quarta-feira, 24 de abril de 2013

LULA NÃO PAGOU A DIVIDA EXTERNA COMO DIVULGOU EM ALGUNS MEIOS DE COMUNICAÇÃO.




Edição 1841 de 17 a 23 de outubro de 2010
Contas
Brasil não pagou sua dívida externa
O governo Lula, em 2005, pagou a dívida que tinha com o FMI, que representava uma parte mínima do total do débito
Edilson Pelikano/Jornal Opção
Sérgio Duarte de Castro, economista: "O governo trocou
parte de uma dívida mais barata por uma dívida mais cara”
Andréia Bahia
 
Parte dos dólares que o Tesouro Nacional vem comprando para enxugar a liquidez do mercadointerno deve ser usada para antecipar o pagamenro de uma parcela da dívida externa bruta, que segundo o economista Sérgio Duarte de Castro, da PUC-Goiás, é de US$ 198 bilhões. O Brasil não pagou sua dívida externa, como a maioria a população pensa a partir de uma divulgação maciça do governo e principalmente do presidente Lula e sua candidata Dilma Rousseff. 
 
O que o governo Lula quitou, em 2005, foi apenas uma pequena parcela desta dívida que o País tinha com o Fundo Monetário Internacional (FMI). “O Brasil devia mais de US$ 200 bilhões e Lula antecipou um pagamento de US$ 15 bilhões para o FMI. Na verdade, parte já estava vencendo e ele antecipou US$ 3,5 bilhões desses US$ 15 bilhões.” 
 
O economista lembra que, na época, houve inclusive uma controvérsia em relação a essa antecipação por causa do custo dessa dívida com o FMI, que tinha juro anual de de 4% e, para antecipar o pagamento desse débito, o governo acabou emitindo títulos da dívida interna, em real, pelos quais pagava juros em torno de 15%. Na época, também se emitiram títulos no exterior, cerca de R$ 8 bilhoes com taxas de juros de 8%. “Na verdade, naquele momento, o governo trocou parte de uma dívida mais barata por uma dívida mais cara e aumentou a dívida interna para pagar a externa.” 
 
O pagamento da dívida com o FMI teve mais significado simbólico que econômico, uma vez que o organismo internacional representou durante décadas o controle sobre a economia brasileira. “E teve um dividendo eleitoral importante para o presidente Lula porque a dívida foi paga na véspera das eleições para o segundo mandato dele”, observa Sérgio Duarte.
 
O País se endivida externamente quando governo toma dinheiro no exterior em dólar ou outra moeda estrangeira ou se torna fiador de empresas brasileiras em empréstimos feitos no exterior. A dívida interna é resultado da emissão de títulos públicos no mercado interno para captação de dinheiro. A taxa de juro pago nestas transações geralmente é vinculada à Selic. A dívida que cresceu muito logo após o Plano Real foi a interna, afirma Sérgio Duarte, devido à emissão de títulos a um juro elevado. Essa dívida havia caído para 15% do PIB em 1994, mas em 2002, chagava a quase 50% do PIB e agora, no governo Lula, com o superávit que vem sendo feito ano a ano, o governo conseguiu reduzir o conjunto da dívida interna e externa para 40% do PIB.” A meta em 2014 é chegar a 29%.
 
Mas o País tem reservas em dólares e outras moedas estrangeiras para pagar a dívida bruta. As reservas cambiais no Brasil chegam a US$ 240 bilhões. A diferença entre a dívida bruta e as reservas resulta na dívida líquida, que, no momento, é negativa

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