terça-feira, 23 de outubro de 2012

PT faz mal para a saúde?


Está aí uma briga entre José Serra e Fernando Haddad focada num tema polêmico e relevante para a cidade de São Paulo, bem diferentes das asneiras do "kit gay": a gestão das entidades privadas sem fins lucrativos ( as chamadas OSs) de equipamentos públicos.
Serra bate na tecla que, se eleito, Fernando Haddad acabaria com o convênio de hospitais e centros de saúde com as OSs - o que Haddad nega. Nega porque, afinal, essas entidades carregam marcas famosas em gestão como Sírio-Libanês, Unifesp, Albert Einstein, irmãs Marcelinas.
Haddad afirma que seu problema não é com a parceria, mas com o que ele considera baixa fiscalização. Ele seria um asno ideológico - e não é o caso - para acabar com esses convênios, que inovam a administração púbica. Estou convencido de que o ex-ministro não mexeria nesses acordos, afinal arrumaria muito mais problemas do que soluções numa área já problemática.
Mas o tiroteio de Serra, embora amplificado para uso no palanque, é ajudado pelo próprio Haddad que, ao tratar do assunto em seu programa, foi, no mínimo, dúbio. E fica claro que, se ele não acaba com o que está aí, não faria novos acertos desse tipo.
Mas existe nesse debate um problema do PT: é um partido influenciado fortemente pelo funcionalismo público. Não se fazem boas políticas pública sem exigir mais mérito e eficiência - o que, na maioria das vezes, acaba em enfrentamento com os sindicatos das corporações.
Não raro, as corporações colocam-se acima dos interesses dos cidadãos
As Organizações Sociais podem e devem ser mais fiscalizadas. Mas o que incomoda segmentos do PT é que elas tiram poder dos sindicatos e submetem o funcionalismo a um grau diferente de comparação de eficiência.

gilberto dimenstein


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