sábado, 26 de abril de 2014

Espalhe a Palavra, disse João Paulo II a freira que escreveu livro sobre ele


Italiana Myriam Castelli é jornalista e acompanhou vida do Papa polonês.
João Paulo II será canonizado neste domingo (27) no Vaticano. 

Juliana CardilliDo G1, em São Paulo

A freira italiana Myriam Castelli, autora de livro sobre João Paulo II (Foto: Divulgação)A freira italiana Myriam Castelli, autora de livro sobre
João Paulo II (Foto: Divulgação)
Transmitir a fé e a palavra de Deus por todo o mundo foi um dos grandes legados do PapaJoão Paulo II, que será canonizado neste domingo (27) no Vaticano, segundo a freira italiana Myriam Castelli, que trabalha como jornalista e foi testemunha direta do trabalho do polonês Karol Wojtyla. Myriam escreveu um livro recém-lançado no Brasil sobre João Paulo II, e conta que o próprio Papa a incentivou a continuar trabalhando na TV italiana transmitindo a mensagem da Igreja Católica ao mundo.
“Quando soube [que ele seria canonizado], lembrei de todas as vezes que o vi de perto, nas quais dizia a mim mesma: ‘Eu conheci um santo, eu agradeço a Deus por este grande dom’”, disse ela ao G1. “Também me lembrei do que ele me disse quando lhe contei sobre meu trabalho televisivo: ‘Continue! Fico contente, porque assim a palavra de Deus corre pelo mundo’.”
Irmã Myriam é colaboradora da emissora italiana RAI há 20 anos, atuando em programas que falam sobre a religião católica. Neste domingo, durante a cerimônia que tornará João Paulo II santo, o trabalho fará com que ela não possa estar fisicamente presente na Praça São Pedro – a freira estará no estúdio da TV para apresentar um programa ao vivo sobre a canonização.
Espalhar os ensinamentos da Igreja pelo mundo – o que aproximou a freira do Papa que soube utilizar a mídia como nenhum outro na história – era uma das principais preocupações de João Paulo II, de acordo com irmã Myriam. “Quando ele era criticado pelo custo de suas várias viagens, que eram maiores que os da Rainha Elizabeth II, ele respondia: ‘então temos que fazer mais, porque o que eu levo vale muito mais’”, conta.
Capa do livro de Irmã Myriam tem João Paulo II com o cardeal Jorge Mario Bergoglio, que se tornaria o Papa Francisco (Foto: Divulgação)Capa do livro de Irmã Myriam tem João Paulo II
com o cardeal Jorge Mario Bergoglio, que se
tornaria o Papa Francisco (Foto: Divulgação)
“Certamente, todos o amaram, porque ele foi ao encontro do mundo em suas numerosas viagens. Ele andou entre todos, estendendo as mãos e abraçando as pessoas como um pai. Foi um pontificado itinerante”, afirma. Apesar disso, a freira ressalta que os gestos de João Paulo II foram ainda mais importantes que suas palavras,“embora estas fossem vibrantes”. “Não sei se haverá um Papa mais popular. O que é certo é que Deus escolhe bem.”
Uma das lembranças mais caras à freira é a das comemorações do grande jubileu da Igreja Católica, em 2000 – ano com muitas atividades para João Paulo II. “Lembro especialmente do encontro com os jovens de Tor Vergata [universidade de Roma], com ele avançando através da porta de mãos dadas com os jovens dos cinco continentes. Ele estava radiante, realmente refletia o céu.”
João Paulo II será canonizado apenas nove anos após sua morte, em 2005. O segundo milagre atribuído ao polonês, que nasceu em 1920 e liderou a Igreja Católica entre 1978 e sua morte, foi reconhecido pelo Vaticano em julho do ano passado, pelo Papa Francisco – o que mostra para irmã Myriam que Francisco “tem no Papa Wojtyla um grande professor e protetor”.
Em foto sem data Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires,beija a mão do Papa João Paulo II durante uma cerimônia no Vaticano (Foto: Sergio Rubin/AP)Em foto sem data, Jorge Mario Bergoglio, arcebispo de Buenos Aires, beija a mão do Papa João Paulo II durante uma cerimônia no Vaticano (Foto: Sergio Rubin/AP)

 

Igreja de cidade 'polonesa' do RS terá estátua do Papa João Paulo II

Em Áurea, 90% dos moradores descendem de poloneses, diz prefeitura.
Pároco diz que homenagem ao papa foi idealizada por fieis da igreja local.

Felipe TrudaDo G1 RS:
Estátua do Papa João Paulo II em Áurea (RS) (Foto: Diocese de Erexim)Estátua do Papa João Paulo II em Áurea (Foto: Divulgação/Diocese de Erechim)
Considerada pelos próprios habitantes a "capital nacional dos poloneses", a pequena cidade de Áurea, no Norte do Rio Grande do Sul, celebra a canonização do Papa João Paulo II, que será realizada neste domingo (27) no Vaticano. Um dia antes, uma missa marcará a inauguração de uma estátua de 2,5 metros com a imagem do novo santo polonês, que ficará em frente à Igreja Nossa Senhora do Monte Claro.
"O povo aqui é muito devoto", conta o padre Claudino Talaska, de 49 anos, quase dois como pároco da igreja local. "Pelo carinho que ele sempre teve pelo povo, os poloneses se identificam muito. Achamos que seria bom fazer algo para marcar o dia. Vamos celebrar uma missa solene, depois haverá a benção da estátua", explica o padre.
Segundo a prefeitura, a ligação entre Áurea e a Polônia vem do início do século passado, quando imigrantes do país europeu se instalaram na antiga localidade de Rio Marcelino, onde atualmente fica a cidade. Uma segunda leva de imigrantes poloneses chegou em 1944, ampliando o povoamento. A administração municipal estima que atualmente 90% dos moradores do município têm descendência polonesa.
Desta ligação, veio a homenagem ao Papa nascido na Polônia, cujo nome de batismo é Karol Wojtyla. A ideia surgiu em fevereiro deste ano, dos próprios fieis, empolgados com a notícia da canonização. "Quando ficamos sabendo, já fomos nos preparando para isso. Foi sugestão do povo", comentou o padre.
Desde então, a igreja arrecada doações para que o ornamento, esculpido em Toledo, no Paraná, fosse  levado à pequena cidade gaúcha, que segundo o Censo de 2010 tem cerca de 3,6 mil habitantes.
"Fomos dizendo que, quem quiser, pode ser colaborador da estátua, pois será o primeiro marco da região. E o pessoal está colaborando, as famílias, as comunidades. É claro que, se não cobrisse todos os gastos, a paróquia entraria com o restante. Mas está indo bem, só falta mais uma incentivada", afirmou o padre.
Estátua Papa João Paulo II em Áurea (RS) (Foto: Diocese de Erexim)Estátua será inaugurada em missa no sábado
(Foto: Divulgação/Diocese de Erechim)
A solenidade está marcada para as 16h de sábado (26) e será conduzida pelo bispo da região, Dom José Gislon. Ainda faltam alguns detalhes, como as pedras que ficarão incrustradas no pedestal da estátua e a placa com o nome do novo santo, o que só será feito depois da solenidade em Roma. "Ainda não sabemos como a Igreja vai chama-lo, pode ser São João Paulo, ou Santo Papa João Paulo", ponderou.
Pároco vê igreja 'renovada'
No início de 2012, a paróquia de Áurea ganhou notoriedade de forma negativa. O antigo pároco local, de nacionalidade polonesa, foi denunciado pelo Ministério Público por suspeita de desviar R$ 400 mil arrecadados para reformar a paróquia.
A investigação apontou que, enquanto o dinheiro sumia do livro-caixa, o padre visitava diversos países da Europa, ia para a Copa do Mundo de 2010 e vários Grandes Prêmios de Fórmula-1. Além disso, se envolveu em um acidente com um carro que pertencia à paróquia e não quis dar explicações à comunidade, segundo o promotor. Depois disso, acabou retornando ao país europeu.
"Vai fazer dois anos que vim para cá, então não sei muito bem como foi isso", diz o padre Talaska.
O pároco afirma que, apesar da tentativa dos fiéis de evitarem o assunto, já escutou  comentários a respeito. A seriedade com que ele fala sobre um passado que diz não conhecer bem dá lugar à empolgação quando o religioso garante que hoje a igreja está "renovada".
"O povo tocou para frente, temos hoje a igreja toda reformada. Depois de todos esses acontecimentos, já estamos conseguindo um centro de eventos grande e bonito. O pessoal pode ser que lembre, mas não expressa", garante.
A partir de sábado, a imagem do Papa que orgulha grande parte dos moradores estará em frente à paróquia. Para não deixar dúvidas que os tempos mudaram. "O pessoal está acolhendo esse dia", celebra o pároco.

Papas João XXIII e João Paulo II 'revolucionaram' catolicismo no Brasil

Os dois pontífices serão canonizados neste domingo (27), no Vaticano.
Português em missas e visitas oficiais ao país foram alguns dos legados.

Eduardo CarvalhoDo G1, em São Paulo
:Papas João XXIII e João Paulo II serão canonizados neste domingo (27) durante cerimônia no Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP e Divulgação)Papas João XXIII e João Paulo II serão canonizados neste domingo (27) durante cerimônia no Vaticano (Foto: Luigi Felici/AP e Divulgação)
A canonização dos Papas João XXIII e João Paulo II, marcada para este domingo (27), tem significado especial para a Igreja Católica no Brasil. Religiosos ouvidos pelo G1 afirmam que o pontificado dos dois religiosos “revolucionou” o catolicismo no país no século 20.

As ações implementadas por João XXIII permitiram que a língua portuguesa fosse incorporada aos ritos do catolicismo, consequência do Concílio Vaticano II. Já João Paulo II, nas três visitas feitas ao país, levantou diversas bandeiras sociais, entre elas a dos direitos humanos, em 1980, quando o Brasil ainda vivia uma ditadura militar.
O primeiro, progressista por adaptar a instituição milenar ao mundo da época, imerso na Guerra Fria. O segundo, usou e abusou da mídia para chamar a atenção do público, da juventude e também de políticos. Porém, era considerado conservador.
Para o professor de teologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a PUC, Padre Antonio Manzatto, tornar santo ao mesmo tempo os dois líderes religiosos é uma "grande sacada", por mostrar que a Igreja Católica pode ser ora progressista, ora conservadora. "Significa que a santidade tem múltiplos caminhos e que cada um pode encontrar o seu", explica.
Renascimento
Ao ser eleito no conclave, o italiano Angelo Roncalli escolheu o nome João XXIII. Mas popularmente ficou conhecido como "o Papa bom" ou ainda como "Papa de transição", por tornar-se líder dos católicos aos 77 anos – seu pontificado foi de 1958 a 1963.
Apesar da curta duração de seu pontificado, marcou profundamente a história da Igreja ao convocar em 1961 o Concilio Vaticano II, uma reunião com todos os bispos do mundo para promover mudanças na doutrina e na ação pastoral católicas.
Ele presidiu apenas a primeira sessão, em 1962, que teve duração de dois meses. Devido a grandes indefinições, a reunião precisou de outras três sessões e terminou em 1965, sob a batuta de Paulo VI – João XXIII havia morrido dois anos antes.
Foram várias as mudanças definidas no Concílio que impactaram o catolicismo.

No Brasil, missas e ritos que, até 1965, eram feitos em latim passaram a ser realizados em português. Padres tiveram permissão para vestir roupas comuns e não apenas batinas, e as pastorais da igreja, antes compostas só por religiosos, foram estruturadas com pessoas comuns, os leigos.
"Ninguém ouvia a Igreja. Ela falava uma coisa e o mundo outra. Com o Concílio, a igreja se renovou, se atualizou e ficou mais próxima das pessoas", disse Manzatto.
Segundo o cardeal Dom Raymundo Damasceno, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB, a realização do encontro "foi uma grande intuição e inspiração de João XXIII". Dom Damasceno explica que foi a partir desse momento que a Igreja abriu as portas para dialogar com outras religiões, por meio do ecumenismo, a busca da unidade.
"Hoje ninguém consegue avaliar direito o impacto do Concílio. A nova geração não tem nem ideia de como era a Igreja antes", disse ele ao G1.
João XXIII iniciou mudanças bruscas na Igreja Católica com o Concílio Vaticano II; João Paulo II ficou conhecido como o Papa da globalização, por viajar por dezenas de países ao longo de 26 anos de pontificado
O Papa "carioca"
João Paulo II foi o primeiro Papa a vir ao Brasil e o que mais visitou o país até hoje: foram três viagens – 1980, 1991 e 1997. Sua famosa frase “se Deus é brasileiro, o Papa é carioca”, ouvida por fiéis durante sua passagem pelo Rio de Janeiro, em 1997, foi, segundo religiosos, um símbolo da vontade que o polonês Karol Woitjila tinha de se aproximar do brasileiro.

“Ele aprendeu português por conta do Brasil. Gostava muito da nossa gente e tinha uma relação de afeto com o país”, explica o padre Manzatto. "Foi um homem que deixou marcas em seus discursos feitos por aqui", conta Dom Damasceno.
Em 1980, em pleno regime militar, defendeu temas como a justiça social, a liberdade sindical, a reforma agrária e os direitos humanos em discursos proferidos em cidades como Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Em 1991, já com a saúde debilitada após ter sofrido um atentado na Praça de São Pedro, em 1981, visitou dez cidades do país. Já em 1997, no Rio, durante encontro com famílias, condenou o divórcio, o aborto e os métodos contraceptivos.
"O que caracterizou seu pontificado foi voltar a atenção que a Igreja devia dar a sua doutrina, uma preocupação de que o espírito de liberdade dado pelo Concílio Vaticano II pudesse afrouxá-la. Ele retoma aspectos disciplinares e tem debates sobre correntes teológicas", explica padre Manzatto.

Teologia da libertação
Apesar da relação próxima com o país, foi aqui que João Paulo II demonstrou força como líder para frear o episcopado local. O motivo era a relação próxima de bispos e padres com a “Teologia da Libertação”, corrente de pensamento que estimulava a "opção preferencial pelos pobres", mas que a Santa Sé enxergava como uma ideologia próxima do marxismo – que prega o socialismo e estimula “políticas ricas para os pobres e políticas pobres para os ricos”.
O mesmo socialismo que João Paulo II ajudou a derrubar, mesmo que informalmente, na Europa, dividida pelo bloco capitalista e o socialista, sob controle político da União Soviética.
Foi um homem que deixou marcas em seus discursos feitos por aqui"
Dom Raymundo Damasceno, cardeal e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, a CNBB
“O Papa era contra porque a Igreja não prega violência. E essa forma de ver a sociedade como uma luta de pobres contra ricos incitaria uma violência revolucionária, algo que a Santa Sé se posiciona contra”, disse Manzatto.
Vários teólogos, entre eles o ex-frade franciscano Leonardo Boff, foram punidos pelo então prefeito para a Doutrina da Fé, Joseph Ratzinger, futuro Bento XVI.
“Mas esses embates e a relação um pouco complicada com a Igreja do Brasil não retira sua santidade. Seu caminho de santidade é o da afirmação do Evangelho de Jesus, a busca pelo ecumenismo e sua aproximação com o povo simples”, complementa Manzatto.

Evangelho Sabado, dia 26 de Abril de 2014


Sabado, dia 26 de Abril de 2014

SÁBADO NA OITAVA DA PÁSCOA

Santo Anacleto (Cleto), papa, mártir, séc. I, S. Pedro de Rates, mártir, 1º bispo de Braga, séc. I (?)

Comentário do dia
Papa Francisco: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.»

Actos 4,13-21.

Naqueles dias, os chefes do povo, os anciãos e os escribas ao verem a firmeza de Pedro e de João e percebendo que eram homens iletrados e plebeus, ficaram espantados. Reconheciam-nos por terem andado com Jesus,
mas, ao mesmo tempo, vendo de pé, junto deles, o homem que fora curado, nada encontraram para replicar.
Mandaram-nos, então, sair do Sinédrio e começaram sozinhos a deliberar:
«Que havemos de fazer a estes homens? Que um milagre notável foi realizado por eles é demasiado claro para todos os habitantes de Jerusalém e não podemos negá-lo.
No entanto, para evitar que a notícia deste caso se espalhe ainda mais por entre o povo, proibamo-los, com ameaças, de falar, doravante, a quem quer que seja, nesse nome.»
Chamaram-nos, então, e impuseram-lhes a proibição formal de falar ou ensinar em nome de Jesus.
Mas Pedro e João retorquiram: «Julgai vós mesmos se é justo, diante de Deus, obedecer a vós primeiro do que a Deus.
Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar o que vimos e ouvimos.»
Eles, então, com novas ameaças, mandaram-nos em liberdade, não encontrando maneira de os castigar, por causa do povo; pois todos glorificavam a Deus pelo que tinha acontecido. 

Marcos 16,9-15.

Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu primeiro a Maria de Magdala, da qual tinha expulsado sete demónios.
Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto.
Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram.
Depois disto, Jesus apareceu com um aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo.
Eles voltaram para trás a fim de o anunciar aos restantes. E também não acreditaram neles.
Apareceu, finalmente, aos próprios Onze quando estavam à mesa, e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração em não acreditarem naqueles que o tinham visto ressuscitado.
e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Papa Francisco
Exortação apostólica «Evangelii Gaudium/A alegria do evangelho» §§19-23 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev)

«Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.»

A evangelização obedece ao mandato missionário de Jesus: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (Mt 28,19-20). […] O Ressuscitado envia os seus a pregar o Evangelho em todos os tempos e lugares, para que a fé nele se estenda a todos os cantos da terra.

Na Palavra de Deus, aparece constantemente este dinamismo de «saída», que Deus quer provocar nos crentes. Abraão aceitou a chamada para partir rumo a uma nova terra (cf Gn 12,1-3). Moisés ouviu a chamada de Deus: «Vai; Eu te envio» (Ex 3,10), e fez sair o povo para a terra prometida (cf Ex 3,17). A Jeremias disse: «Irás aonde Eu te enviar» (Jr 1, 7). […] Todos somos chamados a esta nova «saída» missionária. Cada cristão e cada comunidade há-de discernir qual é o caminho que o Senhor lhe pede, mas todos somos convidados a aceitar esta chamada: a sair da própria comodidade e a ter a coragem de alcançar todas as periferias que precisam da luz do Evangelho.

A alegria do Evangelho, que enche a vida da comunidade dos discípulos, é uma alegria missionária. Experimentam-na os setenta e dois discípulos, que voltam da missão cheios de alegria (cf Lc 10,17). Vive-a Jesus, que exulta de alegria no Espírito Santo […]. Esta alegria é um sinal de que o Evangelho foi anunciado e está a frutificar. Mas contém sempre a dinâmica do êxodo e do dom, de sair de si mesmo, de caminhar e de semear sempre de novo, sempre mais além. O Senhor diz: «Vamos para outra parte, para as aldeias vizinhas, a fim de pregar aí, pois foi para isso que Eu vim» (Mc 1,38). […] Fiel ao modelo do Mestre, é vital que hoje a Igreja saia para anunciar o Evangelho a todos, em todos os lugares, em todas as ocasiões, sem demora, sem repugnâncias e sem medo.