores paulistas, afirmou, rece­berão os papéis na segunda-feira. Até então, havia dúvida se o caso seria remetido a São Paulo, Mi­nas Gerais ou Distrito Federal.
No depoimento, prestado em 24 de setembro à Procuradoria-Geral da República, Marcos Valério afirmou ter depositado cerca de R$ 100 mil na conta da empre­sa Caso, de propriedade do ex-as­sessor da Presidência da Repúbli­ca Freud Godoy, uma espécie de "faz-tudo" de Lula em seu primei­ro mandato. Na ocasião, o Supre­mo Tribunal Federal já estava vo­tando o processo do mensalão - Valério já havia sido condenado como o operador do esquema de pagamento de parlamentares. O procurador-geral optou, na épo­ca, por adiar uma decisão sobre o destino do caso a fim de que o julgamento fosse concluído.
Ao deixar o governo, Lula per­deu o direito ao foro privilegiado, ou seja, deixou de ter a prerrogati­va de ser investigado e processa­do perante o STF. Por esse moti­vo, Gurgel decidiu remeter o de­poimento de Valério para análise pelo Ministério Público Federal que atua na primeira instância da Justiça. O Estado revelou em 9 de janeiro que o caso seria investiga­do pela primeira instância. O ex-presidente classifica o depoimen­to de Valério como "mentiroso".
Recebido o relatório de Gur­gel, os procuradores designados para o caso abrirão uma investi­gação preliminar. Se concluírem que há indícios de que o ex-presidente se envolveu com crimes, eles deverão pedir a abertura de um inquérito. Numa fase poste­rior, se existirem provas, poderá ser aberto um processo criminal.
Lula não foi incluído no pro­cesso do mensalão julgado pelo STF porque na época da denún­cia o Ministério Público Federal tinha concluído que não exis­tiam indícios de participação de­le no esquema. Após julgar a ação durante o segundo semes­tre de 2012, o Supremo decidiu condenar 25 réus, entre os quais o ex-ministro da Casa Civil do governo Lula José Dirceu e o ex- presidente do PT José Genoino.
O STF informou ontem que o presidente da Corte, Joaquim Barbosa, terminará nesta segunda-feira a parte dele no acórdão do julgamento do mensalão, que é o documento que oficializará a decisão sobre o processo.
Eventuais recursos ou prisões dos 25 réus condenados no pro­cesso do mensalão somente pode­rão ocorrer após a publicação des­se acórdão. Mas o documento ape­nas poderá ser divulgado depois que todos os ministros que partici­param do julgamento revisarem e liberarem seus votos. Não há pre­visão de quando isso ocorrerá.
Além das penas fixadas pelo STF, os réus poderão questionar outros pontos do julgamento, co­mo o que definiu a perda automá­tica dos mandatos dos parlamen­tares condenados. Esse tema é bastante polêmico e já provocou discussões entre integrantes do Legislativo e do Judiciário.
Ontem, na cerimônia de abertu­ra do ano judiciário no STF, Barbo­sa afirmou que os Poderes têm de conviver em harmonia para asse­gurar a concretização de direitos e garantias constitucionais. "A plena vigência do estado democrá- tico de direito implica uma separa­ção de Poderes equilibrada e em pleno reconhecimento da inde­pendência e da autoridade da Jus­tiça. Não há democracia sem Justi­ça forte e sem juizes independen­tes", disse. Presente à solenidade, o vice-presidente Michel Temer afirmou que "a última palavra so­bre o Estado é do Judiciário".

Entenda os casos de suspeita de corrupção que atingiram o governo Dilma


DE SÃO PAULO

Na sexta-feira passada, uma operação da Polícia Federal desencadeou operação para desarticular suposta organização que se infiltrou em diversos órgãos federais para a obtenção de pareceres técnicos fraudulentos para beneficiar interesses privados.
A operação gerou uma nova crise no governo Dilma Rousseff, pois envolve integrantes da administração em suspeita de corrupção. Relembre os casos que atingiram o governo desde a posse da presidente, no ano passado.
ROSEMARY NÓVOA DE NORONHA
Julia Moraes - 27.nov.2008/Folhapress
Ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Novóa de Noronha
Ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo Rosemary Novóa de Noronha
Uma das investigada da Operação Porto Seguro, Rosemary Nóvoa de Noronha era chefe do escritório da Presidência em São Paulo desde 2003. No dia seguinte da operação, ela foi demitida do cargo.
Entre 2007 e 2010, ela viajou com o então presidente Lula para 23 países, em virtude de pelo menos 30 eventos --de posses de presidentes a encontros de chefes de Estado.
Outro envolvido foi José Weber Holanda, braço direito do AGU (Advogado Geral da União) Luís Inácio Adams. Holanda também faria parte do esquema de venda de pareceres por órgãos federais. Após a operação da PF, além de exonerado, ele foi afastado dos conselhos que integrava.
O delator do esquema foi Cyonil da Cunha Borges. Ex-funcionário do TCU, Borges disse à PF ter sido procurado por um advogado para emitir pareceres técnicos favoráveis a uma empresa em troca de R$ 300 mil.
Após receber R$ 100 mil, o delator teria se arrependido e prestou depoimento à PF em São Paulo, em março de 2011, quando começaram as apurações.
IDELI SALVATTI
Alan Marques - 2.jul.2012/Folhapress
Ministrar Ideli Salvatti (Relações Institucionais)
Ministrar Ideli Salvatti (Relações Institucionais)
Outro caso que atingiu um membro do governo aconteceu em março deste ano com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais).
Quando ela ocupava o Ministério da Pesca em 2009, foi assinada a compra de 28 lanchas da empresa Intech Boating.
Reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" relevou que o dono da empresa teria sido procurado por meio do ministério para doar R$ 150 mil ao PT de Santa Catarina na eleição de 2010.
Naquele ano, Ideli perdeu a disputa para o governo do Estado.
Em maio, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República decidiu arquivar a denúncia contra a ministra.
Convocada a se explicar na Câmara dos Deputados, a ministra negou qualquerenvolvimento com a empresa.
FERNANDO PIMENTEL
Alan Marques - 8.dez.2011/Folhapress
Ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento)
Ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento)
Em dezembro de 2011, uma crise envolveu o ministro Fernando Pimentel(Desenvolvimento), após a revelação de que ele prestou serviços de consultoria, que renderam R$ 2 milhões a ele entre 2009 e 2010.
A suspeita era de que tivesse havido tráfico de influência no trabalho. Em outubro deste ano, o trabalho foi considerado regular pelaComissão de Ética Pública da Presidência da República porque ele já havia terminado o mandato como prefeito de Belo Horizonte e ainda não havia assumido o comando do ministério.
O governo também não viu irregularidades em o ministro usar o avião do empresário João Dória Jr. para viajar da Bulgária para a Itália, outra acusação que surgiu na mesma época.
CARLOS LUPI
Grajaú de Fato
Então ministro, Carlos Lupi (PDT) desembarca de avião que "providenciado" por empresário
Então ministro, Carlos Lupi (PDT) desembarca de avião que "providenciado" por empresário
Em dezembro de 2011, Carlos Lupi (PDT)saiu do Ministério do Trabalho. A crise contra o ministro começou após reportagem da revista "Veja" no dia 9 de novembro informar o envolvimento de servidores e ex-servidores do ministério em um esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT.
Após a reportagem, Lupi afastou um dos envolvidos e afirmou que só deixaria o governo "abatido por bala". A presidente não gostou das declarações e ele seretratou logo depois.
No dia 12, uma nova publicação da "Veja" denunciou o uso de avião contratado por um dono de uma rede de ONGs beneficiária de convênios de mais de R$ 10 milhões com o Ministério do Trabalho.
ORLANDO SILVA
Daniel Marenco -15.out.2011/Folhapress
Ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PC do B)
Ex-ministro do Esporte Orlando Silva (PC do B)
Em outubro de 2011, Orlando Silva deixou o governo após acusações de ter participado de um suposto esquema de fraude no programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. As suspeitas foram levantadas pelo policial militar João Dias Ferreira em entrevista a revista "Veja".
Ferreira e seu motorista, Célio Soares Pereira, disseram à revista que o ministro recebeu parte do dinheiro desviado pessoalmente na garagem do ministério.
A situação de Orlando se agravou após a Comissão de Ética da Presidência iniciar investigações de um suposto envolvimento do ministro em fraudes na pasta. E após a Folha revelar que, em julho de 2006, Orlando assinou um despacho que reduziu o valor que a ONG do policial precisava gastar como contrapartida para receber verbas do governo, permitindo que o policial continuasse participando de um programa social do ministério.
Orlando Silva disputou neste ano uma vaga de vereador pelo PC do B em São Paulo e é oprimeiro suplente do partido. Ele pode assumir o cargo caso o vereador Netinho de Paula seja indicado para uma secretaria da administração Fernando Haddad em São Paulo.
PEDRO NOVAIS
Alan Marques - 23.ago.2011/Folhapress
Ex-ministro Pedro Novais
Ex-ministro do Turismo Pedro Novais (PMDB)
Em setembro de 2011, Pedro Novais saiu do Ministério do Turismo depois de duas revelações da Folha: a de que ele pagou com dinheiro público o salário de sua governanta por sete anos e a de que sua mulher usa irregularmente um funcionário da Câmara dos Deputados como motorista particular.
Ele já estava em situação delicada quando uma operação da Polícia Federal prendeu 35 pessoas, incluindo o então secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Costa.
Novais atualmente exerce o cargo do deputado federal.
WAGNER ROSSI
Sergio Lima - 10.ago.2011/Folhapress
Ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB)
Ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB)
Em agosto do ano passado, o então ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), pediu demissão, atingido por uma onda de acusações que apontou pagamento de propinas, influência de lobistas e aparelhamento político em sua gestão no ministério. Foi substituído por Mendes Ribeiro (PMDB).
Os problemas do ministério começaram quando o ex-diretor financeiro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), Oscar Jucá Neto, irmão do líder no governo no Senado, Romero Jucá (PMDB), afirmar que havia "bandidos" no órgão e sugerir que Rossi participava de esquemas de corrupção.
A situação do ministro se agravou após Israel Leonardo Batista, ex-chefe da comissão de licitação da Agricultura, afirmar em entrevista à Folha que o Ministério da Agricultura foi "corrompido" após a chegada de Wagner Rossi à pasta.
Outra acusação que atingiu o ministro foi a revelação, pelo jornal "Correio Braziliense", de que Rossi e um de seus filhos, o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB-SP), viajaram várias vezes em um jatinho pertencente a uma empresa de agronegócios. Ele admitiu ter pegado carona no avião.
Neste ano, o Ministério Público Federal também pediu o bloqueio de bens de Wagner Rossi por conta de um contrato fraudulento firmado com a Fundasp --fundação que mantém a PUC-SP--, durante o período em que ele esteve à frente do Ministério da Agricultura.
O bloqueio será usado para cobrar o ressarcimento de um desvio de R$ 3 milhões, segundo o Ministério Público. Em 2010, a fundação da PUC foi contratada por R$ 9,1 milhões para dar cursos aos funcionários do ministério.
Em agosto do ano passado, a Folha revelou que a tomada de preços foi fraudada. Foram usados documentos forjados com o timbre da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
ALFREDO NASCIMENTO
Alan Marques - 16.ago.2011/Folhapress
Ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR)
Ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR)
Em 6 de julho, foi a vez de Alfredo Nascimento (PR) se demitir dos Transportes, após ter seu nome envolvido em um escândalo de superfaturamento de obras e recebimento de propina envolvendo servidores e órgãos. Foi substituído porPaulo Sérgio Passos (PR).
A crise começou com revelação pela revista "Veja" de suposto esquema que envolvia dois assessores diretos do então ministro. O ex-diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e o ex-diretor-presidente da Valec (estatal de obras ferroviárias), José Francisco das Neves, também foram citados.
Segundo a revista, o esquema seria coordenado pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP), e renderia ao partido até 5% do valor dos contratos firmados pela pasta e sob a gestão do Dnit e da Valec.
A crise se intensificou com reportagem do jornal "O Globo" revelando que o patrimônio do filho do ministro, Gustavo Morais Pereira, cresceu 86.500% em dois anos. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal do Amazonas.
Atualmente, Nascimento exerce o cargo de senador e de presidente do PR.
ANTONIO PALOCCI
Sérgio Lima - 2.jun.2011/Folhapress
Ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT)
Ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT)
A primeira crise do governo Dilma aconteceu entre maio e junho de 2011 com a queda do ministro Antonio Palocci. Gleisi Hoffmann (PT-PR) substituiu Palocci.
Após 23 dias de crise, ele entregou o cargo depois de a Folha revelar que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 entre 2006 e 2010, quando ele foi deputado federal e manteve, paralelamente, uma consultoria privada.
A Projeto, empresa aberta por Palocci em 2006 --quando afirmou ter patrimônio de R$ 356 mil-- também comprou, em 2009 e 2010, imóveis em região nobre de São Paulo no valor total de R$ 7,5 milhões.
Em entrevista, Palocci afirmou que não revelou sua lista de clientes a Dilma, atribuiu as acusações a ele a uma "luta política" e disse que ninguém provou qualquer irregularidade na sua atuação com a consultoria Projeto.
Além de ter reaberto sua consultoria, Palocci participou de reuniões
com Lula e Dilma no escritório da Presidência em São Paulo.
Foi a segunda vez que Palocci deixou o governo após um escândalo --em 2006 deixou o Ministério da Fazenda após suspeitas de ter quebrado o sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.

Familiares de político desaparecido no Piauí fazem manifestação


Já se passaram quase 72 horas desde o desaparecimento de Emídio Reis.
Amigos e parentes mobilizam a cidade de São Julião atrás de informações.



Patrícia AndradeDo G1 PI
Familiares e amigos do ex-vereador Emídio Reis da Rocha (PMDB), fizeram uma manifestação por volta das 17h deste domingo (3) nas principais ruas da cidade de São Julião, localizada ao Sul do Piauí. Emídio foi candidato a prefeito do município na última eleição e está desaparecido desde quinta-feira (31), quando teve o último contato com sua família por volta das 19h30.
Com cartazes e fotos, amigos e familiares de Emídio Reis pedem justiça (Foto: Hamilton Rocha)Com cartazes e fotos, amigos e familiares de Emídio Reis pedem justiça (Foto: Hamilton Rocha)
Vestidos de branco e percorrendo a cidade de São Julião, os parentes e amigos de Emídio pediam justiça e informações sobre o paradeiro do ex-vereador. Há aproximadamente 30 anos, o seu pai, que foi prefeito do município, foi encontrado morto após passar alguns dias desaparecido.
Andreza e Raul, filhos do ex-vereador, abriam a caminhada com a faixa que pedia paz. Nas mãos dos manifestantes, fotos de Emídio Reis, da última campanha eleitoral. O movimento reuniu mais de 800 pessoas.
“Nós ainda não temos nenhuma notícia dele. A família está investigando, mas nenhuma pista foi encontrada. Já são quase 72 horas que ele está desaparecido e a família pede que se alguém tem alguma informação que nos procure”, disse Nicomedes Karol da Rocha, sobrinho do ex-vereador.
A caminhada reuniu mais de 800 pessoas e percorreu a cidade de São Julião (Foto: Hamilton Rocha)A caminhada reuniu mais de 800 pessoas e percorreu a cidade de São Julião (Foto: Hamilton Rocha)
Segundo a família o último contato de Emídio Reis, foi no dia 31 quando ele ligou para a sua namorada e avisou que estava saindo de Picos com destino à cidade de São Julião. Porém o ex-vereador não chegou ao município e o seu carro foi encontrado no trecho próximo a entrada do povoado Val Paraíso na BR-316. O veículo estava arrombado, com o porta-luvas aberto e sem os documentos.
De acordo com Nicomedes Karol, a Secretaria de Segurança do Estado destacou dois delegados do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco) para cuidar do caso. Segundo ele um helicóptero está desde sexta-feira (1º) fazendo buscas pela região, mas ainda não há pistas do que possa ter acontecido.
A caminhada terminou em frente à Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde a multidão fez orações e clamou por justiça
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Após atolar ônibus na praia, família de Rio Claro tem prejuízo de R$ 50 mil


Veículo do grupo ficou preso na areia de Iguape, no litoral de São Paulo.
Além do dano material, eles tiveram queimaduras de até terceiro grau.



Do G1 São Carlos e Araraquara

Depois do susto que uma família de Rio Claro (SP) passou em Iguape, litoral de São Paulo, quando o ônibus em que estava atolou na areia da praia, na última segunda-feira (28), ficou o prejuízo. Eles calculam que perderam em torno de R$ 50 mil. Além dos danos materiais, causados com o problema no veículo, alguns voltaram de viagem com queimaduras de até terceiro grau.
O destino dos turistas seria um camping, mas, no desespero para desencalhar o veículo, eles decidiram improvisar e acampar no local. Entretanto, até que tudo se resolvesse, eles passaram horas sem protetor solar e tiveram insolação. O grupo ficou com o corpo cheio de queimaduras.
“Não tinha sombra, não tinha pra onde correr. E no vai e vem, o ônibus afundando, as coisas saindo pra fora, corria pra água, voltava pra a areia quente e na hora do desespero, na hora do pavor você não pensa em nada”, relatou o tatuador André Milher.
Era para serem as férias dos sonhos. Uma semana na reserva ecológica da Jureia, em uma praia quase deserta. Só que a viagem se transformou em um pesadelo logo no primeiro dia, depois que o veículo encalhou na areia. O motorista disse que seguiu por uma trilha que fica a 50 metros do mar e é usada por carros. Ele só foi avisado do perigo quando já estava em uma área de risco.
“Eu não podia descer porque na hora que enchia muito d’água eu tinha que acelerar ele pra água não entupir o escapamento, então eu fiquei dentro. A maré cresceu e entrou água dentro dele, ela vinha até na minha cintura e voltava; e eu segurando e ele balançando. Não me deu medo, me deu pavor”, relembrou o dono do ônibus, José Salvador Hermine.
Ônibus atola em Iguape, SP (Foto: Rinaldo Rori/TV Tribuna)Ônibus atola em Iguape, SP (Foto: Rinaldo Rori/TV Tribuna)
O ponto em que o veículo encalhou fica a 18 quilômetros da vila mais próxima. “A distância pra poder pegar uma água, pra pegar alguma coisa para comer era muito longe, a gente só poderia ir à pé”, contou a promotora de eventos Graziela Hermine.
A maré encobriu o ônibus. “Ironia do destino, a gente chegou num lugar e os pescadores disseram que foi a maior maré dos últimos seis meses”, comentou o professor Luciano Alves Dias.
Era um clima de deserto. Durante o dia, a temperatura era alta, em torno de 39 graus. À noite eles precisavam enfrentar o frio. “Os colchões e todas as roupas molharam e a gente acabou ficando ao relento. No dia seguinte, amanheceu e a gente não tinha como sair dali”, falou Dias.
“Eu tive febre, cavei com a mão de desespero, eu não quero que ninguém passe por isso, porque foi muito ruim”, desabafou Graziela.
Equipamento usado no trabalho ficou todo enferrujado após ônibus atolar em Iguape (Foto: Ely Venâncio / EPTV)Equipamento usado no trabalho ficou enferrujado
após ônibus atolar (Foto: Ely Venâncio / EPTV)
Prejuízo
Nas várias tentativas para retirar o veículo, o para-brisa quebrou e toda estrutura foi danificada. Só no terceiro dia é que eles conseguiram desencalhar. A família tem um buffet e usava o ônibus para trabalhar. Dentro dele estavam vários equipamentos. Era a primeira vez que eles viajavam a passeio.
O ônibus não tem mais condição de andar e ficou no litoral. A família voltou para casa de carona e, na bagagem, levou o pouco que sobrou: algumas peças de roupa, algumas ferramentas e o motor de um equipamento usado no trabalho; todo enferrujado.
O dono do veículo não esperava que na volta das férias, teria que começar tudo do zero. “Eu tenho meu ônibus como uma coisa assim: é um sonho realizado que virou um pesadelo”, falou Hermine emocionado.
Ônibus atola em Iguape, SP (Foto: Rinaldo Rori/TV Tribuna)Ônibus atola em Iguape, SP (Foto: Rinaldo Rori/TV Tribuna)
Para le
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Base da Guarda Municipal de São José é alvo de tiros neste domingo


Crime ocorreu no bairro Areias e unidade estava vazia na hora do ataque.
Este é o 40º atentado que acontece em Santa Catarina desde quarta (30).




Do G1 SC


Base da PM de São José foi alvo de tiros (Foto: Fernando Diel/Divulgação)Base da PM de São José foi alvo de tiros (Foto: Fernando Diel/Divulgação)
Uma base da Guarda Municipal de São José foi alvo de tiros por volta das 21h deste domingo (3). Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu no bairro Areias e a unidade estava vazia no momento do ataque. Dois homens em uma moto passaram disparando contra a unidade.
De acordo com a PM, um policial revidou contra a ação dos bandidos. Um deles foi atingido e encaminhado ao Hospital Regional de São José.
Este é o 40º atentado que ocorre em Santa Catarina desde a última quarta-feira (30). Ônibus e veículos particulares foram incendiados e bases da Polícia Civil e Polícia Militar foram alvos de tiros. Um jovem de 22 anos suspeito de participação nos crimes foi morto em confrontro com policiais em Joinville, a cidade com o maior número de atentados até a noite de domingo (3).
Os ataques desta semana, que atingiram 14 cidades no estado, fazem parte da segunda onda de ações criminosas no estado nos últimos três meses. A primeira delas somou 60 atentados em sete dias
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Mãe de prostituta explorada na Espanha ajuda polícia a desmontar tráfico de mulheres


Segundo a Polícia Federal, a novela "Salve Jorge" encorajou a mãe a pedir ajuda pelo serviço Ligue 180.





Uma operação conjunta das polícias do Brasil e da Espanha desarticula uma quadrilha internacional e liberta brasileiras que eram mantidas como escravas sexuais naquele país.
A operação começou com um pedido de socorro da mãe de uma dessas brasileiras. A mãe fez a denúncia depois de ver a novela Salve Jorge, que trata do tráfico internacional de mulheres.
Os repórteres André Luiz Azevedo, Eduardo Faustini e Patrícia Nobre acompanharam o passo-a-passo dessa operação. No Brasil e na Espanha.
Exatamente às 10h em Salamanca, 6h em Salvador, na Bahia, por causa da diferença do fuso, os agentes da polícia espanhola junto com os agentes da Polícia Federal brasileira chegam na sala de festas Vênus que, segundo a denúncia, é onde se encontram as brasileiras e também outras estrangeiras.
A porta do prostíbulo espanhol é blindada e está trancada. Há prostitutas lá dentro, que não podem sair, porque não têm a chave. Elas estão presas em cárcere privado.
Os policiais precisam de 13 minutos para conseguir arrombar o portão. Mas, antes que eles entrem, o Fantástico mostra o que essa porta esconde: é o submundo da escravidão sexual na Espanha, que não tem fronteiras.
Em Madri, que como no resto do país, o sexo pago é um negócio legalizado. No Brasil, a exploração da prostituição é crime. Na Espanha, não.
Perto de um prostíbulo, um taxista diz que a oferta de mulheres é internacional: “Brasileiras, romenas, espanholas, colombianas, e não lembro o resto”, conta.
O repórter Eduardo Faustini entra num prostíbulo da capital espanhola. “Pra entrar são 20 euros”. Quase 60 reais só de ingresso.
Lá dentro, uma prostituta se aproxima e quer começar o programa logo. “Se quiser, vamos subir, que lá conversamos melhor”.
No primeiro andar ficam o bar, a pista de dança e o palco para shows eróticos. Os quartos estão no segundo andar. Os preços, sempre em euros. Uma hora dá 140 euros. “Meia hora, 120 euros”. Quase 400 reais por uma hora, 325 reais meia hora.
Como o taxista avisou, o prostíbulo tem mulheres de todas as partes do mundo: “Dominicana, de Santo Domingo, romena e búlgara”.
Dias antes da operação policial em Salamanca, a 190 quilômetros de Madri, o repórter Eduardo Faustini entra na sala de festa Vênus e encontra uma prostituta brasileira.
O pagamento é feito na recepção, antecipado. O valor: 54 euros, quase 150 reais. Ela pede o troco, que é de 6 euros - pouco menos de 18 reais. “É tudo pra mim aí”, diz a mulher.
Eles sobem para o quarto. O repórter diz que só quer conversar.
Mas é ela quem sente vontade de falar, enquanto prepara um cigarro de maconha.
“Você vai ter conversa pra você escutar até umas horas”, diz a mulher.
Sem saber que estava sendo gravada, ela diz que, quando chegou à Espanha, há quase dez anos atrás, ganhava bastante dinheiro em pouco tempo.
“Deu pra tirar uns 800 euros nesses dias que eu vim, era novidade, acabado de chegar também”, conta.
Agora, com a crise econômica em toda a Europa, a vida na Espanha está muito mais cara. Por isso, hoje ela ganha bem menos dinheiro.
“Agora já tem uma semana que eu estou aqui, eu não ganhei nem 200 euros pra te falar a verdade”, diz.
Ela conta sobre um dos prostíbulos onde teve que trabalhar. “Quando chove, as mulheres têm que sair da casa, porque enche o rio. Quando eu cheguei, lá a primeira vez pensei que ia morrer. O encarregado subia com um pedaço de pau batendo assim, ó. ‘vamos descer em 5 minutos’. A comida é horrível. O jeito que você dorme, você com três quatro mulher dentro de um quarto, mulheres que você não conhece”.
No fim da conversa, ela fala com cuidado sobre o dono do prostíbulo de Salamanca, traz mulheres do Brasil.
“O dono daqui foi ao Brasil e trouxe umas mulheres lá da Bahia pra trabalhar aqui”.
O dono da boate e chefe do tráfico de mulheres, se chama Ángel Bermudez Motos e é conhecido como "Gitano", que é "Cigano" em espanhol”.
Essa operação conjunto das polícias do Brasil e da Espanha só foi possível por causa de uma denúncia feita em Salvador, no Brasil, por uma telespectadora da novela Salve Jorge, como mostra a repórter Patrícia Nobre.
A mãe de uma baiana da periferia de Salvador fez a denúncia à Secretaria de Políticas para as Mulheres em Brasília.
Segundo a Polícia Federal, a novela "Salve Jorge" encorajou a mãe a pedir ajuda pelo serviço ligue 180 da secretaria.
“Ela deixa claro que a partir da novela ela percebe a condição da vítima”, explica o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Coimbra.
Na novela, Morena e outras personagens brasileiras são chamadas para trabalhar no exterior. Mas na verdade elas se tornam escravas de um esquema internacional de prostituição.
Depois da denúncia feita ao serviço Ligue 180, a Polícia Federal investigou o caso, junto com a polícia nacional espanhola.
Em Salvador, um casal foi preso esta semana. Denílson Pereira Reis e Elizânia Evangelista são acusados de aliciar brasileiras pra trabalhar na Espanha. Segundo a PF, o casal estava a serviço do espanhol Bermudez Motos, o dono do prostíbulo que a reportagem mostrou em Salamanca, na Espanha, e de uma companheira dele, a brasileira Renata Gomes Nunes.
De acordo com as investigações, antes de sair do país, algumas garotas vinham trabalhar nesta casa, no subúrbio de Salvador, onde funcionava um bar e um prostíbulo. Era uma espécie de preparação, de teste para as garotas.
“Pessoas de condição humilde e desempregadas. Então eram alvos fáceis para esses criminosos”, declara César Augusto Toselli, da Polícia Federal da Bahia.
No prostíbulo baiano, foram encontrados chapéus e bóias da Marinha Brasileira. A polícia investiga se Sueli dos Santos Estrela é a dona do estabelecimento. Ela é servidora civil da Marinha licenciada. Sueli foi intimada a prestar depoimento na sexta-feira passada, mas não apareceu. Ela vai ser intimada mais uma vez esta semana.
A Polícia Federal afirma que por enquanto não tem elementos que comprovem a participação de Sueli no esquema de aliciamento. E, em nota, a Marinha do Brasil diz que espera o resultado das investigações para tomar as medidas necessárias.
Antes da viagem, as brasileiras receberam dinheiro vivo do espanhol pra comprar roupas e ir ao salão de beleza. Também levavam muitas notas de euros para mostrar ao serviço de imigração quando desembarcassem no aeroporto espanhol. Assim, fingiam que eram turistas com dinheiro pra gastar.
Quando elas começam a trabalhar na Espanha, tudo isso é cobrado delas, juntamente com o valor da passagem de avião. “Já no Brasil diziam que ela ia ter uma dívida inicialmente de mil euros”, afirma Fernando Berbert, da Polícia Federal da Bahia.
Só que depois os bandidos diziam que a dívida tinha aumentando em 300%. “E a dívida passa para 4 mil euros”, conta Fernando. Dá quase 12 mil reais.
A quadrilha conseguiu levar quatro brasileiras de Salvador. Depois da denúncia feita pela telespectadora de Salve Jorge, mãe de uma delas, as polícias do Brasil e da Espanha montaram a operação pra encontrar as garotas e prender os bandidos.
E o correspondente André Luiz Azevedo acompanhou a operação na cidade de Salamanca, na Espanha.
Os agentes forçam a porta, mas ninguém aparece. Eles tentam arrombar a porta. Aparece uma das mulheres, mas elas dizem que não têm chave. Elas ficam trancadas. Realmente isso configura um cárcere, configura que elas ficam totalmente em cativeiro. Finalmente, os policiais conseguem abrir a porta.
Os agentes entram e encontram prostitutas de várias nacionalidades que vivem como prisioneiras. Também encontram maconha e cocaína.
“Os donos do clube obrigavam a gente a consumir pra ganhar mais dinheiro”, diz uma brasileira que foi obrigada a se prostituir na Espanha. “Os clientes que pagam mais são os que consomem drogas”.
Hoje ela trabalha numa organização que ajuda as prostitutas a mudar de vida. Das quatro brasileiras aliciadas pela quadrilha em Salvador, uma conseguiu fugir e voltou para o Brasil. Duas estão desaparecidas. E o espanhol Bermudez Motos e a brasileira Renata Gomes Nunes estão foragidos.
“As condições são desumanas, são condições que elas são submetidas à cárcere privado, têm privação de liberdade, de alimentação, de documentação”, afirma o delegado Andrei, da Polícia Federal, na Espanha.
A prostituta brasileira mostrada na reportagem é uma das sete mulheres libertadas na operação. Ela está em situação regular na Espanha, onde vive há quase dez anos, e pode decidir se volta ao Brasil.
A mãe de outra brasileira libertada na operação foi quem, depois de ver a novela "Salve Jorge", fez a denúncia ao governo brasileiro.
O repórter André Luiz Azevedo lembrou que teve um trabalho grande da Polícia Federal do Brasil, do Ministério da Justiça, da Polícia Nacional Espanhola, mas perguntou para a brasileira se ela sabe como tudo isso começou.
A mulher sabe que foi através da denúncia de sua mãe e considera a luta da mãe para conseguir recuperar a filha que estava sendo explorada na Espanha um gesto muito bonito. E diz que agradece a ela.
Depois de libertada, ela retornou na noite deste sábado (02) ao Brasil. Foi recebida por uma equipe da Secretaria de Justiça da Bahia e Secretaria de políticas para mulheres do Governo Federal, que vão dar atendimento psicossocial e jurídico à garota. A polícia não informa onde está a mãe dela. As duas devem se encontrar nos próximos dias.
“Ao nós atingirmos uma organização criminosa dessa natureza, nós demonstramos para a sociedade brasileira que é possível, sim, enfrentar o crime organizado. Desde que o cidadão venha, denuncie e denuncia pra que nós possamos agir. Denuncie sem medo, denuncie sem vergonha de fatos que acabam atingindo muitas pessoas”, declara José Eduardo Cardozo.