terça-feira, 12 de março de 2013

Dilma enfrenta protestos em Alagoas


Manifestantes alternavam apitos com palavras de ordem contra a presidente e outros políticos, como Renan Calheiros e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela

Agência Estado 
Agência Estado
As promessas da presidente Dilma Rousseff aos nordestinos foram feitas com a trilha sonora de apitos insistentes de um pequeno grupo de manifestantes que conseguiu chegar até o local do evento, no canteiro de obras da construtora Queiroz Galvão, em Água Branca (AL). Munidos de cartazes contra políticos de vários partidos, os participantes diziam não fazer parte de qualquer movimento político.
Dilma faz alerta a agressores: 'Maior autoridade deste País é uma mulher'
Apesar do esquema de segurança e da distância que o público foi mantido, eles questionavam qual seria o uso dado ao Canal do Sertão, reclamavam de promessas não cumpridas de políticos e alternavam os apitos com palavras de ordem contra a presidente e outros políticos presentes, como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB).
Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma visita canal do Sertão Alagoano, no município de Água Branca
Antes do evento, outro protesto dificultou o acesso para quem vinha da capital do Estado, Maceió. Duas rodovias federais foram fechadas por manifestantes que cobram o asfaltamento de um trecho de 49 km entre Alagoas e a divisa com Pernambuco da BR-316. Em seu discurso, a presidente se comprometeu a levar adiante essa obra.
No Palácio do Planalto, assessores de Dilma não consideram as viagens de Dilma problemáticas. Com popularidade em alta, a presidente não costuma ser alvo de manifestações. No entanto, sempre pelotões precursores são destacados para avaliar a segurança do local e movimentações atípicas.

Rastreador instalado por Mércia em veículo compromete o acusado Mizael



Delegado disse que com aparelho, instalado sem o réu saber, foi possível refazer os passos do acusado. "Ele e Evandro cercaram as casas do pai e avó da vítima no dia do crime"

Wanderley Preite Sobrinho - iG São Paulo 
A advogada Mércia Nakashima, assassinada em maio de 2010, instalou um rastreador no veículo e acabou produzindo algumas das principais provas contra o ex-namorado, o também advogado Mizael Bispo dos Santos, acusado de assassiná-la em uma represa na cidade de Nazaré Paulista, cidade a 90 km de São Paulo. O júri popular do acusado é realizado no Fórum de Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, desde segunda-feira (11).  
Réu Mizael Bispo de Souza chega ao Fórum de Guarulhos, em SP, para o segundo dia de júri popular. Foto: Marcos Bezerra/Futura Press
1/10
O delegado responsável pelas investigações, Antônio de Olim, que foi ouvido por mais de cinco horas como testemunha de acusação, afirmou que foi a vítima quem instalou um rastreador no veículo do namorado sem que ele soubesse. A intenção era baratear o seguro do automóvel – o mesmo utilizado por ele para circular pela vizinhança de Mércia e que foi deixado perto do Hospital Geral de Guarulhos enquanto ele se dirigia no carro da ex para Nazaré Paulista, segundo Olim.
“Ele não sabia do rastreador, por isso usou esse veículo”, garantiu o delegado. “Refizemos o itinerário por meio desse rastreador". Em seu depoimento, Olim defendeu que Mizael e seu suposto comparsa, Evandro Bezerra Silva, estiveram vigiando a casa do pai e da avó de Mércia no dia do crime. As antenas de telefonia celular também revelaram que os dois trocaram ligações nesse período.
“A antena bate com o rastreador”, disse. Esse mesmo aparelho, instalado por Mércia, confirma que o carro de Mizael ficou estacionado perto do hospital no mesmo horário em que outra antena capta uma ligação recebida pelo advogado perto de Nazaré Paulista, o que reforça a tese de que ele esteve no local do crime. A distância entre os dois locais varia de 10 km a 14 km. 
Telefone “frio”
A ligação foi feita de um telefone clandestino, o mesmo que revelou à polícia a relação dele com o suposto comparsa Evandro . Segundo o delegado, Evandro foi contratado por Mizael para apanhá-lo perto da represa onde o corpo de Mércia foi encontrado.
Único acusado pelo crime, Mizael negava em seus depoimentos conhecer Evandro, já investigado pela polícia. “Foram 19 ligações entre os dois no dia 23 de maio”, afirmou Olim. “Ele só falou do Evandro quando descobrimos o sexto celular.”

Bancos 'atrasam' investigação do MP sobre lavagem de dinheiro, diz Gurgel


Na véspera, Barbosa, presidente do STF, disse que bancos são 'lenientes'.
Seminário do CNJ discute legislação de lavagem até esta terça-feira (12).

Do G1, em Brasília

Um dia depois de o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, afirmar que os bancos fazem "controle leniente" sobre as operações financeiras suspeitas que podem configurar lavagem de dinheiro, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que as instituições "atrasam" as investigações do Ministério Público.
Normalmente, o atendimento é lento, precário, normalmente são necessárias três, quatro diligências (...)"
Roberto Gurgel
"Sempre que precisamos das informações bancárias existe, sim, leniência das instituições financeiras no sentido de fornecer os dados. No caso dos processos do STF, o Supremo faz solicitação ao BC (Banco Central), que as repassa ao sistema financeiro. Normalmente, o atendimento é lento, precário, normalmente são necessárias três, quatro diligências. (...) Acredito que sejam deficiências do próprio sistema de funcionamento, mas é algo que atrasa muito nossas investigações."
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou ao G1 que não comentará a declaração.
Gurgel fez a afirmação durante seminário sobre lavagem de dinheiro, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça, no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
O procurador afirmou, porém, que o Banco Central tem cobrado as instituições com rigor.
"Banco Central tem sido rigoroso em cobrar das instituições bancárias o atendimento dessas informações porque, afinal de contas, não estão fazendo favor, estão cumprindo a lei."
Roberto Gurgel lembrou do processo do mensalão, no qual 21 pessoas foram condenadas por lavagem de dinheiro e dirigentes do Banco Rural foram punidos pela acusação de ocultação de valores utilizados em esquema de compra de votos no Congresso nos primeiros anos do governo Lula.
"Acho que todo sistema bancário precisa de ajuste. Na própria ação penal 470 (processo do mensalão) tivemos diversos fatos envolvendo bancos, em que a conduta dos bancos era algo inaceitável e os transformava em parceiros do crime."
O procurador também comentou dados do CNJ divulgados na segunda e que apontam aumento no número de denúncias do MP sobre lavagem de dinheiro arquivadas pela Justiça. O presidente do STF levantou a hipótese de as investigações serem deficientes. Gurgel disse, por sua vez, que o Judiciário também precisa estar preparado.
"O MP tem volume extremamente elevados de procuradores jovens que já chegam com conhecimento muito bom dessas matérias. Essa questão da lavagem está na ordem do dia e os colegas já chegam bem preparados. Não basta que o MP tenha competência devida para formular as acusações, se o Judiciário não estiver preparado.
"


Barbosa pede punição para lavagem e 



diz que bancos são 'lenientes'


Presidente do STF abriu seminário sobre lavagem de dinheiro.
Federação Brasileira de Bancos informou que não comentará.

Mariana OliveiraDo G1, em Brasília
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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, pediu nesta segunda-feira (11) maior punição para o crime de lavagem de dinheiro e afirmou que os bancos fazem um "controle leniente" sobre operações financeiras suspeitas.
Barbosa fez a afirmação em discurso na abertura de seminário sobre lavagem de dinheiro, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual ele também é presidente. O seminário vai até terça (12), no Tribunal Superior do Trabalho (TST).
"Enquanto instituições financeiras não visualizarem a possibilidade de serem drasticamente punidas por servirem de meio para a ocultação da origem ilícita de valores que se encontram sob sua responsabilidade, persistirá o estímulo à busca do lucro, visto como combustível ao controle leniente que bancos fazem sobre a abertura de contas e sobre transferências de valores", disse o presidente do Supremo.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou ao G1 que não comentará a declaração.
O número de inquéritos arquivados, quando comparado ao número de denúncias aceitas, indica que é necessário apuração para saber se as discrepâncias estão na deficiência da investigação ou no trabalho executado pelo Ministério Público"
Joaquim Barbosa, sobre ações referentes à lavagem de dinheiro
Em sua fala, Barbosa destacou as mudanças à lei de lavagem de dinheiro feitas em 2012 e que excluíram a necessidade de crime antecedente para a punição de réus. Antes, a legislação exigia o cometimento de crimes anteriores específicos, como tráfico de drogas, terrorismo, contrabando, extorsão e crimes contra a administração pública e contra o sistema financeiro.
O texto foi alterado para que a punição ocorra para lavagem de dinheiro proveniente de qualquer infração penal. Segundo Barbosa, a nova lei, no entanto, "se ressente da responsabilização penal da pessoa jurídica que tenha concorrido para o crime de lavagem". O crime de lavagem de dinheiro pode resultar em prisão de três a dez anos.
Para o presidente do STF e do CNJ, é necessário que a ocultação de valores seja "veementemente reprimida pelo poder punitivo do Estado".
"É preciso que todos aqueles que violam nossas leis saibam que [...] suas atitudes não poderão ganhar aparência de legitimidade em razão da omissão do poder público", afirmou.
Durante o julgamento do processo do mensalãono STF, o tema lavagem de dinheiro foi alvo de discussões dos ministros, que condenaram 21 pelo crime e absolveram 12. Eles entenderam que, para haver lavagem, é preciso "dolo", intenção de cometer o crime. Por isso, acabaram absolvendo parlamentares que receberam dinheiro porque o crime no caso foi corrupção e não lavagem.
Levantamento do CNJ
Joaquim Barbosa apresentou dados de denúncias oferecidas pelo Ministério Público e arquivadas pela Justiça. Para ele, há "diferença gritante".
"O número de inquéritos arquivados, quando comparado ao número de denúncias aceitas, indica que é necessário apuração para saber se as discrepâncias estão na deficiência da investigação ou no trabalho executado pelo Ministério Público", afirmou.
Dados divulgados pelo CNJ indicam que em 2012, na Justiça Estadual, foram recebidas 347 denúncias do MP sobre lavagem contra 381 recebidas em 2011. Foram arquivadas, em 2012, 210 apurações conta 190 arquivadas em 2011. Os tribunais julgaram 61 processos no ano passado contra 183 no ano anterior.
Barbosa disse ainda que há número baixo de processos em estados com maior atividade econômica, com São Paulo, na comparação com regiões menores, como Goiás.
Ele destacou que, no julgamento de 61 processos pelos tribunais estaduais sobre lavagem em 2012, 29 réus foram condenados, número 83% menor do que o de condenados em 2011, quando 175 foram condenados.
"Os números obtidos ressaltam a importância das reflexões que serão feitas nesse seminário. A nova legislação, as dificuldades de investigação, o controle das atividades financeiras bancárias são alguns dos tópicos que serão levantados."


Primeira votação tem fumaça preta, e conclave ainda não elege novo Papa



Votações prosseguem nesta quarta (13) na Capela Sistina, no Vaticano.
Cardeais escolhem o sucessor de Bento XVI no comando da Igreja Católica

Os cardeais reunidos no conclave na Capela Sistina, no Vaticano, não conseguiram escolher o novo Papa na primeira votação, realizada nesta terça-feira (12).
A fumaça preta se ergueu da chaminé da Capela Sistina, onde ocorre a reunião secreta dos cardeais, às 19h41 locais (15h41 de Brasília), segundo o Vaticano, durante vários minutos, indicando que nenhum participante obteve a maioria de dois terços dos votos necessária para eleger o novo pontífice.
O público que estava na Praça de São Pedro, sob chuva e frio, e que esperava a fumaça branca e os sinos que indicariam a escolha de um novo Papa recebeu a fumaça preta produzida pela queima dos votos dos cardeais com decepção. Logo depois, a praça ficou vazia.
Com o fim da primeira votação, os cardeais seguem confinados na Casa de Santa Marta, e o conclave para eleger o sucessor de Bento XVI continua nesta quarta-feira, com duas votações pela manhã e outras duas à tarde, ou até que um dos participantes obtenha os 77 votos necessários ou mais para ser escolhido o novo Papa.
A eleição do novo pontífice ocorre após a surpreendente renúncia do agora Papa Emérito Bento XVI, anunciada em 11 de fevereiro e efetivada em 28 de fevereiro, e que criou uma situação praticamente inédita para a Igreja moderna, em que dois pontífices, um atuante e outro "aposentado", devem coabitar o Vaticano, a poucos metros um do outro.
O alemão Josef Ratzinger deixou o cargo após oito anos de um pontificado marcado por crises e divisões internas.
Ele deixa para seu sucessor desafios como os escândalos relativos aos casos de pedofilia no clero de vários países, as disputas internas na Cúria Romana e a expansão do secularismo e de religiões concorrentes.
O cardeal brasileiro Dom Odilo Pedro Scherer é citado, pela imprensa e por analistas, comoum dos cotados para ser o novo Papa, ao lado do italiano Angelo Scola, mas a previsão é de a eleição difícil, sem favorito absoluto.
Cardeais ouvidos pela agência Reuters nesta terça afirmaram que a decisão poderia levar cerca de 5 dias.
Segundo informou o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, pouco depois de fecharem as portas da capela, os cardeais que entraram na Capela Sistina para eleger o novo Papa estão "em muito boa forma".
Missa Pro Eligendo Pontifice
Mais cedo, Dom Angelo Sodano, cardeal decano da Igreja Católica, apelou pela "colaboração" e pela "unidade" dentro da Igreja, durante a missa Pro Eligendo Pontifice, que precedeu o conclave.
Todos os cardeais presentes em Roma, eleitores ou não, participaram na cerimônia, uma das mais intensas dos últimos anos. Eles entraram na Basílica de São Pedro com semblante sério e concentrado.
Sodano exortou os cardeais a "colaborar para edificar a unidade da Igreja" e "cooperar com o sucessor de Pedro". "Estamos convocados a cooperar com o Sucessor de Pedro, fundamento visível de tal unidade eclesiástica', afirmou o influente cardeal.
"Eu os exorto a se comportarem de maneira digna, com toda humildade, mansidão e paciência, suportando-se reciprocamente com amor, tentando conservar a unidade do espírito por meio do vínculo da paz", disse Sodano, em referência à carta de São Paulo aos Efésios.
Ao ser citado pelo cardeal decano, o Papa Emérito Bento XVI, que está repousando na residência papal de verão em Castel Gandolfo, foi bastante aplaudido.
Sodano afirmou que o pontificado de Bento XVI foi "luminoso" e expressou a gratidão dos cardeais ao Papa Emérito, pedindo a Deus que dê "outro bom pastor à sua Santa Igreja". "Queremos agradecer ao Pai que está nos Céus pela amorosa assistência que sempre reserva a sua Santa Igreja e em particular pelo luminoso pontificado que nos concedeu com a vida e as obras do 265º sucessor de Pedro, o amado e venerado pontífice Bento XVI, ao qual neste momento renovamos toda a nossa gratidão", disse.
No sermão, o cardeal também citou os Papas João Paulo II e Paulo VI, alem de lembrar o trabalho importante da Igreja nos últimos anos, que tem impacto não apenas entre os fieis, mas em diferentes culturas.
“Oremos para que o próximo Papa possa continuar esse incessante trabalho de nível mundial”, afirmou.
Cardeais assistem à missa Pro Eligendo Pontifice nesta terça-feira (12) na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: AFP)Cardeais assistem à missa Pro Eligendo Pontifice nesta terça-feira (12) na Basílica de São Pedro, no Vaticano (Foto: AFP)
Cardeais concentrados
A missa atraiu principalmente pessoas ligadas à Igreja, como seminaristas, padres e freiras, e também fiéis. Dentro da Basílica, todos estavam muito atentos às orações e respeitosos aos ritos.
O máximo de conversa ouvida durante a missa foi a tradução das palavras para outros idiomas entre pessoas próximas – a missa foi celebrada basicamente em latim e italiano, com a primeira leitura em inglês e a segunda em espanhol-, além de orações dos fieis em cinco outros idiomas, incluindo o português.

Para conseguir um lugar sentado – especialmente perto do altar, onde ficaram os cardeais – foi preciso acordar cedo.
Às 9h, uma hora antes do início da missa, todos os lugares sentados já estavam ocupados. Muitas pessoas ficaram em pé nas laterais. Pouco antes do inicio da missa, o rosário foi rezado em latim.

Na entrada dos cardeais, nem mesmo os religiosos tiveram cerimônia – centenas de câmeras fotográficas e celulares foram levantados para registrar imagens dos homens que irão eleger o próximo pontífice a partir desta tarde. Quase todos os cardeais entraram concentrados, com semblante sério.
Alguns, entretanto, se destacavam – foi o caso do brasileiro Dom João Braz de Aviz, que entrou e saiu muito sorridente, visivelmente emocionado, olhando os fieis nos olhos e cumprimentando-os com o olhar.
O norte-americano Timothy Dolan, arcebispo de Nova York ,também era só sorrisos na entrada e na saída dos cardeais – ele chegou ate a arriscar acenos para os fiéis.

Marcelo Tavares solicita segurança de vida para o jornalista Luis Cardoso


PODER


Luis Cardoso tem a solidariedade do Bloco de Oposição, que entende que a liberdade de expressão não é só garantir o direito que os jornais, que as rádios, que as televisões têm de publicar determinada matéria

O deputado Marcelo Tavares (PSB) prestou solidariedade da tribuna da Assembleia, na sessão desta segunda-feira (11), ao jornalista e blogueiro Luis Cardoso, que teve sua casa arrombada neste fim de semana e de onde foi levado um conjunto de documentos. “Acho que esse conjunto de documentos deve comprometer um determinado grupo de pessoas. Eu não sei exatamente o que é, mas quero deixar aqui a minha solidariedade”, afirmou.
Segundo o deputado, essa é uma situação que todos nós devemos ficar atentos, porque diz respeito à liberdade de expressão no país, e a internet mudou muito a comunicação nos últimos anos de uma forma muito rápida. “Há algum tempo os jornalistas que corriam muitos riscos eram aqueles de rádio ou de outro jornal. Hoje, sem nenhuma dúvida, os profissionais da informação que mais correm risco de vida são os blogueiros, porque o processo de informação é muito rápido”, observou.
De acordo com Marcelo Tavares, como hoje não há mais limites para a veiculação das informações, pois o que você coloca aqui em São Luís no mesmo minuto pode ser lido no mundo inteiro, isto faz com que aqueles que são contra a liberdade de expressão passem a atentar contra a vida de jornalistas, principalmente jornalistas independentes como é o Luis Cardoso.
“Luis Cardoso tem a solidariedade do Bloco de Oposição, que entende que a liberdade de expressão não é só garantir o direito que os jornais, que as rádios, que as televisões têm de publicar determinada matéria. Agora é também a necessidade primordial de se garantir a vida daquele profissional. Mais ou menos há um ano, o Maranhão viveu um momento parecido com a morte do blogueiro Décio Sá. E agora, mais uma vez, algo estranho vem cercando um profissional da comunicação”, advertiu Marcelo Tavares.
Marcelo afirmou que até onde ele sabe a questão que relaciona esse episódio envolvendo o jornalista Luis Cardoso é muito maior do que aquele que era denunciado por Décio Sá. “Na minha ótica, se aquilo tem realmente alguma relação, o risco de vida que Luis Cardoso corre é muito grande porque, realmente, é um assunto bastante melindroso. Eu entendo que cabe a secretaria de Segurança, cabe ao governo do Estado garantir a vida desse profissional da imprensa, que eu entendo que está ameçada”, defendeu.
Os deputados Edilázio Júnior (PV) e Rigo Teles (PV), em aparte, endossaram as palavras de solidariedade do deputado Marcelo Tavares ao jornalista Luis Cardoso. “A secretaria de Segurança deve uma resposta o quanto antes à sociedade. Doa a quem doer, esperamos que esse caso seja elucidado o quanto antes, porque nós não podemos mais viver nessa insegurança, principalmente os jornalistas”, apelou Edilázio Júnior.
“Recentemente, no Estado de Minas gerais, mataram um jornalista. Com certeza o secretário Aluisiso Mendes vai dar resposta à sociedade o mais rápido possível. Esta forma de calar a boca dos jornalistas e blogueiros não pode mais acontecer. Nos parlamentares desta Casa vamos dar todo o apoio necessário ao secretário de Segurança para que ele desvende mais esse caso”, declarou Rigo teles
por neto ferreira.

Dom Odilo queria ser padre desde criança, dizem familiares do RS



Cardeal cotado para ser Papa nasceu em comunidade rural de Cerro Largo.
Familiares mostram a propriedade onde o arcebispo de SP nasceu.

Márcio LuizDo G1 RS, em Cerro Largo
Casa dom Odilo Cerro Largo (Foto: Márcio Luiz/G1)A propriedade onde dom Odilo nasceu em Cerro Largo está abandonada (Foto: Márcio Luiz/G1)
Apontado com um dos favoritos para se tornar Papa durante o conclave que se inicia nesta terça-feira (12), o cardeal brasileiro Dom Odilo Pedro Scherer vem de uma família de pequenos agricultores alemães que emigraram para o Rio Grande do Sul em meados do século XIX. Parentes o descrevem como um homem muito apegado à família, sábio e sereno e que desde criança queria ser padre.
Dom Odilo nasceu em 1949 em Cerro Largo, na Região das Missões, mas mudou-se com os pais ainda criança para Toledo, no Oeste do Paraná. A história da família Scherer no Brasil, no entanto, começou em Alto Feliz, cidade distante cerca de 100 quilômetros de Porto Alegre. Lá, o bisavô de Dom Odilo, Mathias Scherer, se estabeleceu em 1872, quando a localidade ainda pertencia a São Sebastião do Caí, vindo direto da Alemanha. 
José Roque e esposa Dom Odilo (Foto: Márcio Luiz/G1)Leocádia Steffens e José Roque, tios de Dom Odilo,
ainda moram em Cerro Largo (Foto: Márcio Luiz/G1)
De Alto Feliz, os pais de Dom Odilo, Edwino Scherer e Francisca Wilma Steffens Scherer, transferiram-se para Cerro Largo, no começo dos anos 1920. O local escolhido por Edwino para criar os filhos foi a zona rural conhecida como Linha São Francisco, pequena comunidade germânica a cerca de 15 quilômetros da área urbana de Cerro Largo.
Chega-se até a localidade por uma estrada asfaltada estreita e praticamente deserta, rodeada por plantações de soja, trigo e milho, além de campos dedicados à criação de gado. A região ainda abriga familiares de Dom Odilo e é visitada com certa frequência pelo cardeal, atual arcebispo de São Paulo.
Tio de Dom Odilo, José Roque Steffens, 75 anos, é quem mostra a propriedade onde o sobrinho nasceu. Dom Odilo foi o sétimo de um total de 13 filhos, nove homens e quatro mulheres, duas já falecidas. Uma casa de alvenaria substituiu a original, de madeira. A propriedade foi vendida quando a família foi para o Paraná e hoje encontra-se abandonada. Em 2009, recebeu uma visita do cardeal durante uma de suas últimas passagens pela cidade. “Ele sempre dá uma olhada na casa”, conta José.    
Igreja São Francisco Cerro Largo Dom Odilo (Foto: Márcio Luiz/G1)Igreja na comunidade São Francisco erguida com
ajuda de avô do cardeal (Foto: Márcio Luiz/G1)
A família de Dom Odilo mudou-se para Dois Irmãos, distrito de Toledo, no Oeste do Paraná, em 1951, antes de ele completar dois anos de idade. De lá para cá, muita coisa mudou na vila São Francisco, mas algumas permanecem as mesmas. A começar pelos costumes dos moradores locais – a língua alemã ainda é muito usada na comunidade e a religião da grande maioria é a católica.
Para perceber a importância da fé para os moradores da região, basta dar uma olhada na capela da vila São Francisco. Imponente, a igreja local contrasta com a grande maioria das residências, de aparência simples. A igreja foi erguida em 1927. O avô paterno de Dom Odilo, Francisco Scherer, ajudou na construção. O materno, Miguel Steffens, foi sacristão lá durante anos a fio.
  
A fé sempre esteve presente na trajetória da família Scherer. De geração em geração, muitos seguiram a vida religiosa. A tia de Dom Odilo, Andrea Steffens, era madre da Congregação de Santa Catarina, em Novo Hamburgo (RS), até morrer recentemente. Seu primo, Dom Irineu Roque Scherer, é o atual bispo de Joinville (SC). O sobrinho, Leo Konzen, é padre em Santo Ângelo (RS). Outro parente, Ignácio Scherer, também é sacerdote em Toledo (PR).
Quando criança, já em Toledo, Dom Odilo muitas vezes preferia brincar de padre a jogar futebol com os amigos. Quem conta é a tia Leocádia Steffens, 77 anos, que visitava os parentes com frequência na cidade paranaense. “Ele dizia: ‘Hoje nós vamos fazer uma coisa diferente, vamos brincar de missa”, conta a esposa de José Roque. Dos 13 irmãos, no entanto, só Odilo optou pelo sacerdócio. Os outros se formaram médicos, engenheiros, agrônomos, entre outras profissões.
Dom Odilo e os primos Lauro e Marlete  (Foto: Arquivo Pessoal)Dom Odilo e os primos Lauro e Marlete em encontro
com a família em 2009 (Foto: Arquivo Pessoal)
Roque lembra com detalhes o dia em que o irmão, Edvino, partiu com a família em busca de uma vida melhor no Paraná. Com muitos filhos, ele buscava terras mais vastas, onde pudesse ampliar a plantação. Saiu em comboio formado por dois caminhões Ford F-5, com a família na carroceria ao lado dos mantimentos, dois bois, um cavalo e aves. “As estradas eram de chão batido e os caminhões sempre atolavam no barro. Fizeram quatro travessias de balsa e demoraram 20 dias para chegar lá”, conta.
Mesmo antes de se tornar padre, Dom Odilo viajava sempre que podia para visitar os parentes em Cerro Largo, pelo menos uma vez por ano. As viagens seguiram frequentes até os anos 1990, mas foram diminuindo conforme ele foi ganhando posições na hierarquia na Igreja Católica e as responsabilidades foram aumentando, dizem os familiares. 
Em 2007, ele foi a Cerro Largo receber uma homenagem de cidadão ilustre entregue pela Câmara de Vereadores. Rezou uma missa na capela de São Francisco e participou de um encontro com familiares aberto à comunidade, que lotou a associação cultural do bairro. “Havia muita gente nesse encontro, muitos parentes, sobrinhos, conhecidos, querendo falar e tirar fotos com ele. Ele se manteve sereno todo o tempo, atencioso com as pessoas. Teve a delicadeza de passar de mesa em mesa para conversar, sempre sorridente”, recorde Marlete Gut, casada com um primo de Dom Odilo e integrante da comunidade paroquial da cidade. 
Em 2009, já nomeado cardeal e arcebispo de São Paulo por Bento XVI, a quem agora pode suceder como papa, Dom Odilo celebrou uma missa que lotou a Igreja da Matriz. Ele teria ido à cidade em outubro de 2011. Apesar de temerem que a possível nomeação como papa torne as visitas cada vez mais raras, familiares não têm dúvidas: querem vê-lo no trono de São Pedro. “Seria uma honra para a família, para o município e para o Brasil inteiro. Estamos todos torcendo por isso. Se ele for eleito, tenho certeza que vai fazer um bom trabalho”, afirma o primo, Lauro Bieger, 50 anos.
Pisagem Vila São Francisco em Cerro Largo Dom Odilo (Foto: Márcio Luiz/G1)Paisagem da comunidade rural de Linha São Francisco, em Cerro Largo (Foto: Márcio Luiz/G
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