sexta-feira, 5 de abril de 2013

Evangelho quotidiano

Sexta-feira, dia 05 de Abril de 2013
6ª-FEIRA NA OITAVA DA PÁSCOA

S. Vicente Ferrer, presbítero, +1419,  Santa Irene, virgem, séc. IV



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Pedro Crisólogo : «Simão Pedro [...] puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes»

Leituras

Actos 4,1-12.


Naqueles dias, estavam Pedro e João a falar ao povo, depois da cura do cego de nascença, quando surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus, 
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos. 
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde. 
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil. 
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém 
com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes. 
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?» 
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos, 
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado, 
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós. 
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular. 
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.» 


João 21,1-14.

Naquele tempo, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo: 
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. 
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. 
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. 
Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» 
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar. 
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa, e lançou-se à água. 
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros. 
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão. 
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.» 
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. 
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor. 
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. 
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por 

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), bispo de Ravena, doutor da Igreja
Sermão 78; PL 52, 420

«Simão Pedro [...] puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes»

«O discípulo que Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor!'» Aquele que é
amado é o primeiro a ver; o amor faz incidir um olhar mais atento sobre
todas as coisas; aquele que ama sente sempre com mais vivacidade. [...] Que
dificuldade torna a mente de Pedro tão lenta e o impede de ser o primeiro a
reconhecer Jesus, como já o tinha feito anteriormente? Onde está aquele
testemunho singular que o fizera exclamar: «Tu és Cristo, o filho do Deus
vivo»? (Mt 16,16) Onde está ele? Pedro entrara na casa de Caifás, o
sumo-sacerdote, onde ouvira sem dificuldade o murmúrio de uma serva, mas
tarda em reconhecer o seu Senhor.


«Quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica pois estava nu.» Que
coisa estranha, meus irmãos! [...] Pedro entra nu na barca e deita-se ao
mar vestido! [...] Os culpados tapam-se sempre para se dissimularem. Assim
como Adão, hoje Pedro deseja esconder a sua nudez após o seu pecado; antes
de pecarem, estavam ambos vestidos apenas de uma nudez santa. «Ele apertou
a túnica e deitou-se ao mar.» Ele esperava que o mar lavasse esta peça de
roupa sórdida que era a traição. Deitou-se ao mar pois queria voltar a ser
o primeiro, aquele a quem as maiores responsabilidades tinham sido
confiadas (Mt 16,18ss). Cingiu a sua túnica pois devia cingir-se com o
combate do mártir, segundo as palavras do Senhor: «E outro te cingirá e te
levará para onde não queres» (Jo 21,18). [...]


Os outros vêm com o barco, puxando a rede cheia de peixes. Com muito
esforço trazem consigo a Igreja lançada nos ventos do mundo. É ela que
estes homens trazem na rede do evangelho para a luz do céu, e que arrancam
aos abismos para a conduzir até junto do Senhor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE NOSSAS POSTAGENS