domingo, 17 de março de 2013

Evangelho quotidiano

Domingo, dia 17 de Março de 2013
5º Domingo da Quaresma - Ano C

S. Patrício, bispo, +461,  Beata Bárbara Maix, religiosa, +1873



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
Beato João Paulo II : «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra»

Leituras

Is. 43,16-21.


O Senhor, que outrora abriu um caminho através do mar, uma estrada nas torrentes das águas; 
que pôs em campanha carros e cavalos, tropa de soldados e chefes; caíram para nunca mais se levantarem, extinguiram-se como um pavio que se apaga: 
«Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, não penseis mais no passado, 
pois vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais? Vou abrir um caminho no deserto, e fazer correr rios na estepe.
Glorificar-me-ão os animais selvagens, os chacais e as avestruzes, porque hei-de fazer brotar água no deserto e rios na terra árida, para dar de beber ao meu povo, o meu eleito, 
o povo que Eu formei para mim, e assim hão-de proclamar os meus louvores.» 


Filip. 3,8-14.

Irmãos: Considero que tudo isso foi mesmo uma perda, por causa da maravilha que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor: por causa dele, tudo perdi e considero esterco, a fim de ganhar a Cristo 
e nele ser achado, não com a minha própria justiça, a que vem da Lei, mas com a que vem pela fé em Cristo, a justiça que vem de Deus e que se apoia na fé. 
Assim posso conhecê-lo a Ele, na força da sua ressurreição e na comunhão com os seus sofrimentos, conformando-me com Ele na morte, 
para ver se atinjo a ressurreição de entre os mortos. 
Não que já o tenha alcançado ou já seja perfeito; mas corro, para ver se o alcanço, já que fui alcançado por Cristo Jesus. 
Irmãos, não me julgo como se já o tivesse alcançado. Mas uma coisa faço: esquecendo-me daquilo que está para trás e lançando-me para o que vem à frente, 
corro em direcção à meta, para o prémio a que Deus, lá do alto, nos chama em Cristo Jesus. 


João 8,1-11.

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. 
De madrugada, voltou outra vez para o templo e todo o povo vinha ter com Ele. Jesus sentou-se e pôs-se a ensinar. 
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio 
e disseram-lhe: «Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério. 
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que dizes?» 
Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se a escrever com o dedo na terra. 
Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes: «Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» 
E, inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra. 
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles. 
Então, Jesus ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?» 
Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus: «Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.» 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por 

Beato João Paulo II (1920-2005), papa
Encíclica «Dives in misericordia», §2 

«Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra»

«Ninguém jamais viu a Deus», escreve São João para dar maior relevo à
verdade segundo a qual «o Filho unigénito, que está no seio do Pai, é que O
deu a conhecer» (Jo 1,18). [...] A verdade revelada por Cristo a respeito
de Deus, «Pai das misericórdias» (2Co 1,3), permite-nos «vê-Lo»
particularmente próximo do homem, sobretudo quando este sofre, quando é
ameaçado no próprio coração da sua existência e da sua dignidade.


Por este motivo, na actual situação da Igreja e do mundo, muitos homens e
muitos ambientes, guiados por vivo sentido de fé, voltam-se quase
espontaneamente, por assim dizer, para a misericórdia de Deus. São
impelidos a fazê-lo certamente pelo próprio Cristo, o Qual, mediante o Seu
Espírito, continua operante no íntimo dos corações humanos. O mistério de
Deus «Pai das misericórdias» revelado por Cristo torna-se, no contexto das
hodiernas ameaças contra o homem, como que um singular apelo dirigido à
Igreja. 


Pretendo acolher tal apelo; desejo inspirar-me na linguagem da revelação e
da fé, linguagem eterna e ao mesmo tempo incomparável pela sua simplicidade
e profundidade, para com ela exprimir, uma vez mais, diante de Deus e dos
homens, as grandes preocupações do nosso tempo. A revelação e a fé
ensinam-nos, efectivamente, não tanto a meditar de modo abstracto sobre o
mistério de Deus, «Pai das misericórdias», quanto a recorrer a esta mesma
misericórdia em nome de Cristo e em união com Ele. Cristo não disse,
porventura, que o nosso Pai, Aquele que «vê o que é secreto» (Mt 6,4), está
continuamente à espera, por assim dizer, de que nós, apelando para Ele em
todas as necessidades, perscrutemos cada vez mais o Seu mistério: o
mistério do Pai e do Seu amor? É meu desejo, portanto, que estas
considerações sirvam para aproximar mais de todos tal mistério e se tornem,
ao mesmo tempo, um vibrante apelo da Igreja à misericórdia, de que o homem
e o mundo contemporâneo tanto precisam. E precisam dessa misericórdia,
mesmo sem muitas vezes o saberem.

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