terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Morre a 238ª vítima de incêndio na boate Kiss


Do G1 RS

Com relação aos feridos, 81 pessoas ainda seguem internadas em Porto Alegre, Santa Maria, Canoas e Caxias do Sul.


Morreu na tarde desta terça-feira (5) a 238ª vítima do incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, informou a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul. O jovem de 20 anos estava internado na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A família pediu que o nome do rapaz não seja divulgado. A tragédia ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro.
Com relação aos feridos, 81 pessoas ainda seguem internadas em Porto Alegre, Santa Maria, Canoas e Caxias do Sul. Segundo a Secretaria da Saúde, onze pacientes tiveram alta nas últimas 24 horas, a maioria nos hospitais da cidade onde aconteceu a tragédia. Dos internados, 22 permanecem em ventilação mecânica.
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 237 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:

Quem fundou a igreja CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA ?



Irapuan Júnior *


   O nome CATÓLICA = significa UNIVERSAL, ou seja, Cristo veio para todos os povos, judeus e não-judeus, pagão e batizados, presos e livres... Nós é que somos a primeira, a única e verdadeira igreja UNIVERSAL.
   O nome APOSTÓLICA = significa que fomos edificados sobre os apóstolos de Cristo e deles também recebemos muitos ensinamentos. Sempre quando um apóstolo morria, para substituí-lo, os apóstolos elegiam outro para assumir a "vaga". Veja isso em: Atos do Apóstolos capítulo 1, versículo de 15 a 26, onde Matias é eleito para ocupar a vaga de Judas Iscariotes – o traidor -  que suicidou-se após trair Jesus.
    O nome ROMANA = significa que nossa igreja está sediada em Roma, cidade onde Pedro, o chefe primeiro da igreja estabeleceu-se alguns anos após a morte de Cristo, e de lá governou a igreja.

    A Igreja Católica Apostólica Romana surgiu em Cristo. Portanto, o fundador desta igreja é o próprio Jesus que, em Pedro, firmou toda a sua igreja: “E eu te declaro: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a MINHA Igreja, e as portas do inferno jamais poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do reino dos céus: Tudo o que ligares na terra, será ligado no céu. e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus.” (Mateus 16,13-20)  “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a que não perdoardes os pecados, ser-lhes-ão retidos.” (João 20, 21-13)

   Com estas palavras, Cristo inicia SUA igreja escolhendo Pedro para liderar todos os outros apóstolos e dá à SUA igreja o poder supremo de perdoar e não perdoar os pecador (Daí porque existe a confissão onde o padre exerce esta ordem de Cristo), o poder de ligar e desligar. Pedro, portanto, foi o primeiro chefe da igreja, o primeiro líder dos Apóstolos: o primeiro PAPA!

    Foi à igreja católica reunida no cenáculo que Jesus enviou o seu Espírito Santo (Atos dos Apóstolos 2, 1-13).
    Com o passar dos tempos, a igreja foi se difundindo entre os países não-judeus, através dos apóstolos que saíram evangelizando. O tempo foi passando e heresias foram surgindo e cismas também. Existiram inúmeras separações entre os católicos, sendo que a de maior importância foi o cisma bizantino em 1054, onde solidificou-se oficialmente a separação de alguns cristão, formando assim a ortodoxia.
O título de apóstolo apenas ficou reservado para os primeiros. Os demais eleitos foram chamados Bispos, sendo que o bispo que ocupa o lugar de Pedro, lugar de chefia a igreja, é chamado Papa. Os discípulos são agora chamados presbíteros(padres) e àqueles que se dedicam ao serviço consagrado à igreja são chamado diáconos. E assim é até hoje.
    Portanto, o PEDRO de hoje é o papa Benedicto XVI que foi eleito em 2005, após a morte de seu papa antecessor (João Paulo II e João Paulo I e Paulo VI).
 No mundo inteiro existem algumas igreja que se intitulam CATÓLICAS, mas a única fundada pelo Cristo é a Católica Apostólica Romana. As outras são:
    - Igreja Católica Anglicana = é a igreja da Inglaterra, surgiu quando o rei da Inglaterra, Henrique VIII quis divorciar-se de sua esposa, Catarina de Aragão, e casar-se com Ana Boleyn e o papa não permitiu, como até hoje não é permitido, então o rei e o parlamento Inglês resolveu se desligar da Santa Sé Romana, em novembro de 1534, e formar uma igreja para o seu país onde fosse permitido o divórcio. O líder a igreja anglicana é o rei ou a rainha da Inglaterra (atualmente Elisabete II).
    - Igreja Católica Brasileira = é uma verdadeira esculhambação. Nessa igreja é permitido casamento homossexual, não há celibato dos padres, é permitido o divórcio...
- Igreja Ortodoxa – genericamente chamamos todas as igrejas cristãs do oriente que receberam a fé diretamente dos Apóstolos e, através dos diversos cismas e das várias heresias, separaram-se da igreja Católica Romana. Muitas facções destas igrejas já retornaram sua união com a igreja romana e outras estão em negociação. Essas igrejas são, portanto, as que mais fatos em comum possuem coma igreja católica apostólica romana.

    Nossa igreja, a igreja Católica Apostólica Romana, tem como fonte de fé duas coisas: a sagrada escritura e a sagrada Tradição. A sagrada escritura é a Bíblia, e a sagrada tradição é todo o ensinamento deixado pelos primeiros apóstolos e pelos primeiros cristãos, como também as ensinamentos provindos dos concílios e documentos papais.

     As demais igrejas existentes no mundo têm um fundador humano, um pecador talvez maior que eu e você. Nossa igreja foi a única deixado por Jesus Cristo: o Deus filho:
 - A Igreja Luterana foi fundada por Martinho Lutero em 1517 na Alemanha
    - A igreja Católica Anglicana (ou Episcopal) foi fundada pelo rei Henrique VIII da Inglaterra em 1534.
    - A igreja foi fundada por John Knox na Escócia em 1560.
    - A igreja Batista foi fundada por John Smyth no ano de 1611 na Inglaterra
    - A igreja Metodista por John Wesley em 1738 na Inglaterra
    - A igreja dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) foi criada por Joseph Smith em 1830 nos Estados Unidos.
    - A igreja Adventista por William Miller em 1831 nos EUA.
    - Os Testemunhas de Jeová por Charles Russel em 1874 nos EUA.
     - A Assembléia de Deus (ou Pentecostal) surgiu em 1914 nos EUA por vários ministros protestantes.
    Como você pode ver, é só ler a Bíblia que você verá que somos a única igreja de Deus.

     Sempre, desde o início dos tempos, Deus promete as coisas à humanidade e faz milagres para provar que o que está falando é verdade. Portanto, os milagres são a ASSINATURA DE DEUS. Para que um determinado acontecimento seja considerado milagre, ele deve ser estudado pela igreja e pela ciência (Medicina, Parapsicologia, Física, Química, Psiquiatria...), pois muitos fenômenos que são ditos milagres, na verdade, não passam de meros fenômenos extra-normais que a parapsicologia explica plenamente ou então é pura fraude.

     Por isso devemos ser cristão que QUESTIONAM, que não devem acreditar em tudo que ouvem. Devemos fazer como MARIA que foi buscar as provas: foi ver com os próprios olhos a ASSINATURA DE DEUS: Quando o anjo na anunciação disse que ela iria conceber, ela logo disse que não conhecia homem (era virgem) e que tal promessa nestes termos era impossível. Daí o anjo mandou-a buscar a ASSINATURA DE DEUS dizendo que ela fosse ver sua prima Isabel que era estéril e que na velhice estava grávida. Maria saiu às pressas, como diz o evangelho, para casa de Isabel para ver a ASSINATURA DE DEUS. (Veja essa passagem em Lucas 1,26-47).


     A igreja Católica é a única que têm os verdadeiros MILAGRES, a única que tem a ASSINATURA DE DEUS. Temos mais de 2.000 cadáveres incorruptos, ou seja pessoas que morreram e que os seus corpos estão até hoje sem sofrer decomposição sem uso de nenhum substância fomolizante. Exemplo: Santa Clara, Francisco de Assis, o coração de São Vicente de Paulo...

         A igreja Católica é a única que tem milagres eucarísticos, dentre os milhares, o mais famoso é o de LANCIANNO, onde na cidade de Lancianno o padre, ao consagrar a eucaristia duvidou e, no mesmo instante a hóstia tornou-se carne  visível e o vinho tornou-se sangue visível. Isso ocorreu há mais de 1.300 anos e, na época, foi retirado um pedaço da carne e um pouco do sangue e foram levados à análise biológica que constatou ser carne humana do músculo do coração e sangue humano tipo AB, todos com células vivas. Hoje, depois de 13 séculos esse milagre está guardado numa urna na Itália e, em recentes análises ao microscópio, pode ser constatado que a carne está dura como uma pedra (chegou a quebrar a lâmina do micrótomo - que é o aparelho que faz cortes finíssimos do tecido para levar ao microscópio) e o sangue se coagulou em 5 grumos de diferentes tamanhos, também hoje endurecidos, e , nesta mesma análise, depois de 13 séculos decorridos, foram novamente encontradas células do miocárdio ainda VIVAS e células sanguíneas VIVAS. Está aí a ASSINATURA DE DEUS!

     Por isso, somos a única igreja de Cristo!

    
* Irapuan Medeiros Barros Júnior – médico generalista,  paroquiano do Divino Espírito Santo – Jatiúca – MACEIÓ/AL - irapuan@bol.com.br




Fonte: Paróquia do Sagrado Coração de Jesus – Maceió-AL
Home Page: http://www.geocities.com/irapa3
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Copyright  2002 -  Paróquia do Divino Espírito Santo - Maceió/AL

Irapuan Júnior *

ATA DE CRIAÇÃO DO ESTATUTO SOCIAL DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO MADRUGA



Aos oito (08) dias do mês de Fevereiro do Ano de dois mil (2000), na
Igreja Evangélica Assembléia de Deus, no Madruga, com sua Sede
provisória à Rua Agostinho de Souza Amaral, n° 538, Bairro Madruga,
Vassouras, reuniram-se seus Membros, em Assembléia Geral
convocada para proceder à criação de seu Estatuto. O presente
Estatuto composto de 52 artigos, que foram aprovados por
unanimidade pela Assembléia Geral reunida, como vemos a seguir:
ESTATUTO SOCIAL DA IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS
NO MADRUGA
CAPÍTULO I
DA DENOMINAÇÃO, SEUS FINS, SEDE, DURAÇÃO E FORO
Artigo 1º  - Constitui-se na Cidade de  Vassouras na data de
08/02/2000, com fundamento no Capítulo 1, Artigo 5, incisos VI, VII
e VIII, e Artigo 19, inciso I da Constituição da República Federativa
do Brasil, e Artigos 44 a 61 do Novo Código Civil Brasileiro, a IGREJA
EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO MADRUGA, Registrado sob o
número de ordem n°281, nas  Fls de n°220, do Livro A-1. Neste
Estatuto doravante denominada MINISTÉRIO DAS ASSEMBLÉIAS DE
DEUS NO MADRUGA ou simplesmente IGREJA:
Artigo 2º  - Trata-se de uma Associação Civil de Natureza Religiosa
sem Fins Lucrativos, constituída por Tempo Indeterminado e número
ilimitado de Associados. Tendo sua Sede provisória, situada a Rua
Agostinho de Souza Amaral, nº 538, Madruga, Vassouras – RJ.
        § Único - A Igreja tem por Finalidade principal, a propagação do
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, bem como a Fundação e
Manutenção de Igrejas e Congregações, dentro e fora do país, sob o
Regime de Filiais, com as mesmas finalidades a que se propõe a
Igreja Sede.
Artigo 3º  - A Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga,
inclusive as suas Filiais localizadas na Cidade Sede e/ou em outras
Cidades que por ventura, no futuro, venham ser implantadas e
construídos Templos do mesmo Ministério, fé e ordem, é uma
Associação de caráter Religioso, Social, Educacional, Cultural e
Beneficente.         § 1°  - Esta instituição reger-se-á pelo presente Estatuto em
conformidade com as determinações legais e Legislação pertinente à
matéria em causa.
        § 2° - Como finalidade secundária, propõe-se a fundar e manter
estabelecimentos Culturais, Educacionais e Assistenciais de cunho
Filantrópico e sem Fins Lucrativos.
Artigo 4º - A Igreja tem sua Sede Jurídica, Religiosa, Administrativa e
Foro Judicial na Cidade de Vassouras – RJ.
Artigo 5º - São objetivos da Igreja:
a)    Promover cultos de adoração a Deus;
b)    Divulgar o Evangelho de Nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo em todo o território Nacional e no exterior;
c)     Fomentar o Estudo da Bíblia Sagrada e da educação em
todos os graus;
d)    Cooperar com outras Igrejas e instituições que tenham as
mesmas finalidades;
e)    Cuidar dos comprovadamente: pobres, enfermos
necessitados, dos órfãos, das viúvas e da velhice desamparada,
de acordo com as possibilidades da Igreja.
Artigo 6° - A Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga terá
número ilimitado de Associados, doravante denominados, neste
Estatuto, de “Membros”, os quais serão admitidos na qualidade de
Crentes em Nosso Senhor Jesus Cristo, sem discriminação de Sexo,
Nacionalidade, Cor, Raça, Condição Social ou Política, desde que
aceitem voluntariamente as Doutrinas e a Disciplina desta Igreja,
com bom Testemunho Público, tendo a Bíblia Sagrada como única
regra infalível de fé normativa para a vida e formação Cristã,
Batizados em Águas por Imersão, com reconhecida idoneidade moral.
        § 1° - Perderão a condição de Membros da Igreja Evangélica
Assembléia de Deus no Madruga, independente de seus cargos ou
funções, inclusive membros da Diretoria ou do Ministério, aqueles que
o solicitar ou que seja Desligado pela Igreja em Assembléia.
        § 2°  - Nenhum bem ou direito patrimonial será exigido por
aquele que deixar de ser Membro, por qualquer que seja o motivo.         § 3°  - Os Direitos, Deveres, Disciplinas e Penalidades do
Membro, bem como as condições para ser Membro, acham-se
contidos no Regimento Interno.
Artigo 7° - A Igreja é autônoma e soberana em suas decisões e não
está subordinada a qualquer outra Igreja co-irmã. A filiação da
Igreja, a entidades congêneres e Convenções, não implicará no
comprometimento de sua Autonomia Administrativa, Financeira e de
seu Patrimônio.
Artigo 8°  - Para fins de cooperação na divulgação e promoção das
suas finalidades, a Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga
se relacionará Fraternalmente com as demais Igrejas da mesma fé e
ordem, podendo, porém, esta prestar e receber cooperação financeira
e espiritual, especialmente na realização de obras de caráter
Missionário, Social e Educacional.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
Artigo 9°  - A Igreja é composta de Sede e Congregações, sob o
Regime de Filiais, que tomarão o nome onde se encontram (art.4°),
exceto a Congregação em que funcionar a Sede da Igreja, que
denominar-se-á SEDE.
Artigo 10°  - A Diretoria da Igreja será composta de nove (9)
membros, a saber:
1° - Presidente; 2° - 1° Vice-Presidente; 3° - 2° Vice-Presidente
4° - 1° Secretário; 5° - 2° Secretário; 6° - 3° Secretário
7° - 1° Tesoureiro; 8° - 2° Tesoureiro; 9° - Vogal.
Artigo 11°-Nenhuma remuneração será  concedida a qualquer dos
Membros da Diretoria pelo exercício de suas funções, ressalvando o
caso do disposto no Artigo 17°,§ 2° e §3°.
Artigo 12° - Só poderão pertencer a Diretoria os Membros que fazem
parte do corpo de obreiros da referida Igreja.
Artigo 13° - No caso de vacância de um ou mais cargos da Diretoria,
esta juntamente com o Ministério, formado por Ministros, Presbíteros
e Diáconos, reunir-se-ão extraordinariamente para a escolha do
preenchimento dos cargos. Artigo 14°  - A Diretoria reunir-se-á, quando necessário, por
convocação do Sr. Presidente, convocação esta que poderá ser feita
de púlpito da Igreja e em edital afixado no local de avisos, num prazo
não inferior a oito (8) dias.
Artigo 15° - O quorum para as sessões da Diretoria será de sete (7)
membros, cujos pronunciamentos far-se-ão por maioria simples e por
escrutínio, em caso de empate, caberá ao Presidente o voto de
desempate.
Artigo 16° - A Diretoria depois de eleita, reunir-se-á para a escolha
do Conselho Fiscal, que será compostos de três (3) membros:
Presidente, Relator e Vogal, cujas atribuições acham-se contidas no
Regimento Interno, e ainda outras comissões.
CAPÍTULO III
DA COMPETÊNCIA
Artigo 17° - O mandato do Pastor Presidente é vitalício, servindo por
tempo indeterminado, enquanto o mesmo estiver cumprindo os
preceitos das Sagradas Escrituras e Sã Doutrina de Nosso Senhor
Jesus Cristo. Os demais Membros da Diretoria terão mandato de um
(1) ano, podendo ser reeleitos ou nomeados.
        § 1°  - O pastorado da Igreja será exercido pelo Pastor
Presidente, bem como a orientação da Igreja e a direção dos atos de
cultos e das reuniões solenes, por tempo indeterminado.
        § 2° - O Pastor Presidente deverá receber uma Prebenda, não
por ser Presidente da Diretoria, mas, pelo exercício do seu Ministério
Pastoral, se o mesmo, dedicar tempo integral ao exercício Sacerdotal
e não exercer nenhuma outra profissão regulamentada, podendo,
todavia, abster-se de recebe-lo de conformidade com o previsto no
Regimento Interno.
        § 3°  - Os demais membros da Diretoria e Dirigentes de
Congregações poderão ou não receber uma Prebenda, não como
membros da Diretoria, mas, se os mesmos dedicarem tempo integral
ao exercício das funções Sacerdotais nos cultos e nas Atividades
Religiosas. Esta deliberação se dará pelo Pastor Presidente em
reunião de Ministério.
Artigo 18° - São deveres e atribuições do Presidente:
a)    Convocar e presidir as Assembléias, bem com as Reuniões da
Diretoria. b)    Assinar os Livros de Atas das Assembléias depois de
devidamente aprovadas.
c)     Decidir nas Assembléias e Reuniões da Diretoria, com o voto
Minerva.
d)    Assinar cheques e demais documentos de Crédito com o 1° e
2° Tesoureiros em conta conjunta.
e)    Assinar com o 1° Secretário, as Atas, Notas e Documentos da
Igreja.
f)      Assinar Escrituras de compra e vendas, de hipotecas, de
compromissos, bem como quaisquer outros documentos.
g)    Autorizar com o 1° e 2° Tesoureiros, todas as contas e
gastos, assinado os recibos e demais documentos da
tesouraria, de acordo com o resolvido pela Diretoria.
h)    Dirigir e manter a ordem nas discussões.
i)       Velar pelo bom desempenho da Igreja, observar e fazer
cumprir o Estatuto, Regimento Interno e resoluções da Diretoria
e corpo de Obreiros.
j)      Representar de fato a Igreja perante as co-irmãs e
Convenções.
k)    Representar a Igreja ativa e passivamente, judicial e
extrajudicialmente.
l)       Administrar a Igreja.
Artigo 19° - O 1° vice-presidente assumirá as atribuições e deveres
do Presidente por ausência ou impedimento legal deste.
Artigo 20° - O 2° vice-presidente assumirá as atribuições e deveres
do vice-presidente, por ausência ou impedimento legal deste.
Artigo 21° - São deveres e atribuições do 1° Secretário:
a)    Assistir as Assembléias Ordinárias e Extraordinárias e
Reuniões da Diretoria, e ainda outras que se fizerem
necessárias, redigindo as Atas respectivas em Livros próprios,
para a aprovação do Ministério, assinando-as com o Presidente.
b)    Assinar com o Presidente as correspondências e documentos
da Igreja. c)     Cuidar do Livro de Presença das Assembléias Ordinárias.
d)    Supervisionar o registro de Membros, expedição de Carteiras,
preparados pelas Congregações e Igrejas Filiais.
e)    Preparar o Relatório Anual e apresenta-lo à Assembléia Geral
Ordinária em Reunião do Ministério, que se realizará a cada
terceiro (3°) Sábado de Fevereiro.
Artigo 22° - Compete ao 2° Secretário, auxiliar o 1° Secretário em
suas funções e substituí-lo em sua ausência ou impedimento.
Artigo 23° - O 3° Secretário assumirá as atribuições e deveres do 1°
Secretário, por impedimento deste e do 2° Secretário.
Artigo 24° - São atribuições do 1° Tesoureiro:
a)    Assistir as Reuniões do Ministério.
b)    Contabilizar todas as entradas e saídas, na forma da Lei e em
Livros próprios das contribuições recebidas dos Membros da
Igreja ou não, e subvenções governamentais, para os fins que
se destinam.
c)     Abrir, e manter as contas correntes em Banco autorizado e
em nome da Igreja, depositar somas, títulos e valores diversos,
liquidar os gastos inerentes à Igreja, cujos pagamentos e
retiradas serão feitos em conta conjunta com o Presidente.
d)    Apresentar o balanço mensal na Reunião do Ministério bem
como a prestação de contas de sua gestão, em balanço anual,
na Assembléia Geral Ordinária em Reunião do Ministério, que se
realizará a cada terceiro (3°) Sábado de Fevereiro.
e)    Recolher semanalmente os Saldos de Dízimos e Ofertas
arrecadados nas Congregações e Filiais, e depositar na conta
corrente da Igreja Sede.
Artigo 25° - Compete ao 2° Tesoureiro auxiliar o 1° Tesoureiro em
suas funções e substitui-lo em seus impedimentos.
Artigo 26° - Compete ao Vogal assumir as funções do 3° Secretário,
ou do 2° Tesoureiro no caso de impedimento.
CAPÍTULO IV
DO MINISTÉRIO Artigo 27°  - O Pastor Presidente juntamente com os Pastores,
Evangelistas, Presbíteros, Diáconos, formam o Ministério.
       § 1° - O Ministério é o Órgão de Deliberações Eclesiásticas da
Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga.
        § 2° - As reuniões do Ministério far-se-ão com a presença dos
Auxiliares de Trabalho, salvo nos casos em que aquele, assim não
considerar.
Artigo 28° - O Ministério reunir-se-á nos seguintes meses: Fevereiro,
Abril, Junho, Agosto, Outubro e Dezembro, ou quando se fizer
necessário.
CAPÍTULO V
DAS ASSEMBLÉIAS
Artigo 29°  - A Assembléia Geral é o Órgão Máximo da Igreja
Evangélica Assembléia de Deus no Madruga. Podem ser Ordinárias e
Extraordinárias, presididas sempre pelo Pastor Presidente.
        § Único - Integram a mesa da Assembléia os demais membros
da Diretoria.
Artigo 30°  - A Assembléia Geral Ordinária (AGO) reunir-se-á no
Templo da Igreja Sede, em datas e condições previstas no Regimento
Interno, para tratar de assuntos pertinentes a sua vida
administrativa.
Artigo 31° - A eleição da Diretoria realizar-se-á, na última Assembléia
Geral Ordinária (AGO) do Ano, no dia trinta e um (31) de Dezembro,
quando a mesma será eleita, para ser empossada, para um mandato
de um (1) ano a partir da 1ª reunião do ano seguinte.
        § Único - O critério da eleição será definido pelo Regimento
Interno.
Artigo 32°  - As Assembléias Extraordinárias serão convocadas pelo
Presidente com pelo menos oito (8) dias de antecedência, e com a
menção dos assuntos a serem tratados.
Artigo 33° - O quorum para as Assembléias será da metade mais um
de todos os membros  devidamente arrolados, ou, em segunda
convocação, meia hora depois, com qualquer número. Sendo que as
decisões tomadas serão pelo voto da maioria de dois terços mais um
(2/3+1) dos membros presentes.         § Único - A ordem das Assembléias Gerais estará diretamente
sujeita ao Pastor Presidente, que deverá conduzi-la com equilíbrio,
mas, se for necessário, poderá tomar providências para manter a
ordem, podendo cassar a palavra e até mandar retirarem-se do
recinto elementos que perturbem o bom andamento dos trabalhos.
Artigo 34° - As Assembléias reunir-se-ão para considerar os
seguintes casos:
a)    Eleição, Posse e Desligamento de Obreiros.
b)    Aquisição, oneração e alienação de Imóveis.
c)     Reforma do Estatuto e aprovação do Regimento Interno.
d)    Discutir, aprovar, modificar ou rejeitar o balanço anual.
e)    Admitir, Consagrar e Desligar Obreiros, quando necessário e
de acordo com as normas da Bíblia Sagrada e deste Estatuto.
f)      Desligar, quando se fizer necessário qualquer Obreiro e/ou
Membro, sendo que toda a documentação relacionada a esta
Igreja em seu poder será invalidada, após a homologação do
seu Desligamento.
CAPÍTULO VI
DA RECEITA, DESPESAS E PATRIMÔNIO
Artigo 35° - A receita da Igreja será constituída pelas contribuições
dos Dízimos e Ofertas voluntárias de seus Membros ou não,
incluindo-se subvenção ou auxílio dos poderes públicos e Doações de
quaisquer Pessoas, Físicas ou Jurídicas, e serão contabilizados de
conformidade com o Regimento Interno.
Artigo 36° - Os recursos Financeiros da Igreja Evangélica Assembléia
de Deus no Madruga, serão aplicados na realização dos objetivos da
mesma, integralmente no País, conforme determina o Código
Tributário Nacional.
Artigo 37°  - O patrimônio da igreja será constituído de doações,
legados bens móveis, imóveis ou semoventes que possua ou venha a
possuir, e que serão registrados em seu nome e utilizados tão
somente para a consecução dos seus fins, dentro do território
nacional ou exterior.
        § Único - Aquele que, por qualquer motivo, desfrutar do uso de
bens da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga, cedidos por locação, comodato ou similares, fica obrigado  a devolve-los,
quando solicitado, em prazo a ser estabelecido pela Diretoria desta
Igreja.
Artigo 38°  - Os membros da Igreja não responderão individual ou
subsidiariamente pelas obrigações que seus administradores
porventura contraírem, todavia, responderá a igreja com seus bens
por intermédio de sua Diretoria.
        § Único - A igreja não responderá por dívidas contraídas por
qualquer de seus Membros, sem que para isso tenha dado a prévia
autorização por escrito.
CAPÍTULO VII
DA REFORMA DOS ESTATUTOS
Artigo 39° - A reforma dos Estatutos deverá ser feita por propostas
da Diretoria, ou por iniciativa de 1/3 do Ministério. A convocação para
esse fim será feita nos termos gerais do artigo 32° deste Estatuto.
Artigo 40° - Para o disposto no artigo anterior, serão exigidos dois
terços mais um (2/3+1) dos Membros presentes, em duas
Assembléias Extraordinária, convocadas exclusivamente para este
fim. E assim, poderá ser reformado, em todo ou em parte.
CAPÍTULO VIII
DOS DEVERES DAS CONGREGAÇÕES, SUB-CONGREGAÇÕES E
FILIAIS
Artigo 41° - Todos os recursos oriundos dos Dízimos e Ofertas para a
manutenção dos objetivos das Congregações, Sub-Congregações e
Filiais, serão centralizados no Caixa da Tesouraria da Igreja Sede, e
depositados em conta Bancária, em nome da Igreja Evangélica
Assembléia de Deus no Madruga e movimentados, somente com a
assinatura do Presidente e do 1° e 2° Tesoureiro da Igreja Sede.
        § 1° - Nenhuma Congregação, Sub-Congregação ou Filial, terá
seu Caixa independente e nem os seus Tesoureiros, terão autorização
para movimentar ou liberar os recursos financeiros das mesmas.
        § 2° - A Tesouraria Geral, se reunirá nos dias 13 e 28 de cada
Mês,com os demais Tesoureiros das Congregações, SubCongregações e Filiais, para o acerto de contas.
        § 3° - Os Tesoureiros das Congregações, Sub-Congregações e
Filiais fora da Cidade Sede da Igreja, deverão depositar os Saldos dos Dízimos e Ofertas, na Conta Bancária da Igreja Sede todas as
Segundas, e enviar através dos Correios os Relatórios Financeiros
juntamente com os recibos de depósito Bancário todos os dias 10 e
25 de cada Mês, e os que não preencherem tais requisitos serão
substituídos.
Artigo 42° - Nenhum Dirigente de Congregações, Sub-Congregações
ou Filiais deste Ministério poderá iniciar construção ou serviços que
dependam de verbas e finanças, sem primeiro solicitar por escrito ao
Pastor Presidente e, este após estudos com a Comissão de Contas,
que aprovará ou não.
Artigo 43° - As construções de prédios ou Templos no Campo deste
Ministério obedecerão aos critérios adotados em Reunião da Diretoria.
Artigo 44°  - O Obreiro permanecerá ou não na Direção das
Congregações, Sub-Congregações ou Filiais deste Ministério sob
determinação do Pastor Presidente da Igreja Evangélica Assembléia
de Deus no madruga.
Artigo 45° - É de ordem disciplinar os Obreiros assistirem à Reunião
do Ministério, assim como, em companhia de suas respectivas
Congregações, assistirem às Reuniões Doutrinárias, semanalmente,
às Assembléias Gerais Ordinárias no dia 31 de Dezembro, e à Santa
Ceia, no terceiro Sábado de cada mês, na Sede desta Igreja.
Artigo 46°  - Todos os Dirigentes das Congregações, SubCongregações e  Filiais, que não obedecer às ordens do Pastor
Presidente e/ou da Diretoria será substituído.
        § Único  – Todos os casos serão estudados em Reunião
Ministerial.
CAPÍTULO IX
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 47° - Os casos omissos neste Estatuto serão resolvidos em
Assembléia.
Artigo 48° - A Igreja, para facilitar a consecução de suas finalidades
deverá criar, interna e externamente, tantas Comissões, Secretarias
e Departamentos, quantos forem necessários, e que serão
normatizados pelo Regimento Interno.
Artigo 49°  - A Igreja deverá ter Regimento Interno aprovado em
Assembléia e de conformidade com o presente Estatuto. Artigo 50° - Todo movimento de reforma Doutrinária, ainda que surja
por um (1) ou pela maioria dos Membros da Igreja, aos preceitos
Bíblicos ou aos costumes da mesma, serão considerados ilegítimos,
dando este Estatuto amparo aos que permanecerem fiéis aos
princípios e à tradição da Igreja, bem como a todos os direitos sobre
os bens móveis e imóveis ao seu cargo.
Artigo 51° - A Assembléia Geral que por ventura resolver a dissolução
da Igreja Evangélica Assembléia de Deus no Madruga, resolverá,
também, quanto ao destino de seus bens existentes, depois de
solvidos os compromissos.
        § Único  - Compõe a Assembléia Geral, o Pastor Presidente,
juntamente com todos os Membros em Comunhão.
Artigo 52° - Este Estatuto revoga o anterior, Registrado sob o número
de ordem n° 281, nas Fls de n° 220, do Livro A-1, em 26 de Junho de
2000, no Cartório do Primeiro Ofício de Registro de Títulos e
Documentos da Comarca de Vassouras, e entra em vigor a partir da
data de sua aprovação e registro em Cartório competente, ficando
revogados disposições em contrário, e é regulamentado por um
Regimento Interno.
O Presente Estatuto foi aprovado em sua íntegra pelo Ministério e
pela Assembléia Geral Extraordinária do dia Vinte e Cinco (25) de
Janeiro de 2003. Madruga, Vassouras, RJ., 25 de Janeiro de 2003.
Pastor Francisco Carlos de Freitas Carneiro
Pastor Presidente do Ministério

Martinho Lutero



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Disambig grey.svg Nota: Lutero redireciona para este artigo. Para outras acepções, veja Lutero (desambiguação).
Martinho Lutero
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Lutero em 1529 por Lucas Cranach
Nome completo
Martinus Luter (Martin Luther)
Nascimento
Morte
Cônjuge
Catarina von Bora (1499-1552)
Ocupação
Assinatura
Autograf, Martin Luther, Nordisk familjebok.png
Martinho Lutero, em alemão Martin Luther, (Eisleben, 10 de novembro de 1483 — Eisleben, 18 de fevereiro de 1546) foi um sacerdote católicoagostiniano e professor de teologia germânico que foi figura central da Reforma Protestante. Que ficando contra os conceitos da Igreja Católica veementemente contestando a alegação de que a liberdade da punição de Deus sobre o pecado poderia ser comprada, confrontou o vendedor deindulgências Johann Tetzel com suas 95 Teses em 1517. Sua recusa em retirar seus escritos a pedido do Papa Leão X em 1520 e do ImperadorCarlos V na Dieta de Worms em 1521 resultou em sua excomunhão pelo Papa e a condenação como um fora-da-lei pelo imperador do Sacro Império Romano.
Lutero ensinava que a salvação não se consegue com boas ações, mas é um livre presente de Deus, recebida apenas pela graça, através da fé emJesus como único redentor do pecador. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada[1] e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo.[2] Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados luteranos.
Sua tradução da Bíblia para o alemão, que não o latim fez o livro mais acessível, causando um impacto gigantesco na Igreja e na cultura alemã. Promoveu um desenvolvimento de uma versão padrão da língua alemã, adicionando vários princípios à arte de traduzir[3], e influenciou a tradução para o inglês da Bíblia do Rei James.[4] Seus hinos influenciaram o desenvolvimento do ato de cantar em igrejas.[5] Seu casamento com Catarina von Bora estabeleceu um modelo para a prática do casamento clerical, permitindo o matrimônio de padres protestantes.[6]
Em seus últimos anos, Lutero tornou-se algo antissemita, chegando a escrever que as casas judaicas deveriam ser destruídas, e suas sinagogasqueimadas, dinheiro confiscado e liberdade cerceada. Essas afirmações fizeram de Lutero uma figura controversa entre muitos historiadores e estudiosos. Há relatos de que momentos antes de sua morte Lutero estava com um rosário em sua mão.[7]

[editar]Primeiros anos de vida
Martinho Lutero, cujo nome em alemão era Martin Luther ou Luder, era filho de Hans Luther e Margarethe Lindemann. Mudou-se para Mansfeld, onde seu pai dirigia várias minas de cobre. Tendo sido criado no campo, Hans Luther desejava que seu filho viesse a se tornar um funcionário público, melhorando, assim, as condições da família. Com esse objetivo, enviou o já velho Martinho para escolas em Mansfeld, Magdeburgo e Eisenach.
Aos dezessete anos, em 1501, Lutero ingressou na Universidade de Erfurt, onde tocava alaúde e onde recebeu o apelido de O Filósofo. Ainda na Universidade de Erfurt, estudou a filosofia nominalista de Ockham (as palavras designam apenas coisas individuais; não atingem os “universais”, as realidades presentes em todos os indivíduos, como por exemplo a natureza humana; em consequência, nada pode ser conhecido com certeza pela razão natural, exceto as realidades concretas: esta pessoa, aquela coisa). Esse sistema dissolvia a harmonia multissecular entre a ciência e a fé que tanto havia sido defendida pela escolástica de "São Jesus Cristo", pois essa filosofia baseava-se unicamente na vontade de Deus. O jovem estudante graduou-se bacharel em 1502 e concluiu o mestrado em 1505, sendo o segundo entre dezessete candidatos.[8] Seguindo os desejos maternos, inscreveu-se na escola de direito da mesma universidade. Mas tudo mudou após uma grande tempestade com descargas elétricas, ocorrida naquele mesmo ano (1505): um raio caiu próximo de onde ele estava passando, ao voltar de uma visita à casa dos pais. Aterrorizado, teria, então, gritado: "Ajuda-me, Sant'Ana! Eu me tornarei um monge!"
Tendo sobrevivido aos raios, deixou a faculdade, vendeu todos os seus livros, com exceção dos de Virgílio, e entrou para a ordem dos Agostinianos, de Frankfurt, a 17 de julho de 1505.[9]
[editar]Vida monástica e acadêmica
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Lutero com a tonsura monástica.
O jovem Martinho Lutero dedicou-se por completo à vida no mosteiro, empenhando-se em realizar boas obras a fim de agradar a Deus e servir ao próximo através de orações por suas almas. Dedicou-se intensamente à meditação, às autoflagelações, às muitas horas de oração diárias, às peregrinações e à confissão. Quanto mais tentava ser agradável ao Senhor, mais se dava conta de seus pecados[10]
Johann von Staupitz, o superior de Lutero, concluiu que o jovem necessitava de mais trabalhos, para afastar-se de sua excessiva reflexão. Ordenou, portanto, ao monge que iniciasse uma carreira acadêmica. Em 1507, Lutero foi ordenado sacerdote. Em 1508, começou a lecionar teologia naUniversidade de Wittenberg. Lutero recebeu seu bacharelado em estudos bíblicos em 19 de março de 1508. Dois anos depois, visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado.[11]
Em 19 de outubro de 1512, Martinho Lutero graduou-se Doutor em Teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi "recebido no Senado da Faculdade Teológica" com o título de "Doutor em Bíblia". Em 1515, foi nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze monastérios.
Durante esse período, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras - conhecimentos que logo utilizaria para a sua própria tradução da Bíblia.
[editar]A controvérsia acerca das indulgências
Além de suas atividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo (chamada de "Todos os Santos" - porque ali havia uma coleção de relíquias, estabelecidas por Frederico III daSaxônia). Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis, como se esses fossem fregueses, poderia acarretar.
A indulgência é a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados (aplicável apenas a alguém que esteja em estado de graça, ou seja, livre de pecados graves, e arrependido de todos os seus pecados veniais. Naquele tempo, o papa havia concedido uma indulgência plenária para quem doasse qualquer quantia para a reforma da Basílica de São Pedro. O frade Johann Tetzel fora recrutado para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, mas sua campanha tomou a linha de uma venda, pois este frade, posteriormente punido por isso, dizia que "Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do Purgatório".[12]
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e levá-las a confiar apenas nas indulgências, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Proferiu, então, três sermões contra as indulgências em 1516 e 1517. Segundo a tradição, em 31 de outubro de 1517 foram afixadas as 95 Teses na porta da Igreja do Castelo deWittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.
As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda aEuropa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuição simples e ampla do documento.
[editar]A resposta do Papado
Depois de fazer pouco caso de Lutero, dizendo que ele seria um "alemão bêbado que escrevera as teses", e afirmando que "quando estiver sóbrio mudará de opinião"[13] o Papa Leão X ordenou, em 1518, ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Este denunciou que Lutero se opunha de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice, quando discordava de uma de suas bulas. Declarou ser Lutero um herege e escreveu uma refutação acadêmica às suas teses. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava as teorias de Lutero como um desvio e uma apostasia.
Lutero replicou de igual forma (academicamente), dando assim início à controvérsia.
Enquanto isso, Lutero tomava parte da convenção dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e a graça divina. No decorrer da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou até o ponto de duvidar do poder absoluto e autoridade do Papa, pois as doutrinas de "Tesouraria da Igreja" e "Tesouraria dos Merecimentos", que serviam para reforçar a doutrina e venda e das indulgências, haviam se baseado na bula papal "Unigenitus", de 1343, do Papa Clemente VI. Por causa de sua oposição a esta doutrina, Lutero foi qualificado como heresiarca e o Papa, decidido a suprimir por completo os seus pontos de vista, ordenou que ele fosse chamado a Roma, viagem que deixou de ser realizada por motivos políticos.
Lutero, que anteriormente professava a obediência implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Concílio. Também declarava que o papado não formava parte da essência imutável da Igreja original.
Desejando manter relações amistosas com o protetor de Lutero, Frederico, o Sábio, o Papa engendrou uma tentativa final de alcançar uma solução pacífica para o conflito. Uma conferência com o representante papal Karl von Miltitz em Altenburg, em janeiro de 1519, levou Lutero a decidir guardar silêncio, tal qual seus opositores. Também escreveu uma humilde carta ao Papa e compôs um tratado demonstrando suas opiniões sobre a Igreja Católica. A carta nunca chegou a ser enviada, pois não continha nenhuma retratação; e no tratado que compôs mais tarde, negou qualquer efeito das indulgências no Purgatório.
Quando Johann Ecko desafiou um colega de Lutero, Andreas Carlstadt, para um debate em Leipzig, Lutero juntou-se à discussão (27 de junho-18 de julho de 1519), no curso do qual negou o direito divino do solidéu papal e da autoridade de possuir o as chaves do Céu que, segundo ele, haviam sido outorgadas apenas ao próprio Apóstolo Pedro, não passando para seus sucessores.[14][15] Negou que a salvação pertencesse à Igreja Católica ocidental sob a autoridade do Papa, mas que esta se mantinha na Igreja Ortodoxa, do Oriente. Depois do debate, Eck afirmou que forçara Lutero a admitir a semelhança de sua própria doutrina com a de João Huss, que havia sido queimado na fogueira da Inquisição. Alguns meses após a chegada dos cardeais vindos de Roma, Martinho Lutero, monge da Igreja Católica, doutor em Humanidades pela Universidade de Erfurt e professor da Universidade de Wittenberg.
[editar]Aumenta a cisão
[editar]Lutero durante os acontecimentos
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Martinho Lutero.
Não parecia haver esperanças de entendimento. Os escritos de Lutero circulavam amplamente, alcançando França, Inglaterra e Itália, em 1519, e os estudantes dirigiam-se a Wittenberg para escutar Lutero que, naquele momento, publicava seus comentários sobre a Epístola aos Gálatas e suas "Operationes in Psalmos" (Trabalho nos Salmos).
As controvérsias geradas por seus escritos levaram Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo, e o seu "Sermão sobre o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas Irmandades", ampliou o significado da Eucaristia para incluir também o perdão dos pecados e ao fortalecimento da fé naqueles que a recebem. Além disso, ele ainda apoiava a realização de um concílio a fim de restituir a comunhão.
O conceito luterano de "igreja" foi desenvolvido em seu "Von dem Papsttum zu Rom" (Sobre o Papado de Roma), uma resposta ao ataque do franciscanoAugustin von Alveld, em Leipzig (junho de 1520). Enquanto o seu "Sermon von guten Werken" (Sermão das Boas Obras), publicado na primavera de 1520, era contrário à doutrina católica das boas obras e dos atos como meio de perdão, mantendo que as obras do crente são verdadeiramente boas, quer para o secular como para o clérigo, se ordenadas por Deus.
[editar]Os tratados de 1520
[editar]A Nobreza alemã
A disputa havida em Leipzig, em 1519, fez com que Lutero travasse contato com os humanistas, especialmente Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã, que por sua vez também influenciara ao nobre Franz von Sickingen. Von Sickingen e Silvestre de Schauenbur queriam manter Lutero sob sua proteção, convidando-o para seus castelos na eventualidade de não ser-lhe seguro permanecer na Saxônia, em virtude da proscrição papal.
Sob essas circunstâncias de crise, e confrontando aos nobres alemães, Lutero escreveu "À Nobreza Cristã da Nação Alemã" (agosto de 1520), onde recomendava ao laicado, como um sacerdote espiritual, que fizesse a reforma requerida por Deus, mas abandonada pelo Papa e pelo clero. Pela primeira vez Lutero referiu-se ao Papa como o Anticristo[16].
As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas também aos abusos eclesiásticos:
·         a diminuição do número de cardeais e outras exigências da corte papal;
·         a abolição das rendas do Papa;
·         o reconhecimento do governo secular;
·         a renúncia da exigência papal pelo poder temporal;
·         a abolição dos Interditos e abusos relacionados com a excomunhão;
·         a abolição das peregrinações nocivas;
·         a eliminação dos excessivos dias santos;
·         a supressão dos conventos para monjas, da mendicidade e da suntuosidade; a reforma das universidades;
·         a ab-rogação do celibato do clero;
·         e, finalmente, uma reforma geral na moralidade pública.
Muitas destas propostas refletiam os interesses da nobreza alemã, revoltada com sua submissão ao Papa e, principalmente, com o fato de terem que enviar riquezas a Roma.
[editar]O cativeiro babilônico
Lutero gerou muitas polêmicas doutrinárias com seu "Prelúdio no Cativeiro Babilônico da Igreja", em especial no que diz respeito aos sacramentos.
·         Eucaristia - apoiava que fosse devolvido o "cálice" ao laicado; na chamada questão do dogma da transubstanciação, afirmava que era real a presença do corpo e do sangue do Cristo na eucaristia, mas refutava o ensinamento de que a eucaristia era o sacrifício oferecido por Deus.
·         Batismo - ensinava que trazia a justificação apenas se combinado com a fé salvadora em o receber; de fato, mantinha o princípio da salvação inclusive para aqueles que mais tarde se convertessem.
·         Penitência - afirmou que sua essência consiste na palavra de promessa de desculpas recebidas com fé.
Para ele, apenas estes três sacramentos podiam assim ser considerados, pois sua instituição era divina e a promessa da salvação de Deus estava conexa a eles. Contudo, em sentido estrito, apenas o batismo e a eucaristia seriam verdadeiros sacramentos, pois apenas eles tinham o "sinal visível da instituição divina": a água no batismo e o pão e vinho da eucaristia. Lutero negou, em seu documento, que a confirmação (Crisma), o matrimônio, a ordenação sacerdotal e a extrema-unção fossem sacramentos.
[editar]Liberdade de um Cristão
Da mesma forma, o completo desenvolvimento da doutrina de Lutero sobre a salvação e a vida cristã foi exposto em "A Liberdade de um Cristão" (publicado em 20 de novembro de 1520, onde exigia uma completa união com Cristo mediante a palavra através da fé, e a inteira liberdade do cristão como sacerdote e rei sobre todas as coisas exteriores, e um perfeito amor ao próximo).
As duas teses que Lutero desenvolve nesse tratado são aparentemente contraditórias, mas, em verdade, são complementares:
·         "O cristão é um senhor libérrimo sobre tudo, a ninguém sujeito";
·         "O cristão é um servo oficiosíssimo de tudo, a todos sujeito".
A primeira tese é válida "na fé"; a segunda, "no amor".
[editar]A excomunhão
A 15 de junho de 1520, o Papa advertiu Lutero, com a bula "Exsurge Domine", onde o ameaçava com a excomunhão, a menos que, num prazo de setenta dias, repudiasse 41 pontos de sua doutrina, destacados pela Igreja..
Em outubro de 1520, Lutero enviou seu escrito "A Liberdade de um Cristão" ao Papa, acrescentando a frase significativa:
"Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus".
Enquanto isso, um rumor chegara de que Johan Ech saíra de Meissem com uma proibição papal, enquanto este se pronunciara realmente a 21 de setembro. O último esforço de paz de Lutero foi seguido, em 12 de dezembro, da queima da bula, que já tinha expirado há 120 dias, e o decreto papa de Wittenberg, defendendo-se com seus "Warum des Papstes und seiner Jünger Bücher verbrannt sind" e "Assertio omnium articulorum". O Papa Leão X excomungou Lutero a 3 de janeiro de 1521, na bula "Decet Romanum Pontificem".
A execução da proibição, com efeito, foi evitada pela relação do Papa com Frederico III da Saxônia, e pelo novo imperador, Carlos I de Espanha (Carlos V de Habsburgo), que julgou inoportuno apoiar as medidas contra Lutero, diante de sua posição face à Dieta.
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Castelo Wartburg em Eisenach.
[editar]A Dieta de Worms
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.pngVer artigo principal: Dieta de Worms
O Imperador Carlos V inaugurou a Dieta real a 22 de janeiro de 1521. Lutero foi chamado a renunciar ou confirmar seus ditos e foi-lhe outorgado um salvo-conduto para garantir-lhe o seguro deslocamento.
A 16 de abril, Lutero apresentou-se diante da Dieta. Johann Eck, assistente do Arcebispo de Trier, mostrou a Lutero uma mesa cheia de cópias de seus escritos. Perguntou-lhe, então, se os livros eram seus e se ele acreditava naquilo que as obras diziam. Lutero pediu um tempo para pensar em sua resposta, o que lhe foi concedido. Este, então, isolou-se em oração e depois consultou seus aliados e amigos, apresentando-se à Dieta no dia seguinte. Quando a Dieta veio a tratar do assunto, o conselheiro Eck pediu a Lutero que respondesse explicitamente à seguinte questão:
"Lutero, repeles seus livros e os erros que eles contêm?"
Lutero, então, respondeu:
"Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos da razão - porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável."
De acordo com a tradição, Lutero, então, proferiu as seguintes palavras:
"Não posso fazer outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude![17]
Nos dias seguintes, seguiram-se muitas conferências privadas para determinar qual o destino de Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, Lutero abandonou Worms. Durante seu regresso a Wittenberg, desapareceu.
O Imperador redigiu o Édito de Worms a 25 de maio de 1521, declarando Martinho Lutero fugitivo e herege, e proscrevendo suas obras.
[editar]Processo Romano
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Martinho Lutero e o Cardeal Caetano, em 1557
Em Junho de 1518, foi aberto o processo contra Lutero, com base na publicação das suas 95 Teses. Alegava-se, com o exame do processo, que ele incorria em heresia. Nas aulas que ministrava na Universidade de Wittenberg, espiões registravam seus comentários negativos sobre a excomunhão. Depois disso, em agosto de 1518, o processo foi alterado para heresia notória. Lutero foi convidado a ir a Roma, onde teria que desmentir sua doutrina.
Lutero recusou-se a fazê-lo, alegando razões de saúde; e pretendeu uma audiência em território alemão. O seu pedido baseava-se no argumento (Gravamina) da Nação Alemã. Seu pedido foi aceito, ele foi convidado para uma audiência com o cardeal Caetano de Vio(Tomás Caetano), durante a reunião das cortes (Reichstag) imperiais de Augsburg. Entre 12 e 14 de outubro de 1518, Lutero falou a Caetano. Este pediu-lhe que revogasse sua doutrina. Lutero recusou-se a fazê-lo.
Do lado romano, o caso pareceu terminado. Por causa da morte de Imperador Maximiliano I (janeiro de 1519), houve uma pausa de dois anos no andamento do processo. O Imperador tinha decidido que o seu sucessor seria Carlos (futuro Carlos V). Por causa das pertenças de Carlos em Itália, o papa renascentista Leão X receava o cerco do Estado da Igreja e procurava evitar que os príncipes-eleitoresalemães (Kurfürsten) renunciassem a Carlos.
O papel de protetor de Lutero assumido por Frederico, o sábio, levou a que Roma pedisse que Karl von Miltiz intercedesse junto ao príncipe por uma solução razoável. Após a escolha de Carlos V como imperador (26 de junho de 1519), o processo de Lutero voltaria a ser alvo de preocupações e trabalhos.
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Em junho de 1520, reapareceu a ameaça no escrito "Exsurge Domini" e, em janeiro de 1521, a bula "Decet Romanum Pontificem" excomungou Lutero. Seguiu-se, então, a ameaça oficial do imperador (Reichsacht).
Notável é, no entanto, que Lutero foi, mais uma vez, recebido em audiência, o que também deixou claras as diferenças entre o papado e o império. Carlos foi o último rei (após uma reconciliação) a ser coroado imperador pelo papa. Nos dias 17 e 18 de abril de 1521 Lutero foi ouvido na Dieta de Worms(conferência governativa) e, após ter negado a revogação da sua doutrina, foi publicado o Édito de Worms, banindo Lutero.
[editar]Exílio no Castelo de Wartburg
O seqüestro de Lutero durante a sua viagem de regresso da Dieta de Worms foi arranjado. Frederico, o sábio ordenou que Lutero fosse capturado por um grupo de homens mascarados a cavalo, que o levaram para o Castelo de Wartburg, em Eisenach, onde ele permaneceu por cerca de um ano. Deixou crescer a barba e tomou as vestes de um cavaleiro, assumindo o pseudônimo de Jörg. Durante esse período de retiro forçado, Lutero trabalhou na sua célebre tradução da Bíblia para o alemão.
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Martinho Lutero pregando no Castelo Wartburg, quadro de Hugo Vogel.
Com o início da estadia de Lutero em Wartburg, começou um período muito construtivo de sua carreira como reformista. Em seu "Deserto" ou "Patmos" (como ele mesmo chamava, em suas cartas) de Wartburg, começou a tradução da Bíblia, da qual foi impresso o Novo Testamento, em setembro de 1522.
Em Wartburg, ele produziu outros escritos, preparou a primeira parte de seu Guia para Párocos e "Von der Beichte" (Sobre a Confissão), em que nega a obrigatoriedade da confissão, e admite como saudável a confissão privada voluntária. Também escreveu contra o Arcebispo Albrecht, a quem obrigou, com isso, a desistir de retomar a venda das indulgências. Em seus ataques a Jacobus Latomus, avançou em sua visão sobre a relação entre a graça e a lei, assim como sobre a natureza revelada pelo Cristo, distinguindo o objetivo da graça de Deus para o pecador que, por acreditar, é justificado por Deus devido à justiça de Cristo, pois a graça salvadora reside dentro do homem pecador. Ainda mostrou que o "princípio da justificação" é insuficiente, ante a persistência do pecado depois do batismo - pela inerência do pecado em cada boa obra.
Lutero, amiúde, escrevia cartas a seus amigos e aliados, respondendo-lhes ou perguntando-lhes por seus pontos de vista e respondendo-lhes aos pedidos de conselhos. Por exemplo, Felipe Melanchthon lhe escreveu perguntando como responder à acusação de que os reformistas renegavam a peregrinação e outras formas tradicionais de piedade. Lutero respondeu-lhe em 1 de agosto de 1521:
"Se és um pregador da misericórdia, não pregues uma misericórdia imaginária, mas sim uma verdadeira. Se a misericórdia é verdadeira, deve penitenciar ao pecado verdadeiro, não imaginário. Deus não salva apenas aqueles que são pecadores imaginários. Conheça o pecador, e veja se os seus pecados são fortes, mas deixai que tua confiança em Cristo seja ainda mais forte, e que se alegre em Cristo que é o vencedor sobre o pecado, a morte e o mundo. Cometeremos pecados enquanto estivermos aqui, porque nesta vida não há um só lugar onde resida a justiça. Nós todos, sem embargo, disse Pedro (2ª Pedro 3:13), estamos buscando mais além um novo céu e uma nova terra onde a justiça reinará".
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Seu quarto no castelo de Wartburg, emEisenach.
Enquanto isso, alguns sacerdotes saxônicos haviam renunciado ao voto de castidade, ao mesmo tempo em que outros tantos atacavam os votos monásticos. Lutero, em seu De votis monasticis (Sobre os votos monásticos), aconselhava-os a ter mais cautela, aceitando, no fundo, que os votos eram geralmente tomados "com a intenção da salvação ou à busca de justificação". Com a aprovação de Lutero em seu "De abroganda missa privata (Sobre a abrogação da missa privada), mas contra a firme oposição de seu prior, os agostinianos de Wittenberg realizaram a troca das formas de adoração e terminaram com as missas. Sua violência e intolerância certamente desagradaram Lutero que, em princípios de dezembro, passou alguns dias entre eles. Ao retornar para Wartburg, escreveu "Eine treue Vermahnung … vor Aufruhr und Empörung" (Uma sincera admoestação por Martinho Lutero a todos os cristãos para que se resguardem da insurreição e rebelião). Apesar disso, em Wittengerg,Carlstadt e o ex-agostiniano Gabriel Zwilling reclamavam a abolição da missa privada e da comunhão em duas espécies, assim como a eliminação das imagens nas igrejas e a ab-rogação do celibato.
[editar]Regresso a Wittenberg e os Sermões Invocavit
No final do ano de 1521, os anabatistas de Zwickau se entregam à anarquia. Contrário a tais concepções radicais e temendo seus resultados, Lutero regressou em segredo a Wittenberg, em 6 de março de 1522. Durante oito dias, a partir de 9 de março (domingo de Invocavit) e concluindo no domingo seguinte, Lutero pregou outros tantos sermões que tornaram-se conhecidos como os "Sermões de Invocavit".
Nessas pregações, Lutero aconselhou uma reforma cuidadosa, que leve em consideração a consciência daqueles que ainda não estivessem persuadidos a acolher a Reforma. A consagração do pão foi restaurada por um tempo e o cálice sagrado foi ministrado somente àqueles do laicado que o desejaram. O cânon das missas, devido ao seu caráter imolatório, foi suprimido. Devido ao sacramento da confissão ter sido abolido, verificou-se a necessidade que muitas pessoas ainda tinham de confessar-se em busca do perdão. Esta nova forma de serviço foi dada a Lutero em "Formula missæ et communionis" (Fórmula da missa e Comunhão), de 1523. Em 1524 surgiu o primeiro hinário de Wittenberg, com quatro hinos.
Como aquela parte da Saxônia era governada pelo Duque Jorge, que proibira seus escritos, Lutero declarou que a autoridade civil não podia promulgar leis para a alma. Fez isso em sua obra: "Über die weltliche Gewalt, wie weit man ihr Gehorsam schuldig sei" (Autoridade Temporal: em que medida deve ser obedecida).
[editar]Matrimônio e família
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Catarina von Bora, esposa de Lutero (retrato feito por Lucas Cranach o Velho - 1526).
Em abril de 1523, Lutero ajudou 12 freiras a escaparem do cativeiro no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se Catarina von Bora, filha de nobre família, com quem veio a se casar, em 13 de junho de 1525. Desta união nasceram seis filhos: Johannes, Elisabeth, Magdalena, Martin, Paul e Margaretha. Dos seis filhos, Margaretha foi a única que manteve a linhagem até os dias de hoje. Um descendente ilustre da família Lutero é o ex-presidente alemão Paul von Hindenburg.
O casamento de Lutero com a ex-freira cisterciense incentivou o casamento de outros padres e freiras que haviam adotado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana.
[editar]Anti-semitismo
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Texto anti-semita de Martinho Lutero:Sobre os judeus e suas mentiras (1543)
Martinho Lutero foi anti-semita:[18][19][20]
"A Alemanha deve ficar livre de judeus, aos quais após serem expulsos, devem ser despojados de todo dinheiro e jóias, prata e ouro, e que fossem incendiadas suas sinagogas e escolas, suas casas derrubadas e destruídas (…), postos sob um telheiro ou estábulo como os ciganos (…), na miséria e no cativeiro assim que estes vermes venenosos se lamentassem de nós e se queixassem incessantemente a Deus". – "Sobre os judeus e suas mentiras" de Martinho Lutero.[21][22][23][24]
O historiador Robert Michael escreve que Lutero estava preocupado com a questão judaica toda a sua vida, apesar de dedicar apenas uma pequena parte de seu trabalho para ela.[25][26][27] Seus principais trabalhos sobre os judeus são Von den Juden und Ihren lügen ("Sobre os judeus e suas mentiras"), e Vom Schem Hamphoras und vom Geschlecht Christi ("Em Nome da Santa linhagem de Cristo") - reimpressas cinco vezes dentro de sua vida - ambas escritas em 1543, três anos antes de sua morte.[27] Nesses trabalhos Lutero afirmou que os judeus já não eram o povo eleito, mas o "povo do diabo".[27] A sinagoga era como "uma prostituta incorrigível e uma devassa maléfica" e os judeus estavam "cheios das fezes do demónio,... nas quais se rebolam como porcos"[26] Lutero aconselhou as pessoas à incendiarem às sinagogas, destruindo os livros judaicos, proibir osrabinos de pregar, e apreender os bens e dinheiro dos Judeus e também expulsá-los ou fazê-los trabalhar forçosamente.[24] Lutero também parecia aconselhar seus assassinatos,[28] escrevendo "É nossa a culpa em não matar eles."[29]
A campanha contra os judeus de Lutero foi bem sucedida na Saxónia, Brandenburg, e Silésia. Josel de Rosheim (1480-1554), que tentou ajudar os judeus na Saxónia, escreveu em seu livro de memórias a situação de intolerância foi causada por "(…) esse sacerdote cujo nome é Martinho Lutero - (…) seu corpo e alma vinculada até no inferno!! - que escreveu e publicou muitos livros heréticos no qual disse que quem ajudasse judeus seriam condenados à perdição."[30] Josel teria pedido a cidade de Estrasburgo para proibir a venda das obras antijudaicas de Lutero; porém seu pedido foi-lhe negado quando um pastor luterano de Hochfelden argumentou em um sermão que os seus paroquianos deviam assassinar judeus. O anti-semitismo de Lutero persistiu após a sua morte, ao longo de todo o ano 1580, motins expulsaram judeus de vários estados luteranos alemães.[27][31]
A opinião predominante[32] entre os historiadores é que a sua retórica antijudaica contribuiu significativamente para o desenvolvimento do anti-semitismo na Alemanha,[33][34][35][36][37] e na década de 1930 e 1940 auxiliou na fundamentação do ideal do nazismo de ataques a judeus.[38] O próprio Adolf Hitler em sua autobiografia Mein Kampf considerou Lutero uma das três maiores figuras da Alemanha, juntamente com Frederico, o Grande, e Richard Wagner.[39] Em 5 de outubro de 1933, o Pastor Wilhelm Rehm de Reutlingen, declarou publicamente, que "Hitler não teria sido possível, sem Martinho Lutero".[40] Julius Streicher, o editor do jornal Nazista Der Stürmer, argumentou durante sua defesa no julgamento de Nuremberg "que nunca havia dito nada sobre os judeus que Martinho Lutero não tivesse dito 400 anos antes".[41] Em novembro de 1933, uma manifestação protestante que reuniu um recorde de 20.000 pessoas, aprovou três resoluções:[42]
·         Adolf Hitler é a conclusão da Reforma;[42]
·         Judeus Batizados devem ser retirados da Igreja;[42]
·         O Antigo Testamento deve ser excluído da Sagrada Escritura.[42]
Diversos historiadores (entre os quais se destacam William L. Shirer e Michael H. Hart[43]) sugerem que a influência de Lutero tenha auxiliado a aceitação do nazismo na Alemanha pelos protestantes no século XX. Shirer fez a seguinte observação em Ascensão e queda do Terceiro Reich:
"É difícil compreender a conduta da maioria dos protestantes nos primeiros anos do nazismo, salvo se estivermos prevenidos de dois fatos: sua história e a influência de Martinho Lutero (para evitar qualquer confusão, devo explicar aqui que o autor é protestante). O grande fundador do protestantismo não foi só anti-semita apaixonado como feroz defensor da obediência absoluta à autoridade política. Desejava a Alemanha livre de judeus (…) – conselho que foi literalmente seguido quatro séculos mais tarde por Hitler, Göring eHimmler.[22]
Por outro lado, especialmente Shirer recebeu críticas por essa sua observação, sendo acusado de não conhecer suficientemente a história alemã e por ter interpretado incorretamente certos acontecimentos ou mesclado suas opiniões pessoais em seu livro.[44] Também os cristãos luteranos afirmam que a Igreja Luterana tem esse nome em homenagem ao seu mais famoso líder, porém não acata todos os escritos teológicos de Lutero, principalmente os escritos que atacam os judeus. Desde os anos 1980, alguns órgãos da Igreja Luterana formalmente denunciaram e dissociaram-se dos escritos de Lutero sobre os judeus. Em novembro de 1998, no 60º aniversário de Kristallnacht, a Igreja Luterana da Baviera emitiu uma afirmação: "é imperativo para a Igreja Luterana, que sabe que é endividada ao trabalho e a tradição de Martinho Lutero, de levar a sério também as suas declarações anti-judaicas, reconhece a sua função teológica, e reflete nas suas conseqüências. Temos que nos distanciar de cada [expressão de] antissemitismo na teologia Luterana."[45][46][47][48][49]
[editar]A guerra dos camponeses
A guerra dos camponeses (1524-1525) foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores. Revoltas de camponeses já tinham existido em pequena escala em Flandres (1321-1323), na França (1358), na Inglaterra (1381-1388), durante as guerras hussitas do século XV, e muitas outras até o século XVIII. Mas muitos camponeses julgaram que os ataques verbais de Lutero à Igreja e sua hierarquia significavam que os reformadores iriam igualmente apoiar um ataque armado à hierarquia social. Por causa dos fortes laços entre a nobrezahereditária e os líderes da Igreja que Lutero condenava, isso não seria surpreendente.
Já em 1522, enquanto Lutero estava em Wartburg, seu seguidor Thomas Münzer, comandou massas camponesas contra a nobreza imperial, pois propunha uma sociedade sem diferenças entre ricos e pobres e sem propriedade privada,[50] Lutero por sua vez defendia que a existência de "senhores e servos" era vontade divina,[50] motivo pelo qual eles romperam.[51] Lutero, desde cedo, argumentou com a nobreza e os próprios camponeses sobre uma possível revolta e também sobre Müntzer, classificando-o como um dos "profetas do assassínio" e colocando-o como um dos mentores do movimento camponês. Lutero escreveu a "Terrível História e Juízo de Deus sobre Tomas Müntzer", inaugurando essa linha de pensamento.
Na iminência da revolta (1524), Lutero escreveu a "Carta aos Príncipes da Saxônia sobre o Espírito Revoltoso", mostrando a tirania dos nobres que oprimiam o povo e a loucura dos camponeses em reagir através da força e a confiar em Müntzer como pregador. Houve pouca repercussão sobre esse escrito.
Ainda em 1524, Müntzer mudou-se para a cidade imperial de Mühlhausen, oferecendo-se como pregador. Lutero escreveu a "Carta Aberta aos Burgomestres, Conselho e toda a Comunidade da Cidade de Mühlhausen", com o propósito de alertar sobre as intenções de Müntzer. Também esse escrito não teve repercussão, pois o conselho da cidade se limitou a pedir informações sobre Müntzer na cidade imperial de Weimar.
O principal escrito dos camponeses eram os "Doze Artigos", onde suas reivindicações eram expostas. Neles havia artigos de fundo teológico (direito de ouvir o Evangelho através de pregadores chamados por eles próprios) e artigos que tratavam dos maus tratos (exploração nos impostos, etc.) impostos a eles pelos nobres. Os artigos eram fundamentados com passagens bíblicas e dizia-se que se alguém pudesse provar pelas Escrituras que aquelas reivindicações eram injustas, eles as abandonariam. Entre aqueles que se consideravam dignos de fazer tal coisa estava o nome de Martinho Lutero.
De fato, Lutero escreveu sobre os "Doze artigos" em seu livro "Exortação à Paz: Resposta aos Doze artigos do Campesinato da Suábia", de 1525. Nele, Lutero ataca os príncipes e senhores por cometerem injustiças contra os camponeses e ataca os camponeses pela rebelião e desrespeito à autoridade.
Também esse escrito não teve repercussão e, durante uma viagem pela região da Turíngia, Lutero pôde testemunhar as revoltas camponesas, o que o motivou a escrever o "Adendo: Contra as Hordas Salteadoras e Assassinas dos Camponeses", onde disse: "Contras as hordas de camponeses (…), quem puder que bata, mate ou fira, secreta ou abertamente, relembrando que não há nada mais peçonhento, prejudicial e demoníaco que um rebelde".[50] Tratava-se de um apêndice de "Exortação à Paz …", mas que, rapidamente, tornou-se um livro separado. O Adendo foi publicado quando a revolta camponesa já estava no final e os príncipes cometiam atrocidades contra os camponeses derrotados, de modo que o escrito causou grande revolta da opinião pública contra Lutero. Nele, Lutero encorajava os príncipes a castigarem os camponeses até mesmo com a morte.
Essa repercussão negativa obrigou Lutero a pregar um sermão no dia de pentecostes, em 1525, que se tornou o livro "Posicionamento do Dr. Martinho Lutero Sobre o Livrinho Contra os Camponeses Assaltantes e Assassinos", onde o reformador contesta os críticos e reafirma sua posição anterior.
Como ainda havia repercussão negativa, Lutero novamente se posicionou sobre a questão no seu "Carta Aberta a Respeito do Rigoroso Livrinho Contra os Camponeses", onde lamenta e exorta contra a crueldade que estava sendo praticada pelos príncipes, mas reafirma sua posição anterior.
Por fim, a pedido de um amigo, o cavaleiro Assa von Kram, Lutero redigiu "Acerca da Questão, Se Também Militares Ocupam uma Função Bem-Aventurada", em 1526, com o propósito de esclarecer questões sobre consciência do cristão em caso de guerra e sua função como militar.
[editar]A discordância com João Calvino
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João Calvino (Retrato de Calvino jovem, da coleção da Biblioteca de Genebra)
No movimento reformista (também chamado de Reforma), Lutero não concordou com o "estilo" de reforma de João Calvino. Martinho Lutero queria reformar a Igreja Católica,[52] enquanto João Calvino, acreditava que a Igreja estava tão degenerada, que não havia como reformá-la. Calvino se propunha a organizar uma nova Igreja que, na sua doutrina (e também em alguns costumes), seria idêntica à Igreja Primitiva. Já Lutero decidiu reformá-la, mas afastou-se desse objetivo, fundando, então, o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina registrada na Bíblia, e cujos usos e costumes não ficariam presos a convenções ou épocas. A doutrina luterana está explicitada no "Livro de Concórdia", e não muda, embora os costumes e formas variem de acordo com a localidade e a época.
[editar]Falecimento
O ex-monge agostiniano Martinho Lutero teve morte natural, embora não haja um consenso entre os seus biógrafos acerca da sua causa de morte. O historiador Frantz Funck-Brentano, por exemplo, escreveu em sua obra "Martim Lutero":
"Os dois médicos, que o tinham tratado nos últimos momentos, não puderam chegar a um acordo sobre a causa de sua morte, opinando um por um ataque de apoplexia, outro por uma angina pulmonar."[53]
A propósito, em 1521, por ocasião da Dieta de Worms (uma espécie de audiência imperial), foi publicado pelo Imperador Carlos V o Edito de Worms, pelo qual qualquer pessoa, ao menos teoricamente, estaria livre para matar Lutero sem correr o risco de sofrer qualquer sanção penal, já que, pelo referido Edito do Imperador, Lutero foi banido do Império como um fora-da-lei. Por receio de que algo de mal pudesse acontecer a Lutero durante viagem de regresso de Worms, Frederico III (ou Frederico, o Sábio), Príncipe-Eleitor da Saxônia, ordenou que Lutero fosse capturado e levado para o Castelo de Wartburg, onde estaria a salvo.
Provavelmente, foi por causa desse risco de morte que Lutero passou a correr que seu amigo disse que "tentaram matá-lo". Encontra-se sepultado na Igreja de Wittenberg em Wittenberg.[54]
[editar]Obras importantes
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As 95 Teses, de Lutero
Foi o autor de uma das primeiras traduções da Bíblia para alemão, algo que não era permitido até então sem especial autorização eclesiástica. Lutero, contudo, não foi o primeiro tradutor da Bíblia para alemão. Já havia várias traduções mais antigas. A tradução de Lutero, no entanto, suplantou as anteriores porque foi uma forma unificada do Hochdeutsch (dialetos alemães da região central e sul) e foi amplamente divulgada em decorrência da sua difusão por meio da imprensa, desenvolvida por Gutenberg, em 1453.
Lutero introduziu a palavra alleyn [55], [56] que não aparece no texto grego original[57] no capítulo 3:28 da Epístola aos Romanos. O que gerou controvérsia. Lutero justificou a manutenção do advérbio como sendo uma necessidade idiomática do alemão como por ser a intenção de Paulo[58].
O latim, língua do extinto Império Romano, permanecia a lingua franca européia, imediatamente conotada com o passado romano unificado, sendo também a língua da Vulgata traduzida por São Jerônimo no século V, tal como tinham sido transmitidos às províncias do Império. Por mais longínquas que fossem, nos menos de cem anos que separam a oficialização da religião cristã pelo Imperador Romano Teodósio I em 380 d.C. e a deposição do último imperador de Roma pelo Germânico Odoacro, em 476 d.C. (data avançada por Edward Gibbon e convencionalmente aceita como ano da queda do Império Romano do Ocidente), toda a região do antigo Império, ao longo dos seguintes 500 anos, e de forma mais ou menos homogênea, se cristianizou. O fim da perseguição à religião cristã pelo império romano se deu em 313 d.C. (Ver: Édito de Milão, Concílio de Niceia, Constantino I, A história do declínio e queda do império romano, Santo Jerónimo).
No entanto, o domínio do latim era, no século XVI, no fim da Idade Média (terminada oficialmente em 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Otomanos) e princípio da chamada Idade Moderna, apenas o privilégio de uma percentagem ínfima de população instruída, entre os quais os elementos da própria Igreja. A tradução de Lutero para o alemão foi simultaneamente um ato de desobediência e um pilar da sistematização do que viria a ser a língua alemã, até aí vista como uma língua inferior, dos servos e ignorantes. É preciso adicionar que Lutero não se opunha ao latim, e chegou mesmo a publicar uma edição revisada da tradução latina da Bíblia (Vulgata). Lutero escrevia tanto em latim como em alemão. A tradução da Bíblia para o alemão não significou, portanto, rejeição do latim como língua acadêmica.
Foi também autor da polêmica obra "Sobre os judeus e suas mentiras" (Von den Juden und ihren Lügen). Pouco conhecida, mas muito apreciada pelo próprio Lutero, foi sua resposta a "Diatribe" de Erasmo de Roterdã intitulada De servo arbitrio (Título da publicação em português: Da vontade cativa).
Martinho Lutero defendia o princípio da mortalidade da alma contrastando com a crença de João Calvino, que chamou à crença de Lutero "sono da alma".
[editar]Reabilitação de Lutero?
Segundo a Revista editada em conjunto pela Igreja Evangélica Metodista Portuguesa e a Igreja Evangélica Presbiteriana de Portugal, Portugal Evangélico, em sua edição nº 932[59], de 2008, oPapa Bento XVI, poderia vir a reabilitar Lutero. Segundo o texto, "Vozes autorizadas do Vaticano adiantavam que o Papa reabilitaria Martinho Lutero argumentando que nunca teria sido sua intenção dividir a Igreja mas sim lutar contra os abusos e práticas de corrupção da mesma". E complementa dizendo que "O Cardeal Walter Kasper, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, antecipava que estas declarações dariam nova coragem ao diálogo ecuménico e contradiriam, até certo ponto, as afirmações feitas em Julho do ano anterior denegrindo a fé, a ortodoxa e protestante, ao não considerar estes dois ramos do cristianismo como verdadeiras Igrejas". Porém, nesse mesmo ano, o site Agência Ecclesia, agência de notícias da Igreja Católica em Portugal, desmentiu essa notícia citando uma declaração do diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi dada ao jornal britânico Financial Times.[60]Segundo o religioso, essa afirmação “não tem nenhum fundamento” e que o termo “reabilitação” nunca seria o correto neste caso. Depois dessas notícias não houve mais informações até o momento sobre uma possível reabilitação de Lutero pela Igreja Católica.
[editar]Declaração conjunta sobre a doutrina da Justificação pela Fé
Em 31 de outubro de 1999, foi assinada uma Declaração Conjunta Sobre a Doutrina da Justificação pela Fé[61], redigida e aprovada pela Federação Luterana Mundial e pela Igreja Católica Apostólica Romana. O preâmbulo do documento diz que a declaração "quer mostrar que, com base no diálogo, as Igrejas luteranas signatárias e a Igreja católica romana estão agora em condições de articular uma compreensão comum de nossa justificação pela graça de Deus na fé em Cristo. Esta Declaração Comum (DC) não contém tudo o que é ensinado sobre justificação em cada uma das Igrejas, mas abarca um consenso em verdades básicas da doutrina da justificação e mostra que os desdobramentos distintos ainda existentes não constituem mais motivo de condenações doutrinais". A declaração pode ser resumida neste trecho: "Confessamos juntos que o pecador é justificado pela fé na acção salvífica de Deus em Cristo; essa salvação lhe é presenteada pelo Espírito Santo no baptismo como fundamento de toda a sua vida cristã. Na fé justificadora o ser humano confia na promessa graciosa de Deus; nessa fé estão compreendidos a esperança em Deus e o amor a Ele".[62]
Referências
1.      Ewald M. Plass, What Luther Says, 3 vols., (St. Louis: CPH, 1959), 88, no. 269; M. Reu, Luther and the Scriptures, Columbus, Ohio: Wartburg Press, 1944), 23.
2.      Luther, Martin. Concerning the Ministry (1523), tr. Conrad Bergendoff, in Bergendoff, Conrad (ed.) Luther's Works. Philadelphia: Fortress Press, 1958, 40:18 ff.
3.      Fahlbusch, Erwin and Bromiley, Geoffrey William. The Encyclopedia of Christianity. Grand Rapids, MI: Leiden, Netherlands: Wm. B. Eerdmans; Brill, 1999–2003, 1:244.
4.      Tyndale's New Testament, trans. from the Greek by William Tyndale in 1534 in a modern-spelling edition and with an introduction by David Daniell. New Haven, CT: Yale UniversityPress, 1989, ix–x.
5.      Bainton, RolandHere I Stand: a Life of Martin Luther. New York: Penguin, 1995, 269.
6.      Bainton, Roland. Here I Stand: a Life of Martin Luther. New York: Penguin, 1995, p. 223.
7.      Hendrix, Scott H. "The Controversial Luther"Word & World 3/4 (1983), Luther Seminary, St. Paul, MN, p. 393: "And, finally, after the Holocaust and the use of his anti-Jewish statements by National Socialists, Luther's anti-semitic outbursts are now unmentionable, though they were already repulsive in the sixteenth century. As a result, Luther has become as controversial in the twentieth century as he was in the sixteenth." Also see Hillerbrand, Hans. "The legacy of Martin Luther", in Hillerbrand, Hans & McKim, Donald K. (eds.) The Cambridge Companion to Luther. Cambridge University Press, 2003.
8.      Schwiebert, p. 128.
9.      Schwiebert, p. 136.
10.    Roland H. Bainton, "The Gospel," em Here I Stand: a Life of Martin Luther (New American Library, 1950), pp. 40-42.
11.    Vidal, p. 108
12.    [1]
13.    Philip Schaff, History of the Christian Church (Charles Scribner's Sons, 1910), 7:99; W.G. Polack, The Story of Luther (Concordia Publishing House, 1931), p. 45.
14.    Optime facit papa, quod non potestate clavis (quam nullam habet) sed per modum suffragii dat animabus remissionem. (Tese 26)
15.    Este ponto da doutrina luterana fica clara na refutação feita pelo Papa Leão X na sua bulaExsurge Domine
16.    Martinho Lutero, An Open Letter to The Christian Nobility of the German Nation Concerning the Reform of the Christian Estate, 1520, trad. C. M. Jacobs, em Works of Martin Luther: With Introductions and Notes, Volumen 2 (A. J. Holman Company, 1915; Project Wittenberg, 2006)
17.    Frase extraída de página luterana alemã.
18.    Luther’s Works, Pelikan, Vol. XX, pág.: 2230).
19.    Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism (Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo) (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107
20.    Oberman, Heiko A. The Roots of Anti-Semitism in the Age of Renaissance and Reformation. James I. Porter, trans. Philadelphia: Fortress Press, 1984. ISBN 0-8006-0709-0.
21.    Neumann, Behemoth, pág. 109. Projeto Anti-semitismo" do Instituto de Pesquisas Sociais, publicado em Studies in Philosophy and Social Science". 1940.
22.   ↑ a b Ascensão e queda do Terceiro Reich Triunfo e Consolidação 1933-1939. Volume I.William L. Shirer. Tradução de Pedro Pomar. Agir Editora Ldta., 2008. ISBN 978-85-220-0913-8
23.    Martim Lutero: Concerning the Jews and their lies (A respeito dos judeus e suas mentiras), reimpresso em Talmage, Disputation and Dialogue, pág.: 34-36.
24.   ↑ a b Luther, Martin. "On the Jews and Their Lies," Luthers Werke. 47:268-271.
25.    Stöhr, Martin. "Die Juden und Martin Luther," in Kremers, Heinz et al (eds.) Die Juden und Martin Luther; Martin Luther und die Juden.. 1985, 1987 (Segunda edição). p. 90.
26.   ↑ a b Oberman, Heiko. Luther: Between Man and Devil. New Haven, 1989.
27.   ↑ a b c d Michael, Robert. Holy Hatred: Christianity, Antisemitism, and the Holocaust. New York: Palgrave Macmillan, 2006, p. 110.
28.    Michael, Robert. "Luther, Luther Scholars, and the Jews," Encounter, 46 (Autumn 1985) No.4:343.
29.    Luther, Martin. On the Jews and Their Lies, cited in Michael, Robert. "Luther, Luther Scholars, and the Jews," Encounter 46 (Autumn 1985) No. 4:343-344.
30.    Marcus, Jacob Rader. The Jew in the Medieval World, p. 198.
31.    Vincent Fettmilch, On the Jews and their
32.    Lutheran Quarterly, n.s. 1 (Spring 1987) 1:72-97.
33.    Berger, Ronald. Fathoming the Holocaust: A Social Problems Approach (New York: Aldine De Gruyter, 2002), 28.
34.    Rose, Paul Lawrence. "Revolutionary Antisemitism in Germany from Kant to Wagner," (Princeton University Press, 1990), quoted in Berger, 28);
35.    Johnson, Paul. A History of the Jews (New York: HarperCollins Publishers, 1987), 242.
36.    History of Anti-Semitism: From the Time of Christ to the Court Jews. (N.P.: University of Pennsylvania Press, 2003), 216.
37.    The World Must Know. (Baltimore: Johns Hopkins University Press and the United States Holocaust Memorial Museum, 1993, 2000), 8–9.
38.    Grunberger, Richard. The 12-Year Reich: A Social History of Nazi German 1933-1945(NP:Holt, Rinehart and Winston, 1971), 465.
39.    Adolf Hitler. Mein Kampf, pág.: 213. ISBN 0-395-92503-7.
40.    in Heinonen, Anpassung und Identität 1933-1945 Göttingen 1978 p.150
41.    (Dennis Prager e Joseph Telushkin: Why the Jews? The reason for anti-Semitism [Por que os Judeus: A causa do anti-semitismo] (Nova York: Simon & Shuster, 1983), p. 107.)
42.   ↑ a b c d Buchheim, Glaubnskrise im 3.Reich,124-136
43.    Hart, Michael H. The 100: A Ranking of the Most Influential Persons in History, 1978 (Revised Edition, 1992), pág 174
44.    Rosenfeld, Gavriel D. Journal of Contemporary History, Vol. 29, No. 1 (Jan., 1994). "The Reception of William L. Shirer's the Rise and Fall of the Third Reich in the United States and West Germany, 1960-62. pág.: 95-96, 98
49.    "Time to Turn", The Evangelical [Protestant Churches in Austria and the Jews. Declaration of the General Synod of the Evangelical Church A.B. and H.B., October 28, 1998.].
50.   ↑ a b c História. Volume Único. Gislane Campos Azevedo e Reinaldo Seriacopi. Editora Ática. 2007. ISBN 978-85-08-11075-9. Pág.: 143.
51.    História das cavernas ao terceiro milênio. Myriam Becho Mota. Patrícia Ramos Braick. Volume I. Editora Moderna. ISBN 85-16-0402-4. Pág.: 179.
52.    História e Vida integrada. Nelson Piletti e Claudino Piletti. 2008. Editora ática. Pág.: 81. ISBN 978-85-08-10049-1.
53.    FUNCK-BRENTANO, Frantz. Martim Lutero. 3. ed. Rio de Janeiro: Vecchi, 1968, p. 277.
55.    Pronome indefinido alemão semelhante ao all inglês, no texto de Lutero ganha o significado de só, somente.
56.    The 1522 "Testament" reads at Romans 3:28: "So halten wyrs nu, das der mensch gerechtfertiget werde, on zu thun der werck des gesetzs, alleyn durch den glawben" (emphasis added to the German word for "all.". Apud en:WP
57.    The Greek text reads: λογιζόμεθα γάρ δικαιоῦσθαι πίστει ἄνθρωπον χωρὶς ἔργων νόμου ("for we reckon a man to be justified by faith without deeds of law")
58.    Martin Luther, On Translating: An Open Letter (1530), Luther's Works, 55 vols., (St. Louis and Philadelphia: Concordia Publishing House and Fortress Press), 35:187&ndahs;189, 195; cf. also Heinz Bluhm, Martin Luther Creative Translator, (St. Louis: Concordia Publishing House, 1965), 125–137. Apud en:WP
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