terça-feira, 12 de março de 2013

Evangelho quotidiano

Terça-feira, dia 12 de Março de 2013
Terça-feira da 4ª semana da Quaresma

S. Luís Orione, sacerdote, fundador, +1940,  Santo Inocêncio I, papa, +417,  Santa Josefina, penitente, +1353



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Jean Tauler : «Queres ficar são?»

Leituras

Ezeq. 47,1-9.12.


Naqueles dias, o anjo reconduziu-me à entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea, em direcção ao oriente, porque o templo estava voltado para oriente. A água brotava da parte de baixo do lado direito do templo, a sul do altar. 
Fez-me sair pelo pórtico setentrional e contornar o templo por fora, até ao pórtico exterior oriental; vi rebentar a água do lado direito. 
O homem avançou para oriente com o cordel que tinha na mão, e mediu mil côvados; depois fez-me atravessar a água; ela chegava-me até aos tornozelos. 
Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; ela chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; chegava-me aos quadris. 
Mediu ainda mil côvados; era uma torrente que eu não conseguia atravessar, porque a água era tão profunda que era necessário nadar. Efectivamente, era uma torrente que não se podia atravessar. 
E Ele disse-me: "Viste, filho de homem?" E levou-me até à beira da torrente. 
Quando aí cheguei, eis que havia à beira da torrente grande quantidade de árvores, em cada uma das margens. 
Ele disse-me: "Esta água corre para o território oriental, desce para a Arabá e dirige-se para o mar; quando chegar ao mar, as suas águas tornar-se-ão salubres. 
Por onde quer que a torrente passar, todo o ser vivo que se move viverá. O peixe será muito abundante, porque aonde quer que esta água chegar, tornar-se-á salubre; e a vida desenvolver-se-á por toda a parte aonde ela chegar. 
Ao longo da torrente, nas suas margens, crescerá toda a sorte de árvores frutíferas, cuja folhagem não murchará e cujos frutos nunca cessam: produzirão todos os meses frutos novos, porque esta água vem do Santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas, de remédio." 


João 5,1-16.


Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. 
Em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, há uma piscina, em hebraico chamada Betzatá. Tem cinco pórticos, 
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos. 

Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e oito anos. 
Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo assim, disse-lhe:«Queres ficar são?» 
Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de mim». 
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda.» 
E, no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou na enxerga e começou a andar. Ora, aquele dia era de sábado. 
Por isso os judeus diziam ao que tinha sido curado: «É sábado e não te é permitido transportar a enxerga.» 
Ele respondeu-lhes: «Quem me curou é que me disse: 'Toma a tua enxerga e anda'.» 
Perguntaram-lhe, então: «Quem é esse homem que te disse: 'Toma a tua enxerga e anda'?» 
Mas o que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus se tinha afastado da multidão ali reunida. 
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Vê lá: ficaste curado. Não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior.» 
O homem foi-se embora e comunicou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado. 
E foi por isto, por Jesus realizar tais coisas em dia de sábado, que os judeus começaram a persegui-lo. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por 

Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão n.º 8, para a primeira sexta-feira da Quaresma

«Queres ficar são?»

Esta piscina [...] representa a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo,
completamente digno de amor, e a sua água agitada o sangue bendito do Filho
de Deus bem-amado, Deus e homem, que nos lavou a todos com o Seu sangue
precioso e que, por amor, quer igualmente lavar todos aqueles que se
aproximem d'Ele (1Pe 1,19; Ap 7,14). [...] E os doentes simbolizam os
homens dados ao orgulho, à cólera, ao ódio, à avareza, à luxúria, o que nos
leva a entender que todos os doentes deste género, podendo lavar-se no
sangue de Cristo, serão plenamente curados se entretanto descerem a essa
água. Neste sentido, os cinco pórticos dessa piscina representam as cinco
chagas sagradas de Nosso Senhor, nas quais e pelas quais todos fomos
salvos. [...]


Nos pórticos da piscina jazia um grande número de doentes, e os que a ela
descessem logo após a agitação da água ficavam totalmente curados. O que
significa, então, esta agitação e este contacto com a água, senão o
Espírito Santo que, descendo do alto para o homem, o toca no seu âmago e
provoca no seu íntimo uma agitação tal, que o seu interior é
verdadeiramente transformado e inteiramente renovado, ao ponto de não mais
saborear as coisas que dantes lhe agradavam e de encontrar gosto naquilo
que dantes lhe fazia horror? O menosprezo, a pobreza interior e exterior, a
renúncia, a vida interior, a humildade, o despojamento de todas as coisas
criadas, tudo isto lhe traz agora felicidade. Depois de entrar em contacto
com essa água, o doente, isto é, o homem exterior, mergulha de cabeça e até
ao fundo nessa piscina, lavando-se no preciosíssimo sangue de Cristo; e em
virtude desse contacto fica definitivamente curado, como de resto está dito
na Escritura: «Todos os que O tocaram ficaram curados» (Mt 14,36).

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