quarta-feira, 30 de abril de 2014

Evangelho Quarta-feira, dia 30 de Abril de 2014


Quarta-feira, dia 30 de Abril de 2014

Quarta-feira da 2ª semana da Páscoa

S. Pio V, papa, +1572, S. José Bento Cottolengo, presbítero, fundador, +1842

Comentário do dia
São Clemente de Alexandria : «A luz veio ao mundo»

Actos 5,17-26.

Naqueles dias, surgiu o Sumo Sacerdote com todos os seus sequazes, isto é, o partido dos saduceus encheram-se de inveja
e deitaram as mãos aos Apóstolos, metendo-os na prisão pública.
Mas, durante a noite, o Anjo do Senhor abriu as portas da prisão e, depois de os ter conduzido para fora, disse-lhes:
«Ide para o templo e anunciai ao povo a Palavra da Vida.»
Obedientes a essas ordens, entraram no templo de manhã cedo e começaram a ensinar. Entretanto, chegou o Sumo Sacerdote com os seus sequazes; convocaram o Sinédrio e todo o Senado dos filhos de Israel e mandaram buscar os Apóstolos à cadeia.
Os guardas foram lá, mas não os encontraram na prisão e voltaram, declarando:
«Encontrámos a cadeia fechada com toda a segurança e os guardas de sentinela à porta, mas, depois de a abrirmos, não encontrámos ninguém no interior.»
Esta notícia pôs os sumos sacerdotes e o comandante do templo numa grande perplexidade acerca dos Apóstolos, e perguntavam a si próprios o que poderia significar tudo aquilo.
Veio, então, alguém comunicar-lhes: «Os homens que metestes na prisão estão agora no templo a ensinar o povo.»
O comandante do templo dirigiu-se imediatamente para lá com os guardas e trouxe os Apóstolos, mas não à força, pois receavam ser apedrejados pelo povo. 

João 3,16-21.

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que n'Ele crê não se perca, mas tenha a vida eterna.
De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele.
Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus.
E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más.
De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas.
Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Exortação aos gregos, 11, 113; GCS 1, 79

«A luz veio ao mundo»

«Os seus preceitos são puros, iluminam os olhos» (Sl 18,9). Recebe Cristo, recebe a capacidade de ver, recebe a luz, a fim de conheceres a Deus e ao homem. […] Recebamos a luz a fim de recebermos a Deus […], recebamos a luz e tornemo-nos discípulos do Senhor […], expulsemos a ignorância e as trevas que turvam os nossos olhos como um nevoeiro, contemplemos o Deus verdadeiro. […] Quando jazíamos nas trevas, prisioneiros da sombria região da morte (Mt 4,16; Is 42,7), resplandeceu para nós uma luz vinda do céu, uma luz mais pura que o sol e mais suave que a vida neste mundo. Esta luz é a vida eterna e tudo o que nela participa tem a vida. A noite teme esta luz; com medo, desaparece e dá lugar ao dia do Senhor; tudo se tornou luz sem ocaso.


O ocidente tornou-se oriente; é «a nova criatura» (Gal 6,15; Ap 21,1). Porque o «Sol de justiça» (Mal 3,20), que passa por todo o lado no seu percurso, visita todo o género humano sem distinção. Ele imita o Pai, que «faz com que o sol se levante sobre todos os homens» (Mt 5,45) e espalha sobre todos o orvalho da verdade. […] Ao crucificar a morte, Ele transformou-a em vida; arrancou o homem à perdição e fixou-o nos céus; transplantou o que era perecível para o tornar imperecível; transformou a terra em céu. […]


Ele dá a vida de Deus aos homens através dos seus ensinamentos divinos: «Imprimirei a minha lei no seu pensamento, gravá-la-ei no seu coração […]: todos Me conhecerão, grandes e pequenos, pois a todos perdoarei as suas faltas e não Me lembrarei mais dos seus pecados. Assim fala o Senhor» (Jer 31,33ss). Acolhamos pois as leis da vida, obedeçamos aos ensinamentos de Deus, aprendamos a conhecê-Lo.


terça-feira, 29 de abril de 2014

Evangelho Terça-feira, dia 29 de Abril de 2014


Terça-feira, dia 29 de Abril de 2014

Santa Catarina de Sena

Santa Catarina de Sena, virgem, Doutora da Igreja, Padroeira da Europa,+1380

Comentário do dia
São João Crisóstomo : «Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna»

1 João 1,5-10.2,1-2.

Caríssimos: Eis a mensagem que ouvimos de Jesus e vos anunciamos: Deus é luz e n'Ele não há nenhuma espécie de trevas.
Se dizemos que temos comunhão com Ele, mas caminhamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade.
Pelo contrário, se caminhamos na luz, como Ele, que está na luz, então temos comunhão uns com os outros e o sangue do seu Filho Jesus purifica-nos de todo o pecado.
Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos e a verdade não está em nós.
Se confessamos os nossos pecados, Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a iniquidade.
Se dizemos que não somos pecadores, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós.
Filhinhos meus, escrevo-vos estas coisas para que não pequeis; mas, se alguém pecar, temos junto do Pai um advogado, Jesus Cristo, o Justo,
pois Ele é a vítima que expia os nossos pecados, e não somente os nossos, mas também os de todo o mundo. 

Mateus 11,25-30.

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do Céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Homilia 1 sobre a Cruz e o Ladrão 1; PG 49, 399-401

«Assim também é necessário que o Filho do Homem seja erguido ao alto, a fim de que todo o que nele crê tenha a vida eterna»

Hoje Nosso Senhor Jesus Cristo está na cruz e nós estamos em festa, para que saibais que a cruz é uma festa e uma celebração espiritual. Antigamente a cruz designava um castigo, hoje tornou-se objecto de honra. Outrora símbolo de condenação, ei-la, hoje, princípio de salvação. Porque para nós ela é a causa de inumeráveis bens: libertou-nos do erro, iluminou-nos nas trevas e reconciliou-nos com Deus; fôramos para Ele inimigos e longínquos estrangeiros, e ela deu-nos a sua amizade e fez-nos aproximar-nos dele. A cruz é para nós a destruição da inimizade, o penhor da paz, o tesouro de mil bens.


Graças a ela, deixámos de errar pelos desertos, porque conhecemos agora o verdadeiro caminho. Não ficamos do lado de fora do palácio real, porque encontrámos a porta. Já não tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela, saímos do estado de viuvez, porque reencontrámos o Esposo. Não tememos o lobo, porque temos o bom pastor. Graças à cruz, não tememos o usurpador, porque moramos ao lado do Rei.


Eis porque estamos em festa ao celebrar a memória da cruz. O próprio São Paulo nos convida à festa em honra da cruz: «Celebremos, pois, a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da malícia e da corrupção, mas com os ázimos da pureza e da verdade» (1Cor 5,8). E deu ainda a razão para tal honra, dizendo: «Pois Cristo, nossa Páscoa, foi imolado por nós» (v. 7).


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Evangelho Segunda-feira, dia 28 de Abril de 2014


Segunda-feira, dia 28 de Abril de 2014

Segunda-feira da 2ª semana da Páscoa

S. Luís Maria Grignion de Montfort, presbítero, +1716, S. Pedro Chanel, presbítero, mártir, padroeiro da Oceânia, +1841, Santa Joana Beretta Molla, mãe de família, +1962

Comentário do dia
Santa Gertrudes de Helfta : «Nascer da água e do Espírito»

Actos 4,23-31.

Naqueles dias, Pedro e João tendo sido postos em liberdade, foram ter com os seus e contaram-lhes tudo quanto os sumos sacerdotes e os anciãos lhes tinham dito.
Depois de tudo terem ouvido, ergueram a voz a Deus, numa só alma, e disseram: «Senhor, Tu é que fizeste o Céu, a Terra, o mar e tudo o que neles se encontra.
Tu disseste pelo Espírito Santo e pela boca do nosso pai David, teu servo: ‘Porque bramiram as nações e os povos formaram vãos projectos?
Levantaram-se os reis da Terra e os chefes coligaram-se contra o Senhor e contra o seu Ungido.’
Sim, realmente, Herodes e Pôncio Pilatos coligaram-se nesta cidade com as nações e os povos de Israel, contra o teu Santo Servo Jesus, a quem ungiste,
para levarem a cabo tudo quanto determinaste antecipadamente, pelo teu poder e sabedoria.
Agora, Senhor, tem em conta as suas ameaças e concede aos teus servos poderem anunciar a tua palavra com todo o desassombro,
estendendo a tua mão para se operarem curas, milagres e prodígios, em nome do teu Santo Servo Jesus.»
Tinham acabado de orar, quando o lugar em que se encontravam reunidos estremeceu, e todos ficaram cheios do Espírito Santo, começando a anunciar a palavra de Deus com desassombro. 

João 3,1-8.

Entre os fariseus havia um homem chamado Nicodemos, um chefe dos judeus.
Veio ter com Jesus de noite e disse-lhe: «Rabi, nós sabemos que Tu vieste da parte de Deus, como Mestre, porque ninguém pode realizar os sinais portentosos que Tu fazes, se Deus não estiver com ele.»
Em resposta, Jesus declarou-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer do Alto não pode ver o Reino de Deus.»
Perguntou-lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura poderá entrar no ventre de sua mãe outra vez, e nascer?»
Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.
Aquilo que nasce da carne é carne, e aquilo que nasce do Espírito é espírito.
Não te admires por Eu te ter dito: 'Vós tendes de nascer do Alto.'
O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santa Gertrudes de Helfta (1256-1301), monja beneditina
Exercícios, n.º 1, Para recuperar a inocência baptismal; SC 127

«Nascer da água e do Espírito»

Para a imersão na fonte baptismal: Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Jesus, fonte da vida, faz-me beber a taça de água viva na própria fonte que és Tu, a fim de que, tendo-Te saboreado para a eternidade, não tenha outra sede senão de Ti (cf Jo 4,10)! Imerge-me toda inteira nas profundezas da tua misericórdia! Baptiza-me e entrega-me sem mancha à tua preciosa morte. […] Com a água do teu Santíssimo Lado (Jo 19,34), lava-me de toda a mácula com que manchei a inocência baptismal! Preenche-me com o teu Espírito e toma total posse de mim na pureza do corpo e da alma. […]


Para a veste branca: Jesus, sol de justiça (Mal 3,20), consente que seja revestida com a tua pessoa, e assim viva segundo a tua palavra! Permite que, sob a tua direcção, seja capaz de manter branca, santa e imaculada a veste da inocência baptismal para que, apresentando-a sem mácula no teu tribunal, a conserve para a vida eterna!


Para pedir a iluminação interior na entrega do círio: Jesus, luz inextinguível, acende em mim a candeia ardente do teu amor, e faz que ela nunca se apague; ensina-me a conservar o meu baptismo livre de todo o pecado, para que, convidada então para as tuas bodas, dos pés à cabeça mereça entrar nas delícias da vida eterna, onde Te verei, ó verdadeira luz, e à doce face da tua divindade (cf Mt 25,1 ss)! […]


Senhor, meu Deus, meu Criador e Reparador, renova hoje mesmo o meu coração com o teu Espírito. […] Senhor meu Deus, verdadeiro Rei, torna-me grande na fé, alegre na esperança, paciente na tribulação, digna das delícias dos teus louvores, cheia do fervor do Espírito Santo, fielmente afeiçoada ao teu serviço e perseverante na tua vigilância até ao último dia da minha vida! Desse modo, contemplarei um dia verdadeiramente com os meus olhos aquilo em que creio e espero. Então, ver-Te-ei tal como és, face a face (1Jo 3,2; 1Cor 13,12); então, doce Jesus, Tu me saciarás de Ti próprio; e na contemplação do teu divino rosto serás o meu repouso eterno. Ámen.


domingo, 27 de abril de 2014

Veja imagens da canonização de João Paulo II e João XXIII



  • Imagens de João Paulo II e João XXIII na Basília de São Pedro.
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Imagens de João Paulo II e João XXIII na Basília de São Pedro.

João XXIII, o 'Papa bom', preparou a Igreja Católica para os novos tempos

Italiano Angelo Giuseppe Roncalli será canonizado neste domingo (27).
Comprovação de segundo milagre foi dispensada pelo Papa Francisco.

Do G1, em São Paulo
Foto de 25 de janeiro de 1959, mostra o Papa João XXIII em trono na Basílica de São Paulo, em Roma (Foto: Arquivo/AP)Foto de 25 de janeiro de 1959, mostra o Papa João XXIII em trono na Basílica de São Paulo, em Roma (Foto: Arquivo/AP)

Responsável por convocar o Concílio Vaticano II, que modernizou a Igreja Católica, e conhecido como o “Papa bom”, o italiano Angelo Giuseppe Roncalli, o Papa João XXIII, será canonizado neste domingo (27) no Vaticano, tendo apenas um milagre comprovado e aprovado pela Santa Sé, algo não muito frequente nas últimas décadas. A decisão foi tomada pelo Papa Francisco, devido às virtudes e personalidade conhecidas de João XXIII.
João XXIII pontificou entre 1958 e 1963. Pertencente à Ordem Franciscana Secular, ele teve como lema principal de seu pontificado e também de sua vida a obediência e a paz. O papa italiano era conhecido por ser uma pessoa simples, um grande pastor capaz de dar bons rumos para a Igreja.
O Concílio Vaticano II, apontado como uma das grandes realizações de João XXIII, é considerado o momento preparador da Igreja Católica para o século XXI e foi convocado por ele apenas dois meses após o ínicio de seu pontificado.
Bispos de todo o mundo foram chamados mundo para promover a adaptação da Igreja aos novos tempos e a decidir a forma de transmitir a mensagem de Deus com uma linguagem mais compreensível para todos.
As decisões mudaram a forma com que os católicos se relacionavam com a Igreja, como a adaptação da liturgia, o que deu espaço para que depois fossem celebradas nas línguas vernáculas em vez do latim.
Seu processo de canonização foi iniciado em 1965, mas a beatificação – passo anterior que demanda a comprovação de um milagre – só ocorreu em setembro de 2000, pelas mãos de João Paulo II.
Sua nomeação como beato aconteceu depois de ser reconhecida a milagrosa cura da religiosa italiana Caterina Capitano, que esteve a ponto de morrer por uma peritonite aguda e que, segundo ela, após pedir a João XXIII, conseguiu sobreviver.
Em 5 de julho de 2013, o Papa Francisco assinou o decreto que autoriza a santificação de João XXIII. Neste caso, será um processo singular, pois Francisco elevará João XXIII aos altares de santo apesar do não cumprimento do requisito de um segundo milagre, como era até agora exigido pela Igreja.
Coincidentemente, João XXIII será canonizado na mesma cerimônia que também tornará santo João Paulo II - cuja santidade será reconhecida apenas nove anos após sua morte.
Vida e pontificado
Angelo Giuseppe Roncalli nasceu no dia 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte, na região de Bergamo, na Itália. Ele foi o quarto de 13 irmãos de uma família de camponeses. Sua família era tradicionalmente religiosa - ele foi batizado no dia de seu nascimento - e um de seus tios foi o responsável por encaminhá-lo para a vida católica.
Foto de arquivo de 15 de abril de 1963, mostra o Papa João XXIII em sua biblioteca particular, no Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP)Foto de arquivo de 15 de abril de 1963, mostra o
Papa João XXIII em sua biblioteca particular, no
Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP)
Ele entrou no seminário aos 11 anos, em 1892, onde começou a praticar a redigir seus escritos espirituais – prática que manteve consigo até sua morte. Em 1896 ele foi admitido na Ordem Franciscana Secular.
Entre 1901 e 1905 Roncalli foi aluno do Pontifício Seminário Romano, após conseguir uma bolsa de estudos da diocese de Bergamo - nesse período, ainda cumpriu um ano de serviço militar. Ele foi ordenado padre em 1904, e no ano seguinte se tornou secretário do então bispo de Bergamo, Giacomo Maria Radini Tedeschi.
Roncalli passou a acompanhar o bispo em visitas pastorais e colaborou com diversas iniciativas, como os sínodos, redação dos boletins diocesanos, peregrinações e obras sociais. Ele também passou a dar aulas de história eclesiástica no seminário.
Nesse período, ele se aprofundou nos estudos de três gandes pastores: São Carlos Borromeu, São Francisco de Sales e o então Beato Gregório Barbarigo.
Em 1915, com a Itália em guerra, ele foi convocado como sargento do corpo médico e se tornou capelão dos soldados feridos. Com o fim da guerra, ele abriu uma casa para atender às necessidades espirituais dos estudantes.
Em 1919, se foi nomeado diretor do seminário, mas dois anos depois, em 1921, foi convocado para trabalhar para a Santa Sé em Roma.
A pedido do Papa Benedito XV, ele passou a ocupar o posto de presidente nacional do Conselho das Obras Pontifícias para a Propagação da Fé.
Em 1925, já sob o pontificado de Pio XI, Roncalli foi nomeado Visitador Apostólico para a Bulgária, e o elevou para o cargo de titular da Diocese de Areopolis. Neste mesmo ano, foi ordenado bispo.
Ele permaneceu na Bulgária até 1934. No período, visitou as comunidades católicas e promoveu relações com outras comunidades cristãs.
O Papa João XXIII chega à Basílica de São Pedro, no Vaticano, em 11 outubro de 1962, durante a abertura da primeira sessão do Concílio Ecuménico do Vaticano ou Vaticano II (Foto: AFP)O Papa João XXIII chega à Basílica de São Pedro,
no Vaticano, em 11 outubro de 1962, durante a
abertura da primeira sessão do Concílio Ecuménico
do Vaticano ou Vaticano II (Foto: AFP)
Ao sair da Bulgária, foi nomeado Delegado Apostólico na Turquia e Grécia. Na Turquia, a Igreja Católica era muito presente entre os jovens, e Roncalli trabalhou com intensidade no diálogo respeitoso com ortodoxos e muçulmanos.
Ele encontrava-se na Grécia no início da Segunda Guerra Mundial, e salvou muitos judeus com a "permissão de trânsito" fornecida pela Delegação Apostólica. Em 1944, o Papa Pio XII o nomeou Núncio Apostólico em Paris – tornando-se assim o representante da Santa Sé na França.
No fim da guerra, Roncalli ajudou os prisioneiros de guerra e promoveu a volta da vida religiosa na França, visitando santuários e participando de festas populares e manifestações religiosas.
Um de seus destaques era sua simplicidade, mesmo nos assuntos diplomáticos mais complexos. Ele era conhecido por agir como um sacerdote em todas as situações, dedicando sempre um tempo à oração e à meditação.
Em 1953, Roncalli se tornou cardeal pelas mãos do Papa Pio XII. Ele passou a trabalhar em Veneza como Patriarca local. Ali, aprofundou ainda mais seu trabalho como pastor.
Pontificado
Cinco anos depois, com a morte de Pio XII, ele foi eleito Papa no dia 28 de outubro de 1958, adotando o nome de João XXIII. O conclave durou quatro dias e 11 votações.
Durante seu pontificado, que durou menos de cinco anos, ele manteve sua imagem de bom pastor, cordial, simples e atento às necessidades dos cristãos.  No período, ele escreveu oito encíclicas.
Ele é reconhecido por ter permitido a modernização da vida no Vaticano, o rejuvenescimento do Colégio Cardinalício e a intensificação das relações diplomáticas do Pontificado com os líderes políticos mundiais.
Ele estabeleceu relação com os líderes soviéticos e contribuiu para reduzir a tensão entre comunistas e cristãos. Além disso, criou uma Comissão para a Unidade Cristã para tecer laços amistosos com as igrejas protestantes e ortodoxas.
Suas medidas mais conhecidas foram a convocação do Sínodo Romano, a instituição de uma comissão para rever o Código de Direito Canônico e a convocação do Concílio Vaticano II, que promoveu diversas mudanças na Igreja e a preparou para o século XXI.
Por sua proximidade com o povo e sua bondade com os mais pobres, ficou conhecido como o “Papa bom”.
Sua morte ocorreu em 3 de junho de 1963, antes do encerramento do Concílio Vaticano II, em decorrência de um câncer de estômago.

Popular, Papa João Paulo II deixou a Igreja Católica simpática aos fiéis


Pontífice será canonizado neste domingo (27) pelo Papa Francisco.
Ele se torna santo apenas nove anos após sua morte, em 2005

Do G1, em São Paulo

O Papa João Paulo II em 30 de janeiro de 2005 no Vaticano (Foto: Reuters)O Papa João Paulo II em 30 de janeiro de 2005 no Vaticano (Foto: Reuters)












O Papa das multidões, amado e venerado em todo o mundo, responsável por revitalizar a Igreja Católica e torná-la mais simpática aos olhos de seus fiéis. Esta é uma das imagens mais conhecidas de Karol Wojtyla, o Papa João Paulo II, que ficou 26 anos à frente da Santa Sé e será canonizado neste domingo (27) no Vaticano.
Durante seu pontificado, o mais longo do século XX, ele se transformou em uma das personalidades mais emblemáticas das últimas décadas, com influência tanto entre os fiéis católicos como na geopolítica mundial.
O processo de canonização de João Paulo II é um dos mais rápidos da história. Ela teve início um mês após sua morte, em 2005, quando seu sucessor, Bento XVI, dispensou as regras e deu início às investigações da santidade – que em geral só ocorrem cinco anos depois do falecimento.
Para muitos católicos, entretanto, o processo foi demorado – durante seu funeral, após quase 27 anos de pontificado, a multidão reunida no Vaticano gritou "santo súbito".
Os dois milagres de João Paulo II foram comprovados por uma comissão do Vaticano e confirmados por decretos dos Papas Bento XVI e Francisco. Sua beatificação, após a comprovação do primeiro milagre - da freira francesa Marie Simon-Pierre, que alegou ter sido repentinamente curada de mal de Parkinson dois meses após a morte do Pontífice – foi realizada em 1º de maio de 2011, seis anos após sua morte.
Já o segundo milagre foi registrado na Costa Rica, com uma mulher, cuja identidade é mantida em segredo, que diz ter sido curada de um aneurisma cerebral após pedir a intercessão de João Paulo II.
Em 22 de outubro de 1978 o Papa João Paulo II abençoa os fiéis na Praça de São Pedro depois de ser nomeado Pontífice (Foto: Arquivo/AP)Em 22 de outubro de 1978 o Papa João Paulo II abençoa os fiéis na Praça de São Pedro depois de ser nomeado Pontífice (Foto: Arquivo/AP)
Trajetória
Karol Józef Wojtyla nasceu em 18 de maio de 1920 na pequena cidade de Wadowice, na Polônia. Ele era o mais novo de três irmãos. Sua mãe, Emilia Kaczorowska, morreu pouco tempo depois, em 1929. Seu irmão mais velho, Edmund, morreu em 1932, e seu pai em 1941. Sua irmã, Olga, morreu antes de seu nascimento.
Após terminar a escola, Wojtyla foi estudar teatro na Universidade Jagiellonian em Cracóvia, em 1938 – em sua juventude, ele queria ser ator. A ocupação nazista forçou a universidade a ser fechada em 1939. Wojtyla foi então trabalhar em uma pedreira e depois em uma indústria química, onde permaneceu entre 1940 e 1944 para evitar sua deportação para Alemanha.
Em 1942, ele entrou em um seminário clandestino na Cracóvia, onde iniciou seus estudos eclesiásticos. Na mesma época, ele também atuava em um teatro clandestino.
Após o fim da Segunda Guerra, ele retomou seus estudos na Universidade Jagiellonian, onde passou a estudar teologia. Sua ordenação como padre aconteceu em 1946.
Pouco depois, Wojtyla foi enviado a Roma para trabalhar com dominicanos franceses. Ele continuou seus estudos, finalizando um doutorado em teologia em 1948. No mesmo ano, ele retornou à Polônia, onde passou a atuar como vigário em diversas paróquias de Cracóvia até 1951. Mais tarde, passou a lecionar teologia e ética social no seminário e na Faculdade de Teologia de Lublin.
Wojtyla se tornou bispo de Ombi e bispo auxiliar da Cracóvia em 1958.  Em 1964, ele se tornou Arcebispo da Cracóvia. Três anos depois, se tornou cardeal, apontado pelo Papa Paulo VI.
Pouco antes, o então arcebispo Wojtyla participou do Concílio Vaticano II, onde fez uma importante contribuição na autoria da Constituição Gaudium et spes.
Em 23 de abril de 1997, o Papa João Paulo II acena aos fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano (Foto: Andrew Medichini/AP)Em 23 de abril de 1997, o Papa João Paulo II acena aos fiéis na Praça de São Pedro, no Vaticano (Foto: Andrew Medichini/AP)
Pontificado
Wojtyla foi eleito Papa em 16 de outubro de 1978, no conclave que sucedeu a morte do Papa João Paulo I – cujo pontificado durou apenas um mês. Seu pontificado começou no dia 22 de outubro do mesmo ano, sob o o lema "Totus tuus ego sum" ("Todo teu sou eu"), uma frase que o acompanhou durante seus anos à frente da Santa Sé. Ele foi o primeiro papa não italiano desde 1523, e soube utilizar a mídia como nenhum outro na história.
Apesar do perfil popular e conciliador, João Paulo II tinha visões eclesiásticas rígidas, e fez posicionamentos públicos contra o aborto, o controle de natalidade, o uso de camisinhas para evitar a Aids, a homossexualidade, o divórcio, a pornografia, a ordenação de mulheres, a eutanásia e os testes de clonagem humana
Ele também foi muito ativo em relação a assuntos políticos, como as sanções dos Estados Unidos contra o Iraque. João Paulo II reconheceu o Estado palestino e, em 1994, o Vaticano estabeleceu relações diplomáticas com Israel.
Do ponto de vista histórico, seu papel foi considerado fundamental até mesmo na reorganização das fronteiras europeias. Para muitos analistas políticos, ele teve atuação decisiva nos processos de fim da União Soviética e queda da Cortina de Ferro.
Enquanto foi Papa, João Paulo II visitou 129 países e realizou 146 visitas pastorais dentro da Itália. Apenas em Roma, ele visitou 317 das 322 paróquias. Em 4 de outubro de 1995 ele atingiu um curioso recorde: passou de um milhão de quilômetros percorridos.
Em sua primeira visita à Polônia, em 1979, milhões de pessoas foram às ruas para recebê-lo – foi também um momento crucial na política do país.
Ele foi o Papa que teve mais encontros com líderes religiosos e políticos do que qualquer um de seus antecessores. Recebeu várias visitas no Vaticano, como as do presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev e a do líder cubano Fidel Castro, encontro que significou o primeiro passo na normalização das atividades religiosas em Cuba.
Mais de 17,6 milhões de pessoas participaram de suas audiências semanais ministradas às quartas-feiras – foram mais de 1160 em quase 27 anos – sem contar outras audiências especiais e cerimônias religiosas. Apenas na comemoração de seus 20 anos de pontificado compareceram 8 milhões de pessoas.
João Paulo II também encorajou o diálogo com outras religiões, principalmente com os judeus, convidados diversas vezes para encontros para celebrar a paz.
Durante seu pontificado – um dos três mais longos da história – João Paulo II escreveu 14 encíclicas, 15 Exortações Apostólicas, 11 constituições apostólicas, organizou 15 assembleias do Sínodo dos Bispos e nomeou 231 cardeais em nove consistórios, além de ter publicado cinco livros.
João Paulo II também teve um grande ímpeto nas canonizações e beatificações, com foco nos exemplos que poderiam incentivar a população ao redor do mundo. Durante seu pontificado, 1.338 pessoas foram beatificadas e 482 declaradas santas, em 51 cerimônias de beatificação.
Wojtyla também demonstrou ao longo de seu pontificado uma grande preocupação com as pastorais, e iniciou a celebraçao da Jornada Mundial da Juventude, que ajudou a atrair milhares de jovens à Igreja.
Papa João Paulo II celebra uma missa de beatificação em 1999 (Foto: Gabriel Bouys/AFP)Papa João Paulo II celebra uma missa de beatificação em 1999 (Foto: Gabriel Bouys/AFP)
Saúde
Logo no início de seu pontificado, em 1981, João Paulo II foi vítima de um atentado – ele foi baleado pelo turco Mehmet Ali Agca, na Praça São Pedro, em meio a 10 mil fieis. O papa estava com uma criança no colo e foi atingido por três tiros. Ele precisou passar por uma cirurgia.
Agca foi preso. Dois anos depois, em 1983, recebeu a visita de João Paulo II na prisão, na qual o Papa manifestou seu perdão.
O atentado afetou para sempre a saúde do Papa. Em 1992, ele retirou um tumor benigno do intestino Em 1994, foram iniciados rumores na imprensa de que ele estaria sofrendo do Mal de Parkinson, o que foi comprovado nos anos seguintes. No mesmo ano, ele colocou uma prótese na perna após uma fratura no fêmur.
Em 1996, o Papa passou por uma cirurgia para a retirada do apêndice. No mesmo ano, surgem rumores sobre um câncer no intestino, negados pelo Vaticano. O Mal de Parkinson, entretanto, já era admitido.  Também houve rumores de que ele sofreria de câncer nos ossos, o que foi negado pela Santa Sé.
Em 2005, dois meses antes de morrer, o papa passou por duas internações de urgência, por dificuldades de respiração.
Ele morreu no dia 2 de abril de 2005, após dois dias de agonia e dúvidas para católicos de todo o mundo. Segundo o Vaticano, a morte ocorreu dentro de seus aposentos no Palácio Apostólico. Seu funeral foi realizado no dia 8 de abril – no intervalo, mais de 3 milhões de pessoas foram a Roma para homenagear o Papa, com filas que chegaram a 24 horas para entrar na Basílica de São Pedro.
Foto de 10 de abril de 2003 mostra João Paulo II em missa na Praça São Pedro no Vaticano (Foto: Massimo Sambucetti/AP)Foto de 10 de abril de 2003 mostra João Paulo II em missa na Praça São Pedro no Vaticano (Foto: Massimo Sambucetti/AP)