terça-feira, 9 de abril de 2013

Maranhense procura pai que veio para Mato Grosso há 26 anos trabalhar no garimpo



Há 26 anos sem ter notícias do pai que saiu do interior do Maranhão, do município de Tuntum, para ir para  o estado do Mato Grosso trabalhar no garimpo, o vigilante Rui Rei Lopes de Souza, de 33 anos, está à procura de Domingos Moreira de Souza.

Segundo ele, o pai, atraído pela oportunidade de ganhar dinheiro e tirar a família da miséria em que viviam no interior do Maranhão, já tinha vindo para o estado outra duas vezes antes de desaparecer de vez.

“A ultima vez em que ele resolveu voltar para Mato Grosso, foi no ano de 1987. Eu e meus dois irmãos éramos muito pequenos, não nos lembramos de muita coisa, mas sei que ele e minha mãe se desentenderam e ele não voltou mais pra casa”, relatou.

Rui entrou em contato com portais Mato-grossenses à procura de ajuda, na esperança de que com a divulgação da matéria na imprensa, caso o pai ainda esteja vivo, faça contato e haja o reencontro com ele e os irmãos.

Tão logo Domingos saiu de casa rumo ao sonho do ‘eldorado mato-grossense’, a mãe de Rui, Maria Eunice Lopes de Souza, decepcionada, o deixou com irmãos aos cuidados da avó e mudou-se para Teresina, no Piauí, onde logo casou novamente e construiu outra família. 

Rui e os dois irmãos só reencontraram a mãe 13 anos depois, e desde então, ele conta que nasceu a vontade de rever o pai também. “Quero notícias, saber se ele está bem, se ainda está vivo e porque nunca mais nos procurou”, desabafa. 

Ele não sabe precisar para que região do estado o pai veio na época, mas um tio ainda vivo conta que Domingos relatava que no local onde trabalhava, faziam a extração do ouro por meio de mergulho.

Atualmente Rui e os irmãos moram em São Luís. A única recordação que tem do pai é uma foto muito antiga, rasurada, mas que fez questão de digitalizar nos enviar para ajudar nas buscas.

As informações são do portal Circuito Mato Grosso.

Oposicionistas dizem que matéria do ‘Fantástico’ é uma vergonha para o Maranhão


PODER


O deputado Marcelo Tavares disse que ficou indignado mais ainda porque deputados governistas foram à tribuna, nesta segunda-feira à tarde, tentar defender o governoDeputado Bira do PindaréDeputado Bira do Pindaré

Deputado Bira do Pindaré
Os deputados Othelino Neto (PPS), Bira do Pindaré (PT), Marcelo Tavares (PSB) e Eliziane Gama (PPS) ocuparam a tribuna, na tarde desta segunda-feira (8), para manifestar sua indignação em relação à denúncia apresentada na Rede Globo, domingo à noite, em uma reportagem especial do programa ‘Fantástico’, mostrando que no município de Bacabal o Corpo de Bombeiros funciona sem as condições básicas para atender à população.
Othelino Neto foi o primeiro deputado a abordar o assunto e manifestar sua indignação. Ele disse que já se acostumou a assistir a programas jornalísticos veiculados em rede nacional na televisão e deparar com notícias quase sempre depreciativas, que causam vergonha ao povo do Maranhão.
Em seu discurso, ele relatou que como em Bacabal o Corpo de Bombeiros não funciona, quando ocorre um incêndio, tem de ser chamada às pressas uma equipe da capital, São Luís, que fica a quase 250 quilômetros de distância do município da região do Médio Mearim.
Indignado, o deputado Othelino disse que ficou alarmado com a informação de que, no Maranhão, em média, há um quartel de bombeiros para cada 20 cidades. “É uma tristeza ver o Maranhão, mais uma vez, sendo constrangido na imprensa nacional pela irresponsabilidade de um grupo político que desmanda e que subjuga o povo do nosso Estado”, frisou.
No mesmo tom, os deputados Bira do Pindaré e Marcelo Tavares reagiram. Bira do Pindaré disse que a matéria do ‘Fantástico’ representa um achincalhe ao povo do Maranhão.
Deputado Marcelo Tavares
Deputado Marcelo Tavares
“O Fantástico mostrou a realidade, mas demonstra mais uma vez a gravidade que a gente se encontra nesse Estado do Maranhão, apagar fogo com fezes, parece que a gente já tinha visto tudo, a gente já falou de Ilha cercada de fezes por todos os lados, eu pensei que as fezes eram só aqui no entorno de São Luis, mas agora estão usando fezes para apagar fogo”, protestou o deputado petista.
O deputado Marcelo Tavares disse que ficou indignado mais ainda porque deputados governistas foram à tribuna, nesta segunda-feira à tarde, tentar defender o governo em relação a este episódio registrado pela TV Globo em Bacabal. “Isso é um desrespeito com aquela cidade que tem uma população trabalhadora e que é uma das mais representativas do nosso povo”.
A deputada Eliziane Gama também manifestou seu protesto, dizendo que o Maranhão virou uma chacota nacional. “Infelizmente, não é a primeira vez e infelizmente pode também não ser a ultima vez, porque o que a gente tem visto, de uma forma muito presente, é uma exposição da situação real e dramática que o Estado do Maranhão tem vivido. É uma vergonha para todos nós”, enfatizou.b

Filho do deputado Cesar Pires é sequestrado em São Luís


PODER


Imirante

O filho do deputado estadual Cesar Pires foi sequestrado na tarde desta segunda-feira (8). Segundo as primeiras informações, o empresário Cesar Filho foi abordado por dois homens armados quando estava estacionando o seu carro para ir ao seu escritório no centro de São Luís.
A secretária de Cesar Filho viu a ação dos bandidos e acionou a Polícia Militar, que logo saiu em busca dos sequestradores e começou uma perseguição.
Na perseguição houve trocas de tiros e os bandidos acabaram batendo o veículo em um poste, próximo ao Planta Tower, no Renascença. Segundo o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), a polícia conseguiu prender os sequestradores, que estão sendo encaminhados para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic). O filho do deputado não sofreu nenhum dano físico.
Em entrevista a rádio Mirante AM, Cesar Filho disse que chegou a ficar rodando cerca de uma hora pela cidade com os bandidos, que o obrigaram a sacar R$ 1 mil.
No local da colisão do veículo, formou-se um grande engarrafamento nos dois sentidos da Avenida Colares Moreira. Agentes da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) já estão no local organizando o fluxo dos veículos. O veículo ainda não pôde ser tirado do local, pois o poste atingido corre o risco de cair. Está sendo aguardada a chegada da Cemar.
O deputado Cesar Pires ainda não foi informado sobre o sequestro-relâmpago do seu filho, pois se encontra em São Paulo passando por um processo cirúrgico.

Imagem do dia: tiroteio após sequestro do filho de César Pires…



tiroteio
tiroteio2
Foi cinematográfica a perseguição policial aos bandidos que sequestraram o filho do líder do governo na Assembleia, deputado César Pires (DEM), hoje à tarde, em São Luís. Minutos depois de ser acionada, a polícia localizou os bandidos, que usavam a caminhonete da vítima. A perseguição só terminou em frente ao Atlanta Center, no Renascença, quando o carro bateu em um poste. (imagens: Maxuell Sales Neto)

Não conte com o governo do pt dilma lula conte com sua temperatura.





Temperatura do corpo humano modifica vírus da dengue, diz estudo

Estrutura adquirida nas temperaturas maiores torna o vírus mais nocivo.
Descoberta deve ser útil na produção de vacinas contra a doença.

Do G1, em São Paulo
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O mosquito da Dengue (Foto: Divulgação)O mosquito da Dengue (Foto: Divulgação)
Cientistas demonstraram nesta segunda-feira (8) que o vírus da dengue adquire formas diferentes dependendo do ambiente em que ele está. A descoberta deve ter implicações sobre a produção de vacinas contra a doença.
A equipe de Michael Rossmann, da Universidade Purdue, nos Estados Unidos, analisou o vírus da dengue usando um microscópio especial que trabalha com diferentes temperaturas. Nele, observaram as transformações pelas quais o vírus passa. As conclusões do estudo foram publicadas pela “PNAS”, revista da Academia Americana de Ciências.
Em temperatura ambiente, o vírus tem uma superfície lisa. Porém, quando a temperatura passa dos 33 graus, ele tende a ficar um pouco maior e a adquirir uma superfície irregular, que infecta mais facilmente o corpo dos mamíferos. Depois que a alteração ocorre, resfriar o vírus não o faz retomar a estrutura original.

Assim, os autores do estudo apontam que a diferença estrutural deve ser levada em conta pelos cientistas que trabalham na elaboração das vacinas. Afinal, os anticorpos precisam se ligar ao vírus, e esse contato é feito na superfície do organismo.
Na prática, isso quer dizer que o próprio corpo humano oferece ao vírus um ambiente no qual ele se torna mais nocivo. O corpo do mosquito fica em temperatura ambiente, geralmente abaixo dos 33 graus, onde o vírus tem a superfície menos agressiva. Porém, o corpo humano se mantém a uma temperatura em torno dos 37 graus e, desta forma, altera a estrutura do vírus – isso ocorreu em 96% dos casos na experiência conduzida por Rossmann.
Até o momento, não existe uma vacina considerada eficaz e segura contra a dengue. Além do desafio em relação à estrutura do vírus, os cientistas precisam também levar em conta que existem quatro subtipos – cepas – diferentes, e que uma vacina deveria gerar proteção contra os quatro.
Saiba quais são os sintomas da dengue (Foto: Editoria de Arte G1)

ppsf ´´Este julgamento não precisa de juri é só os juízes e promotores entrar em uma rebelião cheia de gente que não reza e já saberia julgar.´´






Júri do massacre do Carandiru é adiado após jurada passar mal

Jurada passou mal e conselho de sentença foi dissolvido.
Julgamento será retomado na próxima segunda-feira (15).

Tatiana Santiago e Kleber Tomaz            Do G1 São Paulo

Foi adiado nesta segunda-feira (8) o julgamento de 26 policiais militares que participaram do caso que ficou conhecido como o massacre do Carandiru.
De acordo com o Tribunal de Justiça (TJ), o motivo foi uma jurada ter passado mal. O TJ informou que, com o incidente, o "conselho de sentença foi dissolvido". Isso significa que serão escolhidos outros sete jurados e o julgamento precisará ser recomeçado.
Os trabalhos serão recomeçados na próxima segunda-feira (15), a partir das 9h.
De acordo com o promotor Fernando da Silva, o adiamento atrapalha um pouco o andamento dos trabalhos, mas a acusação se diz preparada. "É uma frustação o julgamento não ter se iniciado hoje, mas não há prejuízo", disse.

Segundo ele, o adiamento ocorreu devido a uma contingência que foge do controle do judiciário e das partes. Ele não quis falar sobre as provas do processo. O promotor não mencionou se os jurados teriam visto fotos do massacre durante a leitura das peças, após ser questionado se esse seria o motivo de a jurada ter passado mal.

A advogada Ieda Ribeiro de Souza disse que o adiamento não prejudica a defesa dos réus. Segundo ela, se em 20 anos não foi possível comprovar qual a responsabilidade de cada policial nas mortes, o prazo de mais uma semana não vai ajudar a promotoria.
Ela informou ainda que, pela segurança de seus clientes, pediu nesta segunda à Justiça o sigilo na divulgação dos nomes dos réus. Após o adiamento do júri, ela disse não entender por que os nomes ainda aparecem no site do TJ. Em sua opinião, seus clientes poderiam sofrer ameaças de facções criminosas.
Procurado, o TJ informou, em nota, que ao juiz foi requerido o sigilo das informações sobre as qualificações dos acusados. “No entanto, em decisão, determinei que indicasse as folhas em que se encontravam tais qualificações. Assim, foram fornecidas as folhas e foram riscadas as qualificações das folhas informadas.” O magistrado acrescentou que a advogada não indicou as folhas do processo em que constam os nomes dos PMs. “Dessa forma, não houve qualquer erro nosso, pois, como disse, as folhas indicadas pela defensora foram riscadas as demais não.”
Cronologia Massacre do Carandiru 8/4 (Foto: Arte/G1)
Leitura de peças
O julgamento tinha sido iniciado por volta das 11h desta segunda, com mais de duas horas de atraso, no Fórum da Barra Funda. Nesta manhã, foi feita a leitura das peças.
Pouco antes do meio-dia, jornalistas que estavam no plenário do fórum foram retirados da sala, porque, segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, estavam conversando e atrapalhando a leitura das peças.
Os jornalistas que acompanhavam o áudio do julgamento na sala de imprensa do fórum também tiveram suas atividades prejudicadas devido a uma falha técnica.
Os réus respondem em liberdade pelos assassinatos de 15 dos 111 presos mortos do Pavilhão 9 da Casa de Detenção, há 20 anos. Os réus Argemiro Cândido e Reinaldo Henrique de Oliveira não foram ao fórum para acompanhar os trabalhos por motivos de saúde.
A previsão era que a sentença fosse conhecida em até duas semanas devido à quantidade de réus e testemunhas para serem ouvidas.
No dia da matança dos detentos, em 2 de outubro de 1992, grupos de elite da Polícia Militar, armados com revólveres, pistolas, espingardas, submetralhadoras e lançadores de granadas de gás, invadiram o presídio para conter uma rebelião. Cavalos e cães também foram usados. Revólveres, barras de ferro, estiletes, marreta de ferro e porções de droga teriam sido apreendidos pelos PMs com os presidiários.
O resultado da ação policial, no entanto, foi trágico para os presos. Rastros de sangue pelo chão levavam aos corpos deles, crivados de balas, principalmente nas cabeças, troncos e braços. Amontados, como se quisessem se proteger, eles permaneceram sem vida dentro das celas e corredores daqueles quatro andares da unidade prisional.
Duas décadas depois, sete jurados começaram a decidir nesta manhã se os policiais são culpados ou inocentes do crime de homicídio doloso qualificado (quando há intenção de matar, sem dar chance de a vítima se defender) contra cada um dos detentos. Para o Ministério Público, responsável pela acusação, os PMs executaram as vítimas e, por esse motivo, deveriam ser condenados à prisão pelas mortes que provocaram. O juiz José Augusto Nardy Marzagão preside o júri.
“Houve claramente um massacre, uma execução. Os presos foram mortos sem chance de se defenderem”, afirmou o promotor Fernando Pereira da Silva, que quer uma pena máxima de 30 anos para os policiais. “Lembrando que essa pena pode ser somada pelo número de mortos.”
Mesma opinião tem o também promotor Márcio Friggi. “Os presos foram mortos com tiros na cabeça e peito. Os PMs atiraram para executar e não para se defenderem. Eles também alteraram a cena do crime”, afirmou.
Júri desmembrado
Mais 53 PMs serão julgados posteriormente pelas mortes dos demais 96 detentos. No total, 79 são acusados pelo Ministério Público dos 111 homicídios no mesmo processo do Carandiru. São 57 volumes, 111 apensos e 50 mil páginas. Por conta do número de réus, no entanto, a Justiça desmembrou o caso em quatro partes ou júris diferentes, correspondentes aos andares invadidos. O critério será julgar o grupo de policiais militares que esteve em cada um dos pavimentos onde presos foram mortos.
Presos mortos no 1º andar (2º pavimento)
NomeQuantos tiros levou
Jovemar Paulo Alves Ribeiro1
José Alberto Gomes Pessoa3
José Bento da Silva Neto3
Rogério Piassa3
Luiz Granja da Silva Neto4
Olívio Antonio Luiz Filho4
Paulo Reis Antunes4
João dos Santos4
Ailton Júlio de Oliveira5
Roberto Alves Vieira6
Ronaldo Aparecido Gasparino7
Almir Jean Soares7
Mauro Batista Silva7
Cláudio José de Carvalho8
José Pereira da Silva0 (teve 10 ferimentos
por  arma branca)
Nesta primeira estapa vão a julgamento 26 então policiais das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) que invadiram o 1º andar da unidade prisional e participaram da ação que resultou em 15 detentos mortos.
Quatorze deles baleados e um esfaqueado. Atualmente, somente oito dos réus continuam na ativa, e após promoções estão trabalhando na PM como oficiais. Os demais se aposentaram. Pela lei, os acusados não são obrigados a comparecer ao julgamento. Pelo menos dois deles não deverão ir por motivos de doença.
Entre um julgamento e outro está programado um intervalo de até três meses, segundo o juiz do caso, José Augusto Marzagão, informou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de SP.  O magistrado pretende terminar todos os julgamentos neste ano.
No térreo do Pavilhão 9 não houve mortes. No segundo andar, porém, outros 29 PMs da Rota entraram e deixaram 73 vítimas. No terceiro andar ingressaram 16 integrantes do Comando de Operações Especiais (COE) e saíram de lá oito presos sem vida. Mais 15 homens foram mortos no quarto andar após a ida de 13 membros do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).
Para a Promotoria, o maior desafio da acusação será o de convencer os jurados de que é errada a ideia de que "bandido bom é bandido morto". "Infelizmente, tem muita gente que coaduna com essa ideia. Tanto que alguns policiais, ao invés de punidos, são premiados", comentou Márcio Friggi.
Para tentar convencer os jurados de que os PMs devem ser punidos por executarem os presos, os promotores querem ouvir os depoimentos de testemunhas que presenciaram o massacre, entre elas detentos sobreviventes. Também foram arrolados um agente penitenciário que trabalhava no Carandiru e o perito que esteve na cena do crime.
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Quem são os PMs acusados
NomePatente (na época)
Ronaldo Ribeiro dos SantosComandante e
capitão da Rota
Aércio Dornelas SantosTenente
Eduardo EspósitoTenente
Maurício Marchese RodriguesTenente
Wlandekis Antonio Candido SilvaSargento
Roberto Alberto da SilvaSargento
Antonio Luiz Aparecido MarangoniSargento
Joel Cantilio DiasSargento
Pedro Paulo de Oliveira MarquesSargento
Gervásio Pereira dos Santos FilhoSargento
Marcos Antonio de MedeirosSargento
Paulo Estevão de MeloCabo
Haroldo Wilson de MelloCabo
Roberto Yoshio YoshikadoCabo
Salvador SarnelliCabo
Fernando TrindadeSoldado
Argemiro CândidoSoldado
Elder TaraboriSoldado
Antonio Mauro ScarpaSoldado
Marcelo José de LiraSoldado
Roberto do Carmo FilhoSoldado
Zaqueu TeixeiraSoldado
Osvaldo PapaSoldado
Reinaldo Henrique de OliveiraSoldado
Sidnei Serafim dos AnjosSoldado
Marcos Ricardo PoloniatoSoldado
Argumentar sobre o risco da impunidade é outra estratégia da acusação. A Promotoria poderá citar, por exemplo, que a morte dos detentos provocou o surgimento de uma das facções criminosas mais perigosas deSão Paulo.
Ubiratan
Desde 1992 até agora, somente um réu foi julgado no processo do massacre: coronel Ubiratan Guimarães. Em 2001, o então comandante do Policiamento Metropolitano e responsável pela invasão ao presídio foi condenado a 632 anos de prisão pelo assassinato dos 111 detentos. Cinco anos depois, no entanto, sua defesa recorreu da sentença e ele, já na condição de deputado estadual foi absolvido. O oficial e político foi morto com um tiro em 2006, dentro de seu apartamento.
Os defensores dos acusados rebatem a denúncia do Ministério Público. Alegam que os policiais agiram no cumprimento do dever para por fim ao tumulto na cadeia e que só dispararam contra os presos em legítima defesa porque eram ameaçados e agredidos por eles. Além do total de presos mortos no Carandiru, 87 detentos ficaram feridos. Nenhum dos PMs foi morto ou ferido a bala naquele dia, mas 23 policiais também se machucaram.
“Não há o que se falar em assassinato e execução. Não houve massacre. Meus clientes agiram de acordo com a lei e responderam quando foram atacados pelos detentos”, afirmou a advogada Ieda, que pedirá aos jurados a absolvição de todos os réus.
Segundo a defensora dos PMs, um dos argumentos da defesa será o fato de não existir até agora nenhuma prova técnica que indique qual policial matou um determinado preso. “O grande problema da acusação será conseguir individualizar a conduta de cada PM. A lei exige essa individualização para se condenar alguém. Mas a própria Polícia Técnico Científica informou recentemente que nunca realizou a perícia do confronto balístico, entre as 388 armas apreendidas dos PMs e as balas encontradas nos corpos dos presos, por que nunca houve condições técnicas para se realizar isso”, afirmou Ieda de Souza.
Entre as testemunhas solicitadas pela defesa dos PMs estão Luiz Antonio Fleury Filho, então governador de SP à época. Pedro Franco Campos, que foi secretário da Segurança Pública do estado, também foi arrolado. Ainda foram chamados agentes penitenciários.
As 350 cadeiras do plenário dez deverão acomodar parentes das vítimas e dos acusados, jornalistas e o público que quiser assistir ao júri.
As testemunhas ficarão isoladas entre si e do público durante o júri e só serão liberadas após prestarem depoimento. Elas dormirão no Fórum de Santana, na Zona Norte. Os jurados, porém, só voltarão para suas residências após o julgamento. Durante esse tempo, descansarão no Fórum da Barra Funda. De acordo com o TJ, R$ 8 mil serão gastos só com a alimentação.
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Casa de Detenção, Carandiru (Foto: Arquivo/Diário de S. Paulo)Casa de Detenção no dia do massacre (Foto: Arquivo/Diário de S. Paulo)

 

Metade do país apura fraude na merenda escolar



  • Irregularidades são apuradas em metade do país; só este ano, MEC abriu 13 investigações


Alunos na cidade de Balsas (MA) sem terem onde comer suas merendas, segundo relatório da CGU
Foto: Divulgação/CGU
Alunos na cidade de Balsas (MA) sem terem onde comer suas merendas, segundo relatório da CGU Divulgação/CGU

RIO — Licitações fraudadas, comida estragada servida a alunos, escola fechada porque não tem merenda. Pelo menos 13 estados no país investigam atualmente denúncias de desvio de recursos para aquisição de merenda escolar, de mau armazenamento de comida e de fornecimento insuficiente de alimentos para escolas — em alguns casos, onde há denúncia de verba fraudada é também onde falta merenda.

As irregularidades estão sendo apuradas pelos Ministérios Públicos estaduais e Federal, e por fiscalizações da Controladoria Geral da União, em estados como Paraná, Rio Grande do Norte, Maranhão, São Paulo, Rio, Roraima, Minas, Bahia e Pernambuco; na última semana veio à tona um caso no Espírito Santo, com desperdício de merenda.
Fiscalizações da CGU ilustram o descaso. Em Xexéu (PE), o órgão constatou em outubro de 2012 indícios de sobrepreço, aquisição de alimentos sem licitação ou contratos de fornecimento. E faltou merenda em duas escolas por pelo menos dois meses em 2012, após o recesso do meio do ano. Além disso, foi encontrada carne mantida sem refrigeração. Numa das escolas, a merenda é guardada onde morava a merendeira nos dias úteis. E “todas as escolas visitadas não dispõem de água tratada ou filtrada para preparar a merenda, utilizando-se água do poço”, diz a CGU.
Em São José do Campestre (RN), em sete escolas com 75,6% dos alunos da rede municipal, a CGU encontrou falta de merenda no fim de 2012. Cinco delas estavam fechadas por causa disso.
Na última sexta-feira, professores e alunos de três escolas confirmaram que a merenda faltou no início deste ano, mas disseram que o serviço já foi normalizado. Porém, numa quarta escola, rural, a Cícero Pinto de Souza, o problema continua:
— Aqui sempre falta merenda. Este ano menos, mas tem faltado — contou o aluno do 4º ano José Rodrigo da Silva.
O depósito de alimentos do município funciona numa sala improvisada na Secretaria de Educação. Nessa mesma cidade, a CGU constatou em 2012 licitação direcionada, com irregularidades como um pregoeiro nomeado após ter assinado o edital. “Houve flagrante montagem para conferir aparência de legalidade” a empresas que, diz a CGU, participaram de fraudes em outra cidade do estado, Goianinha, com participação de um ex-prefeito.
Frango sem refrigeração
Já em Balsas (MA) houve simulação de processos licitatórios em 2011 e 2012. Produtos como frango abatido eram entregues por caminhões sem refrigeração, no depósito central da cidade, “que não possui freezer”. Numa das escolas, os alunos não tinham onde se sentar para comer.
Uma “simulação de processo licitatório e conluio entre os licitantes, pregoeiro, equipe de apoio, coordenadora da merenda escolar e presidente do CAE (Conselho de Alimentação Escolar)” foi encontrada em Hidrolândia (CE) em 2012. Entre os indícios, exigência de documento não previsto em lei, que seria dado pela comissão de licitação; e o fato de um funcionário de licitante ser ligado a outra. Enquanto isso, 40% das escolas visitadas sofriam com atraso no fornecimento de comida aos alunos.
Atualmente, 780 municípios e seis estados — Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia e Sergipe — até correm o risco de ficar sem recurso federal para merenda porque o seu Conselho de Alimentação Escolar, órgão que monitora o uso do recurso, está irregular, com mandato vencido. Estados e prefeituras têm até o dia 30 para enviarem as prestações de contas das verbas repassadas em 2011 e 2012.
Mas prestações de 2010, por exemplo, ainda têm problemas como documentação pendente — como na Bahia, com pelo menos 60 cidades nessa situação. Só este ano, até agora, já foram abertas pelo FNDE 13 tomadas de contas especiais especificamente sobre problemas com verba para merenda.
O Ministério Público também apura irregularidades. Em mais de cinco estados, inquéritos foram abertos após investigação em São Paulo descobrir o que o MP chamou de “máfia da merenda”: um grupo de empresas que simularia licitações com ajuda de servidores públicos e secretários municipais. No Nordeste, esse cartel teria usado uma empresa que dizia oferecer serviços de “consultoria em políticas públicas” para intermediar a relação entre as prefeituras e as empresas de alimentação.
Empresas consideradas pelo MP como parte da máfia podem estar atuando sob outro nome. Em Roraima, uma empresa apontada pelo MP-SP como sendo do grupo, a J. Coan, forneceu merenda a escolas estaduais de Boa Vista de 2006 a 2011, período em que lá surgiram casos de leite servido azedo e sopa servida com larvas. Em 2011, ela foi substituída pela Megaclear, que mudou seu nome para Mega Foods. Para o MPF-RR, a empresa tem um endereço que era o mesmo da Coan, além de telefones registrados em nome da Coan. O MPF-RR destaca: “a Coan é sócia da Semper Foods, que, por sua vez, é sócia da Mega Foods”. Integrante do Conselho de Alimentação Escolar, a merendeira Silvinha Oliveira confirma que a Mega Foods é a fornecedora e reclama da qualidade do produto:
— A comida às vezes chega atrasada, e os legumes que eles mandam já chegam estragados.
No Rio, segundo o procurador da República Renato Machado, um inquérito apura indícios de direcionamento de licitação em São João de Meriti envolvendo a Home Bread; também há um inquérito no Supremo Tribunal Federal sobre suspeita de superfaturamento em contratos da empresa.
Apontada pelo MP como uma das principais do cartel que envolvia a Coan, a SP Alimentação negou as acusações sobre o cartel e disse que a defesa está sendo feita à Justiça. Responsáveis pela Coan não foram localizados até o fechamento da edição. Um homem que quis se identificar apenas como Márcio e se disse assessor da Home Bread negou as acusações, afirmando que as licitações de que a empresa participou tiveram publicidade. (COLABOROU Paulo Francisco, especial para O GLOBO
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