domingo, 1 de setembro de 2013

O arcebispo Pietro Parolin secretário de Estado


 L’Osservatore Romano
Pietro Parolin nasce a 17 de Janeiro de 1955 em Schiavon, na província e diocese de Vicenza (Itália). Educada numa família simples e profundamente católica – o pai tem uma loja de ferramentas e vende máquinas agrícolas; a mãe é professora de ensino básico – frequenta desde criança a paróquia do seu povoado e no pároco padre Augusto Fornara encontra um ponto de referência espiritual que orienta a sua fé e, em particular, a vocação sacerdotal, amadurecida naqueles anos. A experiência da perda trágica do pai, falecido num acidente rodoviário em 1965, marca a sua infância e a da sua irmã e do seu irmão, que naquela época só tem oito meses.
Com 14 anos entra no seminário de Vicenza. Obtém o diploma em educação clássica e continua os estudos de filosofia e teologia. É ordenado sacerdote a 27 de Abril de 1980 pelo bispo Arnoldo Onisto e incardinado em Vicenza. Durante dois anos é vice-pároco na paróquia da Santíssima Trindade, em Schio. Depois, é enviado a Roma, onde estuda na Pontifícia Universidade Gregoriana. Em 1983 entra na Pontifícia Academia Eclesiástica e, em 1986, forma-se em direito canónico na Gregoriana, com uma tese dedicada ao Sínodo dos bispos.
 Entra no serviço diplomático da Santa Sé no dia 1 de Julho de 1986, desempenha a sua missão primeiro nas representações pontifícias na Nigéria, de  1986 a 1989, e no México, de 1989 a 1992, e em seguida no departamento para as Relações com os Estados, da Secretaria de Estado, onde trabalha até 2002. Nesse período, entre outros, acompanha o cardeal Roger Etchegaray na missão realizada em  Maio de 1993 em Ruanda, ara se encontrar com as autoridades religiosas e civis, e dar testemunho da proximidade do Papa Wojtyła às populações vítimas da guerra civil, e faz parte da delegação chefiada pelo cardeal Jean-Louis Tauran, que em Junho de 1997 participa na décima nona sessão da assembleia geral das Nações Unidas, dedicada a meio ambiente e desenvolvimento. A partir de 2000 colabora com monsenhor Attilio Nicora –  hoje cardeal e presidente emérito da Administração do Património da Sé Apostólica – sobre questões ligadas à realização da revisão da Concordata lateranense de 1984, nomeadamente a propósito do ordinariado militar e à assistência religiosa nos cárceres e nos hospitais.
A 30 de Novembro de 2002, João Paulo II nomeia-o subsecretário do Departamento para as Relações com os Estados, da Secretaria de Estado, cargo que desempenha por quase sete anos. Nesta função intervém em várias assembleias internacionais, testemunhando em especial a atenção da Santa Sé sobre os temas da paz e dos direitos humanos. A 4 de Setembro de 2003 toma a palavra em Viena, durante a terceira conferência dedicada ao Tratado para a proibição completa dos testes nucleares (Ctbt), para lançar um apelo à cooperação «responsável, honesta e coerente” de todos os membros da comunidade das nações, em vista de um desarmamento definitivo e integral. Apelo que renova durante a 50ª sessão da  conferência geral da Agência internacional para a energia atómica (Aiea) — da qual a Santa Sé é membro fundador desde 1957 — realizada a 18 de Setembro de 2006, ainda na capital austríaca, quando invoca a plena aplicação do Tratado de não-proliferação nuclear (Npt), que entrou em vigor no ano de 1970.
Do mesmo modo, faz-se várias vezes porta-voz da vontade da Sé Apostólica de participar nos organismos internacionais para salvaguardar os direitos essenciais da pessoa: e entre eles a liberdade religiosa, em cuja defesa pronuncia uma intervenção no dia 2 de Dezembro de 2003, em Maastricht, por ocasião da 11ª reunião do Conselho de ministros dos Negócios estrangeiros  da Organização para a segurança e a cooperação na Europa (Osce), recordando que o respeito por cada credo religioso e o pleno exercício do direito a professá-lo “contribuem de maneira determinante para combater a intolerância e os preconceitos étnicos e raciais”. Nessa mesma sede realça a necessidade de uma “maior integração” entre etnias e culturas na sociedade contemporânea. E denuncia com palavras fortes o tráfico de seres humanos, que define uma “manifestação vergonhosa de escravidão”, pedindo uma colaboração internacional mais estreita, para enfrentar esta situação dramática. Naqueles anos, o interesse pelos problemas do desenvolvimento mundial e à exigência de voltar a definir as prioridades económicas e sociais orienta a atenção da Santa Sé também pelo tema da salvaguarda ambiental, no centro da sua intervenção apresentada em Nova Iorque a 24 de Setembro de 2007, durante um encontro no âmbito da 62ª sessão da assembleia geral da ONU: os Estados  — afirma naquela ocasião — têm “a responsabilidade comum de proteger o clima mundial e o nosso planeta” para garantir que “as gerações presentes e futuras possam viver num ambiente sadio e seguro”.
 Particularmente perito em questões relativas à região médio-oriental e, mais em geral, à realidade geopolítica do continente asiático, trabalha de modo especial para estabelecer e fortalecer relações entre a Santa Sé e o Vietname: faz parte das delegações da Santa Sé que visitam aquele país entre Abril e Maio de 2004, em  Março de 2007 e em Fevereiro de 2009 — quando se reúne pela primeira vez o grupo de trabalho conjunto sobre as relações diplomáticas bilaterais — enquanto de Junho a Julho de 2005 preside no Vaticano a algumas sessões de trabalho com uma delegação da comissão governamental vietnamita para os assuntos religiosos, em visita à Santa Sé. Contribui também para relançar o diálogo entre israelitas e palestinos, persuadido da necessidade de um compromisso comum em vista de “criar as condições para uma paz autêntica e justa” no Médio Oriente, como afirma a 22 de Março de 2006 aos participantes na Conferência internacional convocada em Roma pela Comissão das Nações Unidas para o exercício dos direitos inalienáveis do povo palestino. Em Dezembro de 2008 chefia a delegação que participa nos trabalhos da Comissão bilateral permanente entre a Santa Sé e o Estado de Israel, reunida para fazer progredir as negociações entre as duas partes, após o Acordo fundamental sancionado em 1993.
 A 17 de Agosto de 2009 Bento XVI nomeia-o arcebispo titular de Acquapendente e núncio apostólico na Venezuela. No dia 12 de Setembro seguinte recebe a ordenação episcopal das mãos do próprio Papa Ratzinger na basílica de São Pedro, tendo como co-consagrantes os cardeais Tarcisio Bertone e William Joseph Levada. Como lema episcopal escolhe as palavras da carta de são Paulo aos Romanos: “Quem nos separará do amor de Cristo?” (8, 35). Em Caracas, onde chega a 3 de Novembro de 2009 e apresenta as credenciais ao vice-presidente da República Ramón Carrizales no dia 12 de Janeiro de 2010, trabalha em particular para restabelecer um clima de respeito e de colaboração entre Governo e Igreja católica, em vista de um compromisso comum sobretudo nos campos da justiça social e da luta contra a pobreza e a delinquência.

Mensagem do Papa para o Mês dos Mártires: reavivar a fé e o compromisso com a evangelização

 Rádio Vaticana
Seul (RV) - O Papa Francisco enviou mensagem, nesta quinta-feira, ao Arcebispo de Seul, Coreia do Sul, Dom Andrew Yeom Soo-jung, pelo "Mês dos Mártires", celebrado em setembro próximo.
Na mensagem, assinada pelo Secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone, o Santo Padre manifesta sua alegria pela Arquidiocese de Seul proclamar setembro o "Mês dos mártires", em memória daqueles que deram suas vidas pelo Evangelho na Coreia.
O Papa espera que aqueles que participarão das peregrinações durante o mês de setembro, "ajudados pelas orações e pelo exemplo dos mártires, possam aprofundar a comunhão com Jesus Cristo que deu sua vida para que pudéssemos partilhar o dom inestimável da vida eterna".
O Santo Padre reza para que "esta ocasião possa ser para os peregrinos uma oportunidade de reavivar a fé" em seus corações e para que "os fiéis possam se comprometer plenamente com a urgente tarefa da evangelização".
A memória dos mártires coreanos é celebrada em 20 de setembro a fim de recordar os 103 mártires assassinados por ódio à fé durante as perseguições que se alastraram na Coreia de 1839 a 1867.
O "Mês dos Mártires" terá início na próxima segunda-feira, 2 de setembro, com uma missa celebrada na Catedral de Myeongdong, sobre o tema "Eu sou o caminho, a verdade e a vida", inspirado no Evangelho de João 14, 6. (MJ)