segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Evangelho Mateus 19,16-22


Segunda-feira, dia 18 de Agosto de 2014

Segunda-feira da 20ª semana do Tempo Comum

Santa Helena, mãe do imperador Constantino, +328, Santo Alberto Hurtado Cruchaga, presbítero, +1952

Comentário do dia
São Clemente de Alexandria : «Se queres»

Ezeq. 24,15-24.
Foi-me dirigida a palavra do Senhor, nestes termos:
"Filho de homem, vou tirar-te de repente aquela que é a alegria dos teus olhos; mas tu não deverás lamentar-te, nem chorar, nem derramar lágrimas.
Suspira em silêncio, não guardes o luto habitual pelos defuntos; conserva o turbante na cabeça, calça as sandálias, não cubras o rosto e não comas pão ordinário."
Falei ao povo na parte da manhã. À tarde, minha mulher morria; e eu, na manhã do dia seguinte, fiz como me tinha sido ordenado.
E o povo disse-me: "Não queres dizer-nos o que significa para nós aquilo que fizeste?"
E eu respondi-lhes: "A palavra do SENHOR foi-me dirigida nestes termos:
Diz à casa de Israel: 'Assim fala o Senhor DEUS: Eis que vou profanar o meu santuário, o orgulho da vossa força, as delícias dos vossos olhos e a paixão das vossas vidas. Os vossos filhos e filhas que deixastes cairão ao fio da espada.
Então, fareis o que Eu fiz. Não cobrireis o vosso rosto e não comereis pão ordinário.
Com o turbante na cabeça e as sandálias calçadas, não vos lamentareis e não chorareis; mas consumir-vos-eis nas vossas iniquidades e gemereis uns para os outros.
Ezequiel será para vós um sinal: fareis como ele fez, quando isto acontecer. Então, reconhecereis que Eu sou o Senhor DEUS.

Mateus 19,16-22.
Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem que Lhe perguntou: «Mestre, que hei-de fazer de bom, para alcançar a vida eterna?»
Jesus respondeu-lhe: «Porque me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas, se queres entrar na vida eterna, cumpre os mandamentos.»
«Quais?» perguntou ele. Retorquiu Jesus: Não matarás, não cometerás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho,
honra teu pai e tua mãe; e ainda: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Disse-lhe o jovem: «Tenho cumprido tudo isto; que me falta ainda?»
Jesus respondeu: «Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-me.»
Ao ouvir isto, o jovem retirou-se contristado, porque possuía muitos bens.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Clemente de Alexandria (150-c. 215), teólogo
Homilia «Os ricos podem salvar-se?», 8-9; PG 9, 603

«Se queres»

Este jovem sente mesmo que, embora nada falte à sua virtude, ainda lhe falta qualquer coisa na vida. Por isso a vem pedir à única pessoa que lha pode dar. Tem a certeza de estar em regra quanto à Lei; contudo, implora ao Filho de Deus, passando duma fé para a outra fé. As amarras da Lei não o defendiam dos solavancos; inquieto, deixa essas águas perigosas e vem lançar âncora no porto do Salvador.


Jesus não lhe censura ter faltado a qualquer artigo da Lei, mas começa a amá-lo (cf Mc 10,21), emocionado com a sua aplicação de bom aluno. Contudo, declara-o ainda imperfeito […]: é um bom trabalhador da Lei, mas preguiçoso em relação à vida eterna. Já é bastante bom, sem dúvida; «a santa Lei» é como um pedagogo (cf Rom 7,12; Gal 3,24) que ensina pelo temor e encaminha para os mandamentos sublimes de Jesus e para a sua graça. «É que o fim da Lei é Cristo para que, deste modo, a justiça seja concedida a todo o que tem fé» (Rom 10,4). Ele não é um escravo que fabrique escravos; Ele dá a qualidade de filhos, de irmãos, de co-herdeiros a todos os que fazem a vontade do Pai (cf Rom 8,17; Mt 12,50). […]


Estas palavras, «se queres», mostram admiravelmente a liberdade do jovem; resta-lhe apenas escolher, ele é dono da sua decisão. Mas é Deus que dá, pois Ele é o Senhor. Ele dá a todos os que desejam e empregam todo o seu ardor e rezam, para que a salvação seja a sua escolha pessoal. Inimigo da violência, Deus não obriga ninguém, mas dá a graça aos que a procuram, abre aos que batem (cf Mt 7,7).


Domingo, dia 17 de Agosto de 2014

20º Domingo do Tempo Comum - Ano A
XX Domingo Comum (semana IV do saltério)Assunção de Nossa Senhora (no Brasil)

Santa Beatriz da Silva, religiosa, +1490, S. Jacinto, presbítero, apóstolo da Polónia, +1257

Comentário do dia
Guilherme de Saint-Thierry : «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim»

Is. 56,1.6-7.

Eis o que diz o Senhor: «Respeitai o direito, praticai a justiça, porque a minha salvação está mesmo a chegar, e a minha vitória prestes a aparecer.
Quanto aos estrangeiros que se converterem ao SENHOR, para o servirem e amarem e serem seus servos, se guardarem o sábado sem o profanar, e forem fiéis à minha aliança,
hei-de conduzi-los ao meu santo monte, hei-de cumulá-los de alegria na minha casa de oração; os seus holocaustos e sacrifícios ser-me-ão agradáveis sobre o meu altar, porque a minha casa é casa de oração, e assim será para todos os povos

Romanos 11,13-15.29-32.

Irmãos:É a vós, os gentios, que eu digo isto: exactamente como Apóstolo dos gentios que sou, enalteço este meu ministério,
para ver se provoco o ciúme dos que são da minha carne e salvo alguns deles.
Porque, se a sua rejeição serviu para a reconciliação do mundo, que irá ser a sua admissão senão uma passagem da morte à vida?
É que os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis.
Outrora vós desobedecestes a Deus, mas agora alcançastes misericórdia, devido à desobediência deles;
do mesmo modo, também eles desobedeceram agora, em favor da misericórdia que alcançastes, para que também eles venham agora a alcançar misericórdia.
Porque Deus encerrou a todos na desobediência, para com todos usar de misericórdia. Glória a Deus para sempre!

Mateus 15,21-28.

Naquele tempo, Jesus partiu dali e retirou-Se para os lados de Tiro e de Sídon.
Então, uma cananeia, que viera daquela região, começou a gritar: «Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim! Minha filha está cruelmente atormentada por um demónio.»
Mas Ele não lhe respondeu nem uma palavra. Os discípulos aproximaram-se e pediram-lhe com insistência: «Despacha-a, porque ela persegue-nos com os seus gritos.»
Jesus replicou: «Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.»
Mas a mulher veio prostrar-se diante dele, dizendo: «Socorre-me, Senhor.»
Ele respondeu-lhe: «Não é justo que se tome o pão dos filhos para o lançar aos cachorros.»
Retorquiu ela: «É verdade, Senhor, mas até os cachorros comem as migalhas que caem da mesa de seus donos.»
Então, Jesus respondeu-lhe: «Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se como desejas.» E, a partir desse instante, a filha dela achou-se curada.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
Orações meditativas, nº 2

«Senhor, Filho de David, tem misericórdia de mim»

Às vezes, Senhor, sinto-Te passar; Tu não páras, ultrapassas-me, mas eu grito por Ti como a mulher cananeia. Ousarei aproximar-me de Ti? Claro que sim, porque os cachorros expulsos da casa do dono regressam sempre e, guardando a casa, recebem o seu pão de cada dia. Expulso, aqui estou de novo; afastado, clamo; maltratado, imploro. Como os cachorros não podem viver longe dos homens, assim também a minha alma não pode viver longe do meu Deus!


Abre-me, Senhor. Que eu chegue a Ti para ser inundado pela tua luz. Tu habitas nos céus, estás escondido nas trevas, na nuvem obscura. Como diz o profeta: «Envolveste-Te numa nuvem para que as nossas orações não Te alcancem» (Lam 3,44). Estanco na terra, o coração como num atoleiro. […] As tuas estrelas já não brilham para mim, o sol obscureceu-se, a lua já não dá a sua luz. Pretendo cantar os teus feitos nos salmos, nos hinos e nos cânticos espirituais; no Evangelho, as tuas palavras e as tuas acções resplandecem de luz; os exemplos dos teus servos […], as ameaças e as promessas das tuas Escrituras de verdade impõem-se a meus olhos e batem na surdez dos meus ouvidos. Mas a minha mente endureceu; aprendi a dormir virado para o esplendor do sol; acostumei-me a já não ver o que assim se me oferece. […]


Até quando, Senhor, até quando tardarás a rasgar os teus céus, a descer para vires sacudir o meu torpor? (Sl 12,2; 63,19) Que eu deixe de ser o que sou […], que me converta e que volte, pelo menos à noite, como um cachorrinho faminto. Percorro a tua cidade, que peregrina ainda em parte neste mundo, embora a maioria dos seus habitantes tenha encontrado a sua alegria nos céus. Também eu encontrarei aí a minha casa?




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