domingo, 24 de março de 2013

Evangelho quotidiano

Domingo, dia 24 de Março de 2013
DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO DO SENHOR - Ano C

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801,  Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Cirilo de Alexandria : «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)

Leituras

Is. 50,4-7.



«O Senhor Deus ensinou-me o que devo dizer, para saber dar palavras de alento aos desanimados. Cada manhã desperta os meus ouvidos, para que eu aprenda como os discípulos. 
O Senhor DEUS abriu-me os ouvidos, e eu não resisti, nem recusei. 
Aos que me batiam apresentei as espáduas, e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me ultrajavam e cuspiam. 
Mas o Senhor DEUS veio em meu auxílio; por isso não sentia os ultrajes. Endureci o meu rosto como uma pedra, pois sabia que não ficaria envergonhado. 


Filip. 2,6-11.

Cristo Jesus, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; 
no entanto, esvaziou-se a si mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens e sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, 
rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 
Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, 
para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; 
e toda a língua proclame: “Jesus Cristo é o Senhor!”, para glória de Deus Pai. 


Lucas 22,14-71.23,1-56.


Quando chegou a hora, Jesus sentou-se à mesa com os seus Apóstolos e disse-lhes: 
Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer, 
pois digo-vos que já não a voltarei a comer até ela ter pleno cumprimento no Reino de Deus.» 
Tomando uma taça, deu graças e disse: «Tomai e reparti entre vós, 
pois digo-vos que não tornarei a beber do fruto da videira, até chegar o Reino de Deus.» 
Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» 
Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós.» 
«No entanto, vede: a mão daquele que me vai entregar está comigo à mesa! 
O Filho do Homem segue o seu caminho, como está determinado; mas ai daquele por meio de quem vai ser entregue!» 
Começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer semelhante coisa. 
Levantou-se entre eles uma discussão sobre qual deles devia ser considerado o maior. 
Jesus disse-lhes: «Os reis das nações imperam sobre elas e os que nelas exercem a autoridade são chamados benfeitores. 
Convosco, não deve ser assim; o que fôr maior entre vós seja como o menor, e aquele que mandar, como aquele que serve. 
Pois, quem é maior: o que está sentado à mesa, ou o que serve? Não é o que está sentado à mesa? Ora, Eu estou no meio de vós como aquele que serve. 
Vós sois os que permaneceram sempre junto de mim nas minhas provações, 
e Eu disponho do Reino a vosso favor, como meu Pai dispõe dele a meu favor, 
a fim de que comais e bebais à minha mesa, no meu Reino. E haveis de sentar-vos, em tronos, para julgar as doze tribos de Israel.» 
E o Senhor disse: «Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. 
Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.» 
Ele respondeu-lhe: «Senhor, estou pronto a ir contigo até para a prisão e para a morte.» 
Jesus disse-lhe: «Eu te digo, Pedro: o galo não cantará hoje sem que, por três vezes, tenhas negado conhecer-me.» 
Depois, acrescentou: «Quando vos enviei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos alguma coisa?» Eles responderam: «Nada.» 
E Ele acrescentou: «Mas agora, quem tem uma bolsa que a tome, assim como o alforge, e quem não tem espada venda a capa e compre uma. 
Porque, digo-vo-lo Eu, deve cumprir-se em mim esta palavra da Escritura: Foi contado entre os malfeitores. Efectivamente, o que me diz respeito chega ao seu termo.» 
Disseram-lhe eles: «Senhor, aqui estão duas espadas.» Mas Ele respondeu-lhes: «Basta!» 
Saiu então e foi, como de costume, para o Monte das Oliveiras. E os discípulos seguiram também com Ele. 
Quando chegou ao local, disse-lhes: «Orai, para que não entreis em tentação.» 
Depois afastou-se deles, à distância de um tiro de pedra, aproximadamente; e, pondo-se de joelhos, começou a orar, dizendo: 
«Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice; contudo, não se faça a minha vontade, mas a tua.» 
Então, vindo do Céu, apareceu-lhe um anjo que o confortava. 
Cheio de angústia, pôs-se a orar mais instantemente, e o suor tornou-se-lhe como grossas gotas de sangue, que caíam na terra. 
Depois de orar, levantou-se e foi ter com os discípulos, encontrando-os a dormir, devido à tristeza. 
Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai, para que não entreis em tentação.» 
Ainda Ele estava a falar quando surgiu uma multidão de gente. Um dos Doze, o chamado Judas, caminhava à frente e aproximou-se de Jesus para o beijar. 
Jesus disse-lhe: «Judas, é com um beijo que entregas o Filho do Homem?» 
Vendo o que ia suceder, aqueles que o cercavam perguntaram-lhe: «Senhor, ferimo-los à espada?» 
E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. 
Mas Jesus interveio, dizendo: «Basta, deixai-os.» E, tocando na orelha do servo, curou-o. 
Depois, disse aos que tinham vindo contra Ele, aos sumos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos: «Vós saístes com espadas e varapaus, como se fôsseis ao encontro de um salteador! 
Estando Eu todos os dias convosco no templo, não me deitastes as mãos; mas esta é a vossa hora e o domínio das trevas.» 
Apoderando-se, então, de Jesus, levaram-no e introduziram-no em casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia de longe. 
Tendo acendido uma fogueira no meio do pátio, sentaram-se e Pedro sentou-se no meio deles. 
Ora, uma criada, ao vê-lo sentado ao lume, fitandoo, disse: «Este também estava com Ele.» 
Mas Pedro negou-o, dizendo: «Não o conheço, mulher.» 
Pouco depois, disse outro, ao vê-lo: «Tu também és dos tais.» Mas Pedro disse: «Homem, não sou.» 
Cerca de uma hora mais tarde, um outro afirmou com insistência: «Com certeza este estava com Ele; além disso, é galileu.» 
Pedro respondeu: «Homem, não sei o que dizes.» E, no mesmo instante, estando ele ainda a falar, cantou um galo. 
Voltando-se, o Senhor fixou os olhos em Pedro; e Pedro recordou-se da palavra do Senhor, quando lhe disse: «Hoje, antes de o galo cantar, irás negar-me três vezes.» 
E, vindo para fora, chorou amargamente. 
Entretanto, os que guardavam Jesus troçavam dele e maltratavam-no. 
Cobriam-lhe o rosto e perguntavam-lhe: «Adivinha! Quem te bateu?» 
E proferiam muitos outros insultos contra Ele. 
Quando amanheceu, reuniu-se o Conselho dos anciãos do povo, sumos sacerdotes e doutores da Lei, que o levaram ao seu tribunal. 
Disseram-lhe: «Declara-nos se Tu és o Messias.» Ele respondeu-lhes: «Se vo-lo disser, não me acreditareis 
e, se vos perguntar, não respondereis. 
Mas doravante, o Filho do Homem vai sentar-se à direita de Deus todo-poderoso.» 
Disseram todos: «Tu és, então, o Filho de Deus?» Ele respondeu-lhes: «Vós o dizeis; Eu sou.» 
Então, exclamaram: «Que necessidade temos já de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da sua boca.» 
Levantando-se todos, levaram-no a Pilatos 
e começaram a acusá-lo, nestes termos: «Encontrámos este homem a sublevar o povo, a impedir que se pagasse tributo a César e a dizer-se Ele próprio o Messias Rei.» 
Pilatos interrogou-o: «Tu és o rei dos judeus?» Jesus respondeu: «Tu o dizes.» 
Pilatos disse, então, aos sumos sacerdotes e à multidão: «Nada encontro de culpável neste homem.» 
Mas eles insistiram, dizendo: «Ele amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia até aqui.» 
Ao ouvir isto, Pilatos perguntou-se o homem era galileu; 
e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-o a Herodes, que também se encontrava em Jerusalém nesses dias. 
Ao ver Jesus, Herodes ficou extremamente satisfeito, pois havia bastante tempo que o queria ver, devido ao que ouvia dizer dele, esperando que fizesse algum milagre na sua presença. 
Fez-lhe muitas perguntas, mas Ele nada respondeu. 
Os sumos sacerdotes e os doutores da Lei, que lá estavam, acusavam-no com veemência. 
Herodes, com os seus oficiais, tratou-o com desprezo e, por troça, mandou-o cobrir com uma capa vistosa, enviando-o de novo a Pilatos. 
Nesse dia, Herodes e Pilatos ficaram amigos, pois eram inimigos um do outro. 
Pilatos convocou os sumos sacerdotes, os chefes e o povo, 
e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como se andasse a revoltar o povo. Interroguei-o diante de vós e não encontrei nele nenhum dos crimes de que o acusais. 
Herodes tão pouco, visto que no-lo mandou de novo. Como vedes, Ele nada praticou que mereça a morte. 
Vou, portanto, libertá-lo, depois de o castigar.» 
Ora, em cada festa, Pilatos era obrigado a soltar-lhes um preso. 
E todos se puseram a gritar: «A esse mata-o e solta-nos Barrabás!» 
Este último fora metido na prisão por causa de uma insurreição desencadeada na cidade, e por homicídio. 
De novo, Pilatos dirigiu-lhes a palavra, querendo libertar Jesus. 
Mas eles gritavam: «Crucifica-o! Crucifica-o!» 
Pilatos disse-lhes pela terceira vez: «Que mal fez Ele, então? Nada encontrei nele que mereça a morte. Por isso, vou libertá-lo, depois de o castigar.» 
Mas eles insistiam em altos brados, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. 
Então, Pilatos decidiu que se fizesse o que eles pediam. 
Libertou o que fora preso por sedição e homicídio, que eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam. 
Quando o iam conduzindo, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que voltava do campo, e carregaram-no com a cruz, para a levar atrás de Jesus. 
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. 
Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos; 
pois virão dias em que se dirá: 'Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram.' 
Hão-de, então, dizer aos montes: 'Caí sobre nós!' E às colinas: 'Cobri-nos!' 
Porque, se tratam assim a árvore verde, o que não acontecerá à seca?» 
E levavam também dois malfeitores, para serem executados com Ele. 
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-no a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. 
Jesus dizia: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem.» Depois, deitaram sortes para dividirem entre si as suas vestes. 
O povo permanecia ali, a observar; e os chefes zombavam, dizendo: «Salvou os outros; salve-se a si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito.» 
Os soldados também troçavam dele. Aproximando-se para lhe oferecerem vinagre, 
diziam: «Se és o rei dos judeus, salva-te a ti mesmo!» 
E por cima dele havia uma inscrição: «Este é o rei dos judeus.» 
Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-o, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-te a ti mesmo e a nós também.» 
Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? 
Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam; mas Ele nada praticou de condenável.» 
E acrescentou: «Jesus, lembra-te de mim, quando estiveres no teu Reino.» 
Ele respondeu-lhe: «Em verdade te digo: hoje estarás comigo no Paraíso.» 
Por volta do meio-dia, as trevas cobriram toda a região até às três horas da tarde. 
O Sol tinha-se eclipsado e o véu do templo rasgou-se ao meio. 
Dando um forte grito, Jesus exclamou: «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito.» Dito isto, expirou. 
Ao ver o que se passava, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Verdadeiramente, este homem era justo!» 
E toda a multidão que se tinha aglomerado para este espectáculo, vendo o que acontecera, regressava batendo no peito. 
Todos os seus conhecidos e as mulheres que o tinham acompanhado desde a Galileia mantinham-se à distância, observando estas coisas. 
Um membro do Conselho, chamado José, homem recto e justo, 
não tinha concordado com a decisão nem com o procedimento dos outros. Era natural de Arimateia, cidade da Judeia, e esperava o Reino de Deus. 
Foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. 
Descendo-o da cruz, envolveu-o num lençol e depositou-o num sepulcro talhado na rocha, onde ainda ninguém tinha sido sepultado. 
Era o dia da Preparação e já começava o sábado. 
Entretanto, as mulheres que tinham vindo com Ele da Galileia acompanharam José, observaram o túmulo e viram como o corpo de Jesus fora depositado. 
Ao regressar, prepararam aromas e perfumes; e, durante o sábado, observaram o descanso, conforme o preceito. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por 

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Homilia 13; PG 77, 1049 

«Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mc 11,9-10)

Irmãos, celebremos hoje a vinda do nosso Rei, vamos ao Seu encontro, porque
Ele também é o nosso Deus. [...] Elevemos o coração até Deus, não apaguemos
o Espírito (1Ts 5,19), aprontemos alegremente as candeias (Mt 25,7),
mudemos as vestes da alma. Quais vencedores, peguemos em palmas e, quais
pessoas simples, aclamemo-Lo com o povo. Com as crianças, cantemos, com um
coração infantil: «Hossana! Bendito seja O que vem em nome do Senhor!» (Mt
21,15) [...] Hoje mesmo Ele entra em Jerusalém, de novo se prepara a cruz,
o documento de acusação de Adão foi abolido (Col 2,14); de novo se abre o
Paraíso, e o ladrão nele entra (Lc 23,43); de novo a Igreja está em festa.
[...]


Ele não vem acompanhado pelas forças invisíveis do céu e pelas legiões de
anjos; não está sentado num trono alto e sublime, protegido pelas asas dos
serafins, por um carro de fogo e por seres vives de múltiplos olhos, que
tudo fazem tremer com prodígios e com o som das trombetas (Ez 1,4ss). Ele
vem escondido na natureza humana. É uma exaltação de bondade, não de
justiça; de perdão, não de vingança. Ele não aparece na glória do Seu Pai
(Ex 19,16ss), mas na humildade da Sua mãe. Já outrora o profeta Zacarias
nos anunciara esta aparição; e convidava toda a criação ao júbilo [...]:
«Exulta de alegria, filha de Sião!» (Za 9,9) As mesmas palavras que o anjo
Gabriel pronunciara à Virgem: «Salve, ó cheia de graça» (Lc 1,28), e a
mesma mensagem que o Salvador anunciou às santas mulheres após a Sua
ressurreição : «Salve!» (Mt 28,9) [...]


«Exulta de alegria, filha de Jerusalém! Aí vem o teu Rei, ao teu encontro,
manso e montado num jumentinho, filho de uma jumenta». [...] Que significa
isto? Ele não não vem com pompa e esplendor, como é próprio dos reis. Vem
na condição de servo (Fl 2,7), de esposo cheio de ternura, de Cordeiro
dulcíssimo (Jo 1,29), fresco orvalho no Seu velo (Jz 6,36ss), ovelha que é
levada ao matadouro (Jr 11,19), manso cordeiro arrastado para o sacrifício
(Is 53,7). [...] Hoje, os filhos dos hebreus correm à Sua frente,
oferecendo ramos de oliveira Àquele que é misericordioso e, em júbilo,
recebem com palmas o Vencedor da morte. «Hossana! Bendito seja O que vem em
nome do Senhor!»

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