domingo, 24 de fevereiro de 2013

Evangelho quotidiano


Domingo, dia 24 de Fevereiro de 2013
2º Domingo da Quaresma - Ano C

S. Sérgio, mártir, +304,  S. Lázaro, monge, séc. IX



Comentário ao Evangelho do dia feito por 
São Cirilo de Alexandria : «Moisés e Elias [...] falavam da Sua morte, que ia acontecer em Jerusalém»

Leituras

Gén. 15,5-12.17-18.


Naqueles dias, Deus levou Abraão para fora de casa e disse-lhe: «Levanta os olhos para o céu e conta as estrelas, se fores capaz de as contar.» E acrescentou: «Pois bem, será assim a tua descendência.» 
Abrão confiou no Senhor, e Ele considerou-lhe isso como mérito. 
O Senhor disse-lhe depois: «Eu sou o Senhor que te mandou sair de Ur, na Caldeia, para te dar esta terra.» 
Perguntou-lhe Abrão: «Senhor Deus, como saberei que tomarei posse dela?» 
Disse-lhe o Senhor: «Toma uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombo ainda novo.» 
Abrão foi procurar todos estes animais, cortou-os ao meio e dispôs cada metade em frente uma da outra; não cortou, porém, as aves. 
As aves de rapina desciam sobre as carnes mortas, mas Abrão afugentava-as. 
Ao pôr-do-sol, apoderou-se dele um sono profundo; ao mesmo tempo, sentiu-se apavorado e foi envolvido por densa treva. 
Quando o Sol desapareceu, e sendo completa a escuridão, surgiu um braseiro fumegante e uma chama ardente, que passou entre as metades dos animais. 
Naquele dia, o Senhor concluiu uma aliança com Abrão, dizendo-lhe: «Dou esta terra à tua descendência, desde o rio do Egipto até ao grande rio, o Eufrates, 


Filip. 3,17-21.4,1.


Irmãos: Sede todos meus imitadores, irmãos, e olhai atentamente para aqueles que procedem conforme o modelo que tendes em nós. 
É que muitos –de quem várias vezes vos falei e agora até falo a chorar – são, no seu procedimento, inimigos da cruz de Cristo: 
o seu fim é a perdição, o seu Deus é o ventre, e gloriam-se da sua vergonha – esses que estão presos às coisas da terra. 
É que, para nós, a cidade a que pertencemos está nos céus, de onde certamente esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. 
Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao seu corpo glorioso, com aquela energia que o torna capaz de a si mesmo sujeitar todas as coisas. 
Portanto, meus caríssimos e saudosos irmãos, minha coroa e alegria, permanecei assim firmes no Senhor, caríssimos. 


Lucas 9,28b-36.


Naquele tempo, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago, Jesus subiu ao monte para orar. 
Enquanto orava, o aspecto do seu rosto modificou-se, e as suas vestes tornaram-se de uma brancura fulgurante. 
E dois homens conversavam com Ele: Moisés e Elias, 
os quais, aparecendo rodeados de glória, falavam da sua morte, que ia acontecer em Jerusalém. 
Pedro e os companheiros estavam a cair de sono; mas, despertando, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com Ele.
Quando eles iam separar-se de Jesus, Pedro disse-lhe: «Mestre, é bom estarmos aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias.» Não sabia o que estava a dizer. 
Enquanto dizia isto, surgiu uma nuvem que os cobriu e, quando entraram na nuvem, ficaram atemorizados. 
E da nuvem veio uma voz que disse: «Este é o meu Filho predilecto. Escutai-o.» 
Quando a voz se fez ouvir, Jesus ficou só. Os discípulos guardaram silêncio e, naqueles dias, nada contaram a ninguém do que tinham visto. 


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - 
www.capuchinhos.org



Comentário ao Evangelho do dia feito por 

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja
Homilias sobre a Transfiguração, 9; PG 77, 1011

«Moisés e Elias [...] falavam da Sua morte, que ia acontecer em Jerusalém»

Jesus subiu à montanha com os três discípulos que escolheu. Depois foi
transfigurado por uma luz fulgurante e divina, a ponto de as Suas vestes
parecerem brilhar como a luz. Seguidamente, Moisés e Elias envolveram
Jesus, falaram entre eles da Sua partida, que haveria de acontecer em
Jerusalém, quer dizer, do mistério da Sua incarnação e da Sua Paixão
salvadora, que haeria de concretizar-se na cruz. Porque é verdade que a lei
de Moisés e a pregação dos profetas tinham mostrado antecipadamente o
mistério de Cristo. [...] Esta presença de Moisés e de Elias, e a conversa
entre eles, tinha como objectivo mostrar que a Lei e os profetas formavam
como que o cortejo de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Senhor que tinham
profetizado. [...] Depois de terem aparecido não se calavam, falando da
glória de que o Senhor ia ser cumulado em Jerusalém pela Sua Paixão e pela
Sua cruz e, sobretudo, pela Sua ressurreição.


Talvez o bem-aventurado São Pedro, acreditando que tinha chegado o Reino de
Deus, tenha desejado permanecer na montanha, porque disse que deviam fazer
«três tendas». [...]. «Não sabia o que estava a dizer». Porque ainda não
tinha chegado o fim do mundo e não será no tempo presente que os santos
usufruirão da esperança que lhes foi prometida. É que São Paulo afirma:
«Ele transfigurará o nosso pobre corpo, conformando-o ao Seu corpo
glorioso» (Fil 3, 21).


Uma vez que o projecto da Salvação ainda não estava completo, estando
apenas no seu começo, não era possível que Cristo, que tinha vindo ao mundo
por amor, renunciasse a querer sofrer por ele. Porque Ele manteve a
natureza humana para sofrer a morte na Sua carne, e para a destruir pela
Sua ressurreição de entre os mortos.

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