terça-feira, 26 de março de 2013

Brasileira chega a Camarões após fugir de cidade africana, diz irmã



A mineira estava na República Centro-Africana, que foi tomada por rebeldes.
O Itamaraty disse que não pode confirmar ainda a localização da brasileira.

Do G1 MG

Carla Loque está na República Centro-Africana. (Foto: Reprodução/TV Globo)Carla Loque, na República Centro-Africana
(Foto: Arquivo pessoal)
A brasileira Carla Pessanha Loque, que estava na capital da República Centro-Africana, Bangui, chegou a Camarões, outro país africano, na tarde desta segunda-feira (25), disse Paula Loque, irmã de Carla.  Paula, que mora em Belo Horizonte, disse que a irmã entrou em contato por telefone e contou que ela, o marido e o filho de quatro anos estão bem. O Itamaraty disse que recebeu informações de que Carla estaria em Camarões, mas ainda não é possível confirmar a localização da família.
A cidade Centro-Africana foi tomada por rebeldes Seleka em uma ofensiva relâmpago no domingo (24). A União Africana (UA) condenou a tomada do poder pela força dos guerrilheiros e suspendeu nesta segunda-feira (25) a participação da República Centro-Africana na organização. A UA também impôs sanções a sete autoridades da coalizão rebelde Seleka, incluindo Michel Djotodia, líder dos insurgentes centro-africanos, depois da tomada de Bangui.
Paula disse que a irmã fez contato por telefone, quando chegou a Camarões. "Ela disse que 'acabou. Agora o país vai se acabar. A coisa vai ficar muito pior'", Paula repetiu as palavras da irmã.
Durante a manhã, Paula havia dito que Carla contou que a Organização das Nações Unidas (ONU) estava pagando os rebeldes para manter a integridade física de algumas pessoas. Ainda segundo ela, a irmã estava em um grupo de cerca de 170 pessoas de várias partes do mundo. O marido dela, Jose Angel Gomez, é funcionário da ONU e trabalhava em missão de paz na República Centro-Africana. Carla Pessanha Loque é voluntaria da ONU e também estava a trabalho na cidade.
“ Ela disse que tem outros brasileiros lá, mas não sabe quantos. Ela perdeu o contato com a consulesa do Brasil que vive lá. Os rebeldes são saqueadores e estão agredindo. O lugar está um caos”, explicou Paula.
Paula afirmou ainda que, nesta segunda-feira (25), Carla fez um contato por e-mail avisando que os franceses tinham chegado. "A situação está fora de controle e as atrocidades cometidas pelo Seleka são incontáveis. As pessoas que já viveram duas guerras aqui dizem que agora é algo totalmente cruel e inédito. Estamos recebendo notícias de muitos amigos que foram roubados, colocados em cárcere privado, agredidos, tiros nas casas, etc. Estamos sem notícias de muitos amigos. Estou sem notícia da consulesa do Brasil e preocupada com ela e sua familia. Não tenho notcias dos demais brasileiros", relatou Carla por e-mail à irmã.


Um líder rebelde da República Centro-Africana se comprometeu a nomear um governo de partilha de poder após conquistar o controle da capital Bangui e declarar-se presidente, no domingo (24), disse um porta-voz, numa tentativa de acalmar a pressão internacional contra o golpe.
A tomada do poder pela coalizão rebelde Seleka --o mais recente de uma série de golpes e rebeliões desde que a nação rica em minerais obteve a independência da França, em 1960-- foi rapidamente condenada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a União Africana.
No domingo, pelo menos 13 militares sul-africanos morreram e 27 ficaram feridos em combates, informou o presidente da África do Sul, Jacob Zuma. "Nossos soldados pagaram o preço máximo pelo serviço de seu país, África. Prestamos homenagens", declarou Zuma.

 

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