quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Lívia Andrade: "Musa de verdade sai da avenida ralada, sangrando, chorando"


iG São Paulo , por Anderson Perri

A atriz e apresentadora estreia como princesa de bateria da Acadêmicos do Tucuruvi e não esconde sua paixão pela Gaviões da Fiel, escola que deixou em 2010



Lívia Andrade, nova musa da Acadêmicos da Tucuruvi. Foto: Eduardo Lopes
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“Sempre gostei de frequentar os ensaios, a quadra, gosto de participar da história da escola. Eu desfilo desde meus 10 anos”, diz Lívia Andrade, de 29 anos. A atriz e apresentadora do SBT fará sua estreia neste carnaval como musa da escola paulistana Acadêmicos do Tucuruvi , mas não esconde sua paixão pela Gaviões da Fiel , agremiação que deixou em 2010. “Não estava satisfeita com as ordens, então resolvi sair. Não deixei de ser da Gaviões. Tive problemas com duas pessoas, não com uma nação. Até hoje me emociono quando ela entra na avenida”, admite a atriz da novela “Carrossel”. Com 1,75m de altura e 68 kg, Lívia, que diminuiu o tamanho das próteses nos seios em 2011, diz que não tem uma preparação especial de exercícios ou dieta para os desfiles. A musa garante também que não deixa de ir para a avenida mesmo quando está um pouquinho acima do peso. “Nunca me importei porque estou ali para desfilar, não estou ali para mostrar minha bunda, meu peito, para ver se estou gorda ou não.”
iG: Como é a sua preparação para o carnaval? 
Lívia Andrade: Não tenho uma preparação. A correria aumenta porque os compromissos aumentam e isso me ajuda. Eu não tenho uma sequência de treinos, não tenho alimentação especial para esta época. Como tudo que quero. Não gosto muito de doce, mas não me privo de nada. Tomo até refrigerante perto do carnaval. Acho que os próprios ensaios acabam dando um condicionamento físico legal, é uma preparação, força a perna, dá musculatura. Não há preparação melhor do que frequentar os ensaios.
iG: Como foi o convite para desfilar pela Tucuruvi? 
Lívia Andrade: Tenho muitos amigos por aqui, que acabaram me trazendo para cá. Além disso, o samba enredo é sobre Mazzaroppi, que tem tudo a ver comigo: corintiano, com um lado humorístico, artista popular. Eles acabaram me convencendo e revolvi ver como seria. Vim no ensaio e adorei o local. A quadra é bem familiar, vem mãe, avô, filhos. É bem bacana.
iG: Por que saiu da Gaviões da Fiel em 2010? 
Lívia Andrade: Talvez hoje eu tenha uma opinião mais forte, falo o que penso, não levo desaforo pra casa. Não estava satisfeita com as ordens, então resolvi sair. Não deixei de ser da Gaviões. Tive problemas com duas pessoas, não com uma nação. Foram problemas particulares que me levaram ao afastamento, mas até hoje me emociono quando entram na avenida. No carnaval, as pessoas ficam mais cansadas, viram a noite na quadra para tudo ficar pronto. Qualquer desentendimento vira um grande problema. Tenho temperamento forte, sou maloqueira e respondo. Percebi que era melhor me retirar dali, para evitar maiores problemas. Amo a Gaviões, mas primeiro eu torço pela escola que estou porque dou o sangue por ela e depois torço pela Gaviões.
iG: Você teve algum problema com a Sabrina Sato, atual musa da Gaviões? 
Lívia Andrade: Nunca tive problema com ela. Quando eu sai, ela já estava na escola. Nunca tive nada com ela. Mas sempre saem algumas fofocas neste sentido e inventam algo.
iG: O que é preciso para ser musa do carnaval? 
Lívia Andrade: Acho que realmente é gostar daquilo. Está na cara quem gosta e quem não gosta, quem está ali só para aparecer, pela foto, pela vaidade, pelo ego da mulher. Até por uma fantasia de desfilar. Mas quem gosta mesmo, você vê no sangue, está na pessoa, é diferente. Quem quer, aprende a sambar na raça, não se importa com maquiagem escorrendo, com cabelo. Não faz pose de bonita. É fácil ficar ali, só na beleza, sem suar e chegar impecável ao final do desfile. Quem gosta, sai da avenida ralada, sangrando, chorando. Isso é o carnaval, a alegria do povo. 
iG: Há comentários de você ser mais cheinha para uma musa de carnaval. Isso te incomoda? 
Lívia Andrade : Nunca me importei porque estou ali para desfilar, não estou ali para mostrar minha bunda, meu peito, para ver se estou gorda ou não. Eu vou desfilar, não importa como eu esteja. E o carnaval é isso, tem senhoras, mulheres bem gordas, que não estão nem aí, estão chacoalhando a banha, todas felizes. Claro que tem que ter gostosa, mas não só gostosa. O mundo não é feito de perfeição. Mesmo quando eu estava mais parrudinha, há dois anos, não deixei de desfilar ou coloquei uma roupa que me escondesse. Eu não estava nem aí, estava ali para desfilar.
iG: Você se acha gostosa? 
Lívia Andrade: Acho que sou mais para gostosa do que para modelo, magrinha. Sou grande, minha estrutura óssea é larga. Fui modelo, não aguentei, não gostava, sai da agência porque tinha vergonha de ser muito magra, de ter perna fina. Botava três calças para disfarçar. Fui pra academia malhar muito para conseguir o “pernão”. Gosto de mulher mais cheinha do que seca.
iG: Já se arrependeu de ter usado alguma fantasia na avenida? 
Lívia Andrade: Não, nunca. Várias já deram problemas, quase sempre dá, mas nem por isso vou deixar de desfilar. Quase sempre arrebenta algo, é peito que não cabe, é parte que fica apertada, estourando. Acontecem boicotes também, já me entregarem roupa inacabada, em cima da hora, com partes faltando. Mas eu vou sempre estar lá, não importe o que aconteça.

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