segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento XVI anuncia que renunciará em 28 de fevereiro


O Papa afirma não ter forças para dirigir a Igreja por causa de sua idade

Publicação: 11/02/2013 08:39 Atualização: 11/02/2013 16:34
O Papa Bento XVI anunciou nesta segunda-feira (11) que renunciará em 28 de fevereiro, durante um discurso pronunciado em latim durante uma reunião de Cardeais no Vaticano, informou à AFP o porta-voz da Santa Sé.

"O Papa anunciou que renunciará a seu ministério às 20H00 (16H00 de Brasília) de 28 de fevereiro. Começará assim um período de 'sede vacante'", afirmou o padre Federico Lombardi, em um anúncio praticamente sem precedentes na Igreja Católica.
Papa Bento XVI celebra missa em palco armado em frente à basílica de Nossa Senhora Aparecida (Valter Campanato/ABr)
Papa Bento XVI celebra missa em palco armado em frente à basílica de Nossa Senhora Aparecida
Com 85 anos, Bento XVI justificou que a idade avançada o motivou a deixar o cargo ao "não ter mais forças" para comandar o Vaticano."Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de fevereiro de 2013, às 20h horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vaga e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice", informou o papa por meio de uma carta.

Considerado uma eminência parda durante o papado de João Paulo II, o então cardeal Joseph Alois Ratzinger defendeu que seu antecessor deixasse o cargo ao não ter mais condições para comandar o Vaticano.

A decisão pegou de surpresa até as pessoas mais próximas a Bento XVI, que em 2012 enfrentou um escândalo depois que seu mordomo vazou documentos confidenciais da Santa Sé para a imprensa. Casos de pedofilia também voltaram a ter destaque e em janeiro de 2013 documentos divulgados pelo jornal Los Angeles Times mostraram lideres da igreja discutindo como encobrir supostos crimes de sacerdotes na Califórnia na década de 1980.

A "idade avançada" e a necessidade de "vigor" para o cargo levaram Bento XVI à decisão de renunciar. A explicação foi dada pelo próprio pontífice em carta distribuída nesta segunda-feira pela Rádio Vaticano. "Cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério". No texto, ele afirma estar "incapacitado" para o cargo.

Bento XVI afirma que chegou à decisão após "ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus". "Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo quer do espírito", disse.

Na carta, o líder católico afirma que este vigor necessário ao cargo "nos últimos meses foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado".

Bento XVI termina a carta pedindo perdão aos católicos por sua decisão. "Verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos", disse. "Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus"

Com saída de Bento 16, América Latina pode eleger seu 1o papa


TOM HENEGHAN - Reuters
Com o anúncio surpreendente do papa Bento 16 de que vai renunciar no final deste mês, pode estar chegando o momento de a Igreja Católica Romana eleger seu primeiro líder de fora da Europa, e poderia ser um latino-americano.
A região já representa 42 por cento da população católica mundial de 1,2 bilhão, o maior bloco único na Igreja, em comparação com 25 por cento na Europa.
Depois dos papas João Paulo e Bento, um polonês e um alemão, o posto no passado reservado para italianos está agora aberto a todos.
Dois altos funcionários do Vaticano recentemente deram sugestões claras sobre possíveis sucessores, indicando que o próximo papa poderia muito bem ser da América Latina.
"Eu conheço muitos bispos e cardeais da América Latina que poderiam assumir a responsabilidade pela Igreja universal", afirmou o arcebispo Gerhard Mueller, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.
O cardeal suíço Kurt Koch, chefe do departamento do Vaticano para a unidade dos cristãos, disse ao jornal Tagesanzeiger, em Zurique, que o futuro da Igreja não estava na Europa.
"Seria bom se houvesse candidatos da África ou América do Sul no próximo conclave", declarou ele, referindo-se à eleição a portas fechadas na Capela Sistina, no Vaticano.
Se realmente for a vez da América Latina, os principais candidatos parecem ser Dom Odilo Scherer, arcebispo da diocese de São Paulo, ou o ítalo-argentino Leonardo Sandri, agora à frente do departamento do Vaticano para as Igrejas Orientais.
FAVORITOS NESTE MOMENTO
Embora não haja candidatos oficiais, segue uma lista de "papáveis" (potenciais papas) mencionados com mais frequência recentemente. A lista está em ordem alfabética e poderá mudar entre agora e quando o conclave for realizado, provavelmente em março.
- João Braz de Aviz, (Brasil, 65) trouxe ar fresco para o departamento do Vaticano para congregações religiosas quando ele assumiu em 2011. Ele apoia a preferência para os pobres na teologia da libertação da América Latina, mas não os excessos de seus defensores.
- Timothy Dolan, (EUA, 62) tornou-se a voz do catolicismo dos EUA depois de ser nomeado arcebispo de Nova York, em 2009. Seu humor e dinamismo impressionaram o Vaticano, onde as duas coisas estão em falta. Mas cardeais estão receosos de um "superpapa" e seu estilo pode ser norte-americano demais para alguns.
- Marc Ouellet, (Canadá, 68) é o chefe da Congregação para os Bispos. Ele disse uma vez que se tornar papa "seria um pesadelo". Apesar de bem relacionado, o secularismo generalizado de sua Quebec nativa poderia atrapalhá-lo.
- Gianfranco Ravasi, (Itália, 70) é ministro da Cultura do Vaticano desde 2007 e representa a Igreja para o mundo da arte, ciência, cultura e até mesmo para ateus. Este perfil poderia prejudicá-lo se os cardeais decidirem que precisam de um pastor experiente em vez de outro professor como papa.
- Leonardo Sandri, (Argentina, 69) nasceu em Buenos Aires de pais italianos. Ele deteve o terceiro posto mais alto do Vaticano como chefe de gabinete em 2000-2007, mas não tem experiência pastoral.
- Odilo Pedro Scherer, (Brasil, 63) é considerado o mais forte candidato da América Latina. Arcebispo de São Paulo, a maior diocese do maior país católico, ele é conservador em seu país, mas considerado moderado nos demais lugares. O rápido crescimento das igrejas protestantes no Brasil poderia pesar contra ele.
- Christoph Schoenborn, (Áustria, 67) é um ex-aluno de Bento com um toque pastoral que o pontífice não tem. O arcebispo de Viena foi classificado como "papável" desde a edição do catecismo da Igreja na década de 1990.
- Angelo Scola, (Itália, 71) é arcebispo de Milão, um trampolim para o papado, e muitos italianos apostam nele. Especialista em bioética, ele também conhece o Islã como chefe de uma fundação para promover a compreensão entre muçulmanos e cristãos. Sua densa oratória pode irritar cardeais que buscam um comunicador caristmático.
- Luis Tagle (Filipinas, 55) tem um carisma muitas vezes comparado com o do falecido papa João Paulo 2o. Ele também é próximo ao papa Bento depois de trabalhar com ele na Comissão Teológica Internacional. Embora tenha muitos fãs, ele só se tornou cardeal em 2012.
- Peter Turkson (Gana, 64) é o principal candidato africano. Chefe do escritório de justiça e paz do Vaticano, é o porta-voz da consciência social da Igreja e apoia a reforma financeira mundial. 

Neymar critica deputado do PSOL e explica recusa de convite da Mocidade


iG São Paulo

Chico Alencar criticou Neymar por recusa em cima da hora à convite de escola carioca. Jogador o chamou de mentiroso e em nota explicou o ocorrido



Flickr/Santos F.C.
Neymar reclamou das críticas de Chico Alencar
Neste sábado, o atacante Neymar divulgou uma nota oficial explicando sua recusa em participar do desfile da Mocidade Independente de Padre Miguel no carnaval do Rio de Janeiro e rebateu acusações feitas pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).
Alencar publicou em sua conta de twitter uma mensagem criticando o atleta. "Neymar, bolinha miúda em Londres, dá baita bolo na Mocidade de Pe Miguel: pede carro alegórico para ele e 12 amigos e, ontem, avisa que não vai mais", publicou.
Agradecido pelo convite da tradicional escola de samba carioca, o craque santista negou que tenha cancelado sua participação pouco antes do próprio desfile. Segundo Neymar, a escola foi avisada em 11 de janeiro que ele não poderia participar. Neymar defende o Santos em partida contra o Paulista no Pacaembu neste domingo .
As acusações de Alencar foram definidas como mentirosas por Neymar, que criticou o deputado. "Só espero que quando o deputado precisar de informações para decidir seu voto em alguma votação importante para o País na Câmara dos Deputados, ele se informe "um pouco melhor" do que fez com relação a este assunto", afirmou o atacante.
Neymar usa visual platinado no Paulistão 2013. Foto: Gazeta Press
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Confira a nota de Neymar na integra:
Fiquei indignado quando soube das notícias informando que teria desistido, nesta semana, de desfilar pelo GRES Mocidade Independente de Padre Miguel, no Rio de Janeiro.
Primeiramente queria agradecer publicamente o convite e dizer que foi uma honra enorme ser lembrado para participar do desfile de uma escola tão tradicional e vencedora no Rio de Janeiro como o GRES Mocidade Independente de Padre Miguel.
Gostaria de esclarecer a todos os que trabalham na escola, seus simpatizantes e aos que como eu gostam do carnaval carioca que são totalmente mentirosas as notícias que estão sendo publicadas pela imprensa.
Em e-mails trocados entre o representante do Santos FC/NR Sports, Sr. Eduardo Musa, com a Sra. Mara Ribeiro, que se apresentou como representante da Escola de Samba, deixamos claro desde o dia 11 de Janeiro de 2012 que, diante da compreensível necessidade da escola da confirmação da minha presença com antecedência, eu não participaria do desfile e que eles ficassem a vontade para alterar o projeto do carro alegórico. Repito: Informei à representante da escola em 11 de Janeiro que não participaria do desfile.
Também é completamente mentirosa a afirmação que eu "exigi" a presença de 12 amigos no carro alegórico. A oferta partiu da mesma representante mas sequer foi levada adiante por mim em razão da impossibilidade da minha participação.
Todos sabem que um atleta profissional de futebol não decide sua própria agenda. Seria irresponsabilidade minha confirmar presença com a antecedência necessária sem saber se jogaria no dia do desfile. Isso sem falar que é necessária a autorização do Santos FC.
Dessa forma, penso ter esclarecido todas as questões sobre o episódio. Se alguém em algum momento confirmou minha participação não fui eu ou alguém que comigo trabalha. Ficou claro também que a representante da escola, única pessoa com quem conversamos, estava formalmente informada em tempo hábil.
Acrescento ainda que ontem (08/02) o Sr. Eduardo Musa, no mesmo instante que soube das notícias, fez contato telefônico com a Sra. Mara Ribeiro pedindo que a Escola esclarecesse o assunto. A representante respondeu que não encontrou o Presidente da Escola de Samba para autorizar a divulgação de nota.
Todos os e-mails que trocamos sobre o assunto estão a disposição para quem quiser confirmar o que afirmo.
E quando digo para "todas as pessoas", isso vale também para o Deputado Federal Chico Alencar que ajudou a divulgar essa mentira através da sua conta pessoal do Twitter. Só espero que quando o deputado precisar de informações para decidir seu voto em alguma votação importante para o País na Câmara dos Deputados, ele se informe "um pouco melhor" do que fez com relação a este assunto.

Veja quem são os brasileiros que podem se tornar papa


Cinco cardeais do País estarão no conclave que escolherá o novo líder da Igreja Católica, sendo também elegíveis ao cargo


BBC
Cinco brasileiros estarão entre os eleitores que escolherão o chefe da Igreja Católica em umacerimônia secreta na Capela Sistina nas próximas semanas. Os cinco cardeais são também potenciais sucessores de Bento 16 .
País com a maior população católica do mundo, o Brasil possui nove cardeais, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite de 80 anos para votar.
Veja quem são os brasileiros com chances de virar papa:
Agência Brasil
Dom Odilo Pedro Scherer
Dom Odilo Scherer
O cardeal arcebispo de São Paulo é um dos nomes brasileiros mais frequentes nas listas de possíveis sucessores de Bento 16. Gaúcho de Cerro Largo e descendente de imigrantes alemães, dom Odilo é mestre em Filosofia e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Dom Odilo foi ordenado padre em 1976 no Paraná, onde foi criado, e é considerado um moderado em termos doutrinários. Em 2007 sucedeu dom Cláudio Hummes na Arquidiocese de São Paulo. Em 2012, Scherer envolveu-se em uma polêmica ao desprezar o candidato mais votado para a reitoria da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC). Ele escolheu um nome mais alinhado à cúpula da Igreja Católica, causando revolta entre alunos e professores.
Divulgação
Dom João Braz de Aviz
Dom João Braz de Aviz
Ex-arcebispo de Brasília, Dom João Braz de Aviz é hoje, aos 65 anos, o brasileiro que ocupa o mais alto cargo na hierarquia vaticana. Nascido em Mafra, em Santa Catarina, foi ordenado bispo auxiliar de Vitória, no Espírito Santo, em 1994 e chefe da igreja em Brasília, em 2004.
Em 2011 deixou a capital federal para ocupar o cargo de prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica no Vaticano. No ano seguinte, foi nomeado cardeal por Bento 16.
Agência Brasil
Dom Cláudio Hummes
Dom Cláudio Hummes
O cardeal dom Cláudio Hummes, de 78 anos, é um dos brasileiros com maior trânsito na burocracia vaticana.
Ex-arcebispo de São Paulo, foi prefeito para a Congregação para o Clero (espécie de ministro papal) até 2011. Desde então, é membro da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Gaúcho da cidade de Montenegro, era considerado um dos mais possíveis sucessores do antigo papa João Paulo 2º. Devido à idade, tem as chances reduzidas neste momento.
Agência Brasil
Dom Raymundo Damasceno Assis
Dom Raymundo Damasceno Assis
Cardeal arcebispo de Aparecida, São Paulo, dom Raymundo Damasceno também é presidente da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).
Mineiro de Capela Nova, deve renunciar em breve à Arquidiocese de Aparecida, já que alcançou a idade limite de 75 anos.
Dom Raymundo Damasceno é doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e foi ordenado bispo de Brasília em 1986.
Divulgação
Dom Geraldo Majella Agnelo
Dom Geraldo Majella Agnelo
Arcebispo aposentado de Salvador, o cardeal dom Geraldo Majella Agnello nasceu em Juiz de Fora (MG) tem 79 anos. Ele deixou a chefia da igreja na capital baiana quando completou 75 anos, mas ainda terá direito a voto na eleição do novo papa.
Dom Geraldo foi ordenado padre em São Paulo em 6 de agosto de 1978, no dia da morte do papa Paulo 6º. Aos 44 anos virou bispo de Toledo, no Paraná. Doutor em Teologia pelo Pontifício Ateneu Santo Anselmo de Roma, foi indicado arcebispo de Salvador em 1999.

    Veja quem são os cardeais mais cotados para ser o novo papa


    Conheça os religiosos apontados como mais prováveis sucessores de Bento 16, que renunciou nesta segunda-feira


    renúncia do papa Bento 16 , anunciada nesta segunda-feira, coloca em andamento um complexo processo para a escolha do novo líder da Igreja Católica. Segundo a última lista do Vaticano, atualizada há duas semanas, um total de 119 cardeais estão aptos a votar (aqueles com menos de 80 anos), incluindo cinco brasileiros .
     Veja os nomes mais cotados:
    Reprodução
    Peter Turkson, cardeal de Gana
    Peter Turkson, cardeal de Gana
    Tido como favorito em duas casas de aposta, é presidente do Pontifício Conselho por Justiça e Paz e foi nomeado cardeal por João Paulo 2º após quase 30 anos de sua ordenação.
    Nascido em 1948 em Nsuta-Wassaw, uma região mineira na região oeste de Gana, é filho de uma metodista e um católico.
    Estudou e lecionou em Nova York e Roma antes de se tornar padre, em 1975. Poliglota, fala fante, uma das línguas de Gana, inglês, francês, italiano, alemão, entre outras, além de entender latim e grego.
    Sua popularidade no oeste da África é impuldionada por participações televisivas regulares, principalmente uma aparição semanal no canal estatal de Gana.
    Reprodução
    Angelo Scola, arcebispo de Milão
    Angelo Scola, arcebispo de Milão
    Principal candidato italiano, é filho de um motorista de caminhão e nasceu em 1945 na Lombardia. Ordenado em 1970, é doutor em filosofia e teologia e foi professor do Instituto João Paulo 2º para Estudos sobre Casamento e Família.
    Tornou-se bispo de Grosseto em 1991, patriarca de Veneza em 2002, arcebispo de Milão em 2002 e cardeal um ano depois. Fundou uma revista em árabe, chamada Oasis, para melhorar os contatos e o diálogo entre cristãos e muçulmanos.
    Reprodução
    Marc Ouellet, cardeal do Canadá
    Marc Ouellet, cardeal do Canadá
    Prefeito da Congregação de Bispos há trê anos, é um dos homens mais poderosos do Vaticano. Poliglota, tem 68 anos e nasceu em Quebec, no Canadá. O cargo faz de Ouellet um candidato natural a papa, mas em 2010 ele disse que não esperava chegar a tal posição.
    Estudou na Universidade de Laval, no Grande Seminário de Montreal e na Universidade de Montreal antes de ser ordenado, em 1968. Passou anos vivendo e lecionando na Colômbia, o que pode torná-lo a opção defendida por religiosos latino-americanos. Com fama de conservador, é tipo como próximo a Bento 16. 
    Reprodução
    Francis Arinze, cardeal da Nigéria
    Francis Arinze, cardeal da Nigéria
    Nascido em Eziowelle, na Nigéria, em 1932, foi enviado quando criança para uma escola missionária irlandesa e logo decidiu virar padre. Foi ordenado em 1958 e começou a dar aulas de liturgia e filosofia no sudeste de seu país natal e também na Inglaterra.
    Foi consagrado bispo em 1965 e se tornou arcebispo dois anos depois. Liderou o órgão que hoje é conhecido como Pontifício Conselho pelo Diálogo Inter-religioso, responsável pelo relacionamento do Vaticano com outras religiões.

    Chance da América Latina
    Com dois africanos e um americano na lista dos mais cotados, há expectativa de que esteja chegando o momento de a Igreja Católica Romana eleger seu primeiro líder de fora da Europa. A América Latina que hoje representa 42%da população católica mundial de 1,2 bilhão, é forte candidata a eleger o próximo líder da religião.
    Depois dos papas João Paulo e Bento, um polonês e um alemão, o posto no passado reservado para italianos está agora aberto a todos.
    Dois altos funcionários do Vaticano recentemente deram sugestões claras sobre possíveis sucessores, indicando que o próximo papa poderia muito bem ser da América Latina. "Eu conheço muitos bispos e cardeais da América Latina que poderiam assumir a responsabilidade pela Igreja universal", afirmou o arcebispo Gerhard Mueller, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé.
    O cardeal suíço Kurt Koch, chefe do departamento do Vaticano para a unidade dos cristãos, disse ao jornal Tagesanzeiger, em Zurique, que o futuro da Igreja não estava na Europa.
    "Seria bom se houvesse candidatos da África ou América do Sul no próximo conclave", declarou ele, referindo-se à eleição a portas fechadas na Capela Sistina, no Vaticano.
    Se realmente for a vez da América Latina, os principais candidatos parecem ser Dom Odilo Scherer, arcebispo da diocese de São Paulo, ou o ítalo-argentino Leonardo Sandri, agora à frente do departamento do Vaticano para as Igrejas Orientais.

    Papa Bento 16 anuncia renúncia ao cargo


    Pontífice deixará o cargo oficialmente em 28 de fevereiro; Bento 16 justificou saída por sua idade avançada e falta de vigor

    iG São Paulo

    O papa Bento 16 anunciou nesta segunda-feira (11) que vai renunciar ao seu cargo em 28 de fevereiro de 2013. Segundo o Vaticano, o papa informou sobre sua decisão em latim durante um encontro de cardeais do Vaticano nesta manhã. Ele enfatizou que o cumprimento dos deveres de um papa requer "vigor tanto da mente quanto do corpo".
    AP
    Papa Bento 16 anuncia sua renúncia em encontro de cardeais no Vaticano

    A decisão abre caminho para a realização de um conclave que elegerá um novo papa antes da Páscoa . O anúncio de Bento 16 surpreendeu até mesmo seus colaboradores mais próximos e chocou o mundo católico - composto por mais de um bilhão de fiéis pelo mundo.
    "Depois de fazer um repetido exame da minha consciência diante de Deus, eu tive a certeza que minhas forças, devido à minha idade avançada, não são mais adequadas para exercer o ministério petrino", disse Bento 16 aos cardeais. "Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando."
    "Entretanto, no mundo de hoje, sujeito a tantas mudanças rápidas e e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e proclamar o Evangelho, é necessário o vigor tanto da mente quanto do corpo - vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado."
    Bento 16, 85 anos, se tornou papa em 2005, após a morte de João Paulo 2º. Esse é o primeiro caso de renúncia no papado em quase 600 anos. O último papa a renunciar foi Gregório 12, que se retirou do cargo a contragosto em 1415 em um acordo para colocar fim ao Grande Cisma do Ocidente. O último pontífice a renunciar por vontade própria foi Celestino 5, em 1294, após apenas cinco meses de pontificado.
    O Vaticano destacou que nenhuma condição médica específica influenciou na decisão de Bento 16, mas nos últimos anos, a mobilidade do papa ficou bastante reduzida. O número de viagens diminuiu e para chegar ao altar da Basílica de São Pedro, no Vaticano, ele tem utilizado uma plataforma móvel. O irmão do papa, Georg Ratzinger, informou que Bento 16 pensava na renúncia havia meses e que a idade avançada estava pesando sobre ele .
    De acordo com o Vaticano, logo após sua renúncia, Bento 16 vai para o Castelo Gandolfo, o retiro de verão do papa no sul de Roma, e, em seguida, iria viver em um monastério. 
    Estava programada uma visita ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude em julho desde ano. Até lá, o sucessor já terá sido anunciado e, provavelmente, fará a viagem no lugar de Bento 16 .
    Novo papa
    A decisão abre caminho para a realização de um conclave que elegerá o sucessor de Bento 16. O diretor de imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou que "para a Páscoa, teremos o novo papa".
    Com a renúncia, o conclave será realizado mais rapidamente, uma vez que o tradicional período de luto que segue a morte de um papa não será realizado. A renúncia permite também que Bento 16 tenha uma influência sobre a escolha de seu sucessor. 
    Ele já colocou sua marca no Colégio dos Cardeais, responsáveis por eleger o próximo papa, garantindo assim seu legado conservador e um futuro ortodoxo para a Igreja. Bento 16 caracterizou sua renúncia como "uma decisão de grande importância para a vida da igreja".
    Os seus possíveis sucessores incluem o cardeal Angelo Scola, arcebispo de Milão, o cardeal Cristoph Schoenborn, arcebispo de Viena, e o cardeal Marc Ouellet, cardeal chefe do gabinete de bispos do Vaticano.
    Todos os cardeais com idade inferior a 80 anos podem votar no conclave, a reunião secreta que ocorre na Capela Sistina, onde os cardeais realizam a eleição do novo papa. Como tradição, as cédulas são queimadas; quando sai fumaça preta da chaminé significa que nenhum papa foi escolhido e quando sai fumaça branca significa que um novo papa foi eleito.
    A renúncia é permitida no papado; as leis especificam somente que a renúncia deve ser "feita livremente e manifestada apropriadamente". 
    Relembre a trajetória do papa Bento 16
    Bento 16 já havia alertado para a possibilidade de renunciar se ele estivesse doente ou velho demais para continuar no cargo em 2010, quando foi entrevistado no livro Luz do Mundo (tradução livre). 
    "Se um papa percebe claramente que não tem mais condições físicas, psicológicas e espirituais de encarregar-se dos deveres de seu cargo, ele tem o direito e, sob certas circunstâncias, a obrigação de renunciar", disse. 
    Aos 78 anos, o cardeal Joseph Ratzinger foi um dos papas eleitos com idade mais avançada. Seu papado foi marcado por uma das maiores crises na Igreja Católica - acusações de abuso sexual contra crianças envolvendo padres.