terça-feira, 30 de setembro de 2014

Evangelista Lucas 9,51-56.

Terça-feira, dia 30 de Setembro de 2014

Terça-feira da 26ª semana do Tempo Comum

S. Jerónimo, presbítero, cardeal, Doutor da Igreja, séc. IV

Comentário do dia
Santo Agostinho : O caminho para Jerusalém

Job 3,1-3.11-17.20-23.

Por fim, Job abriu a boca e amaldiçoou o dia do seu nascimento.
Tomou a palavra e disse:
«Desapareça o dia em que nasci e a noite em que foi dito: ‘Foi concebido um varão!’
Porque não morri no seio da minha mãe ou não pereci ao sair das suas entranhas?
Porque encontrei joelhos que me acolheram e seios que me amamentaram?
Estaria agora deitado em paz, dormiria e teria repouso
com os reis e os grandes da terra, que constroem mausoléus para si;
com os príncipes que amontoam ouro e enchem de dinheiro as suas casas.
Ou como um aborto escondido, eu não teria existido, como um feto que não viu a luz do dia.
Ali, os maus cessam as suas perversidades, ali, repousam os que esgotaram as suas forças.
Por que razão foi dada luz ao infeliz, e vida àqueles para quem só há amargura?
Esses esperam a morte que não vem e a procuram mais do que um tesouro;
esses saltariam de júbilo e se alegrariam por chegar ao sepulcro.
Porque vive um homem cujo caminho foi barrado e a quem Deus cerca por todos os lados?

Lucas 9,51-56.

Aproximando-se os dias de Jesus ser levado deste mundo, dirigiu-Se resolutamente para Jerusalém
e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de samaritanos, a fim de lhe prepararem hospedagem.
Mas não o receberam, porque ia a caminho de Jerusalém.
Vendo isto, os discípulos Tiago e João disseram: «Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma?»
Mas Ele, voltando-se, repreendeu-os.
E foram para outra povoação.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
Meditações, capítulo 18

O caminho para Jerusalém

O peso da nossa fragilidade faz-nos pender para as realidades deste mundo; o fogo do teu amor, Senhor, eleva-nos e conduz-nos às realidades do alto, para onde subimos pelo impulso do nosso coração, cantando os salmos das elevações; e deixando-nos queimar pelo teu fogo, o fogo da tua bondade, que nos transporta.

Para onde nos levas tu? Para a paz da Jerusalém celeste: «Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor!» (Sl 121,1). Só o desejo de aí permanecer eternamente nos fará chegar. Enquanto estamos neste corpo, encaminhamo-nos para ti. Não temos aqui cidade permanente; procuramos sem cessar a nossa morada na cidade futura (Heb 13,14). Que a tua graça me conduza, Senhor, para o fundo do meu coração, para aí cantar o teu amor, meu Rei e meu Deus. […] E, recordando esta Jerusalém celeste, o meu coração ascenderá para Jerusalém, minha verdadeira pátria, Jerusalém, minha verdadeira mãe (Gal 4,26). Tu és o seu Rei, a sua luz, o seu defensor, o seu protector, o seu pastor; tu és a sua alegria inalterável; a tua bondade é a fonte de todos os seus bens inexprimíveis […], tu, meu Deus e minha misericórdia divina.