sexta-feira, 21 de março de 2014

Evangelho Sexta-feira, dia 21 de Março de 2014



Sexta-feira, dia 21 de Março de 2014

Sexta-feira da 2ª semana da Quaresma

S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487, Trânsito de S. Bento

Comentário do dia
São Boaventura : «E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.»

Gén. 37,3-4.12-13a.17b-28.

Jacob preferia José aos seus outros filhos, porque era o filho da sua velhice, e mandara-lhe fazer uma túnica comprida.
Os irmãos, vendo que o pai o amava mais do que a todos eles, ganharam-lhe ódio e não podiam falar-lhe amigavelmente.
Um dia, os irmãos de José conduziram os rebanhos de seu pai para Siquém.
E Israel disse a José: «Os teus irmãos apascentam os rebanhos em Siquém. Prepara-te, pois quero enviar-te para junto deles.» José respondeu: «Estou pronto.»
O homem disse-lhe: «Partiram daqui, pois ouvi-lhes dizer: ‘Vamos para Dotain.’» José seguiu os passos dos irmãos e encontrou-os em Dotain.
Eles viram-no de longe e, antes que se aproximasse, fizeram planos para o matar.
Disseram uns aos outros: «Eis que se aproxima o homem dos sonhos.
Vamos, matemo-lo, atiremo-lo a qualquer cisterna e depois diremos que um animal feroz o devorou. Veremos, então, como se realizarão os seus sonhos.»
Rúben ouviu-os e quis salvá-lo das suas mãos. Então disse: «Não atentemos contra a sua vida.»
Rúben disse ainda: «Não derrameis sangue! Atirai-o à cisterna que está no deserto, mas não levanteis a mão contra ele.» O seu intento era livrá-lo das suas mãos para o fazer regressar ao seu pai.
Quando José chegou junto dos irmãos, estes despojaram-no da túnica comprida que usava
e, agarrando-o, lançaram-no à cisterna. Esta estava vazia e sem água.
Depois, sentaram-se para comer. Erguendo, porém, os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Guilead. Os camelos estavam carregados de aroma, de bálsamo e láudano, que levavam para o Egipto.
Judá disse aos irmãos: «Que vantagem tiramos da morte de nosso irmão, ocultando o seu sangue?
Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas e que a nossa mão não caia sobre ele, porque é nosso irmão e da nossa família.» E os irmãos consentiram.
Passaram por ali alguns negociantes madianitas, que conseguiram tirar José da cisterna; e eles venderam-no aos ismaelitas por vinte moedas de prata. Estes levaram José para o Egipto. 

Mateus 21,33-43.45-46.

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: «Escutai outra parábola: Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns vinhateiros e ausentou-se para longe.
Quando chegou a época das vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem os frutos que lhe pertenciam.
Os vinhateiros, porém, apoderaram-se dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o terceiro.
Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que os primeiros, e trataram-nos da mesma forma.
Finalmente, enviou-lhes o seu próprio filho, dizendo: 'Hão-de respeitar o meu filho.’
Mas os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’
E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Ora bem, quando vier o dono da vinha, que fará àqueles vinhateiros?»
Eles responderam-lhe: «Dará morte afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que lhe entregarão os frutos na altura devida.»
Jesus disse-lhes: «Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra angular? Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a um povo que produzirá os seus frutos.
Os sumos sacerdotes e os fariseus, ao ouvirem as suas parábolas, compreenderam que eram eles os visados.
Embora procurassem meio de o prender, temeram o povo, que o considerava profeta. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Boaventura (1221-1274), franciscano, doutor da Igreja
A videira mística, cap. 3º, §§ 5-10

«E, agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.»

«Eu sou a videira verdadeira», diz Jesus (Jo 15,1). […] Cavamos trincheiras ao redor desta vinha, quer dizer, cavamos armadilhas secretas. Ao conspirar para fazer alguém cair numa armadilha, é como se abríssemos um buraco na sua frente. É por isso que ele se lamenta, dizendo: «Cavaram uma cova diante de mim» (Sl 56,7). […] Eis um exemplo dessas armadilhas: «Trouxeram uma mulher apanhada em adultério» ao Senhor Jesus, «dizendo: “Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. E tu, o que dizes?”» (Jo 8,3ss). […] E outro: «É lícito ou não pagar tributo a César?» (Mt 22,17) […]


Mas descobriram que estas ciladas não eram prejudiciais à videira; pelo contrário, cavando tais covas, foram eles próprios que caíram dentro delas (Sl 56,7). […] Então, avançaram: não só lhe prenderam as mãos e pés (Sl 21,17), como lhe perfuraram o lado com uma lança (Jo 19,34), pondo a descoberto o interior desse coração santíssimo, que já tinha sido ferido pela lança do amor. No seu cântico de amor, o Esposo diz: «Feriste-me o coração, irmã, minha esposa» (Cant 4,9 Vulg). Senhor Jesus, o teu coração foi ferido de amor pela tua esposa, tua amiga, tua irmã. Porque era necessário seres ainda ferido pelos teus inimigos? O que fazeis, inimigos? […] Não sabeis que esse coração do Senhor Jesus, já atingido, já está morto, já está aberto, e não pode ser afectado por mais sofrimentos? O coração do Esposo, do Senhor Jesus, já recebeu a ferida do amor, a morte do amor. Que outra morte poderia ocorrer? […] Os mártires também se riem quando são ameaçados, alegram-se quando são atingidos, triunfam quando são mortos. Porquê? Porque já estão mortos de amor em seu coração, «mortos para o pecado» (Rom 6, 2) e para o mundo. […]


O coração de Jesus foi portanto ferido e morto por nós […]; a morte física triunfou por momentos, mas para ser vencida para sempre. Foi destruída quando Cristo ressuscitou dos mortos, porque «a morte já não tem domínio sobre Ele» (Rom 6,9).

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