segunda-feira, 25 de março de 2013

DILMA ENGANOU OS MARANHENSES COM A REFINARIA DE BACABEIRA QUE AGORA FOI EMBORA.





Cidade

Desiludidos com a refinaria, empresários batem em retirada

Alguns já haviam tomado a decisão de ir embora

Em 25/03/2013 , às 07h33 -
Com a declaração do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), na quinta-feira (21), em São Luís, de que a previsão para o início da operação da refinaria Premium I, em Bacabeira, ficou para outubro de 2017 – daqui a quatro anos e sete meses –, os poucos empresários instalados recentemente na região que ainda acreditavam no "Eldorado" representado pelo megaempreendimento estão batendo em retirada.

Alguns deles já haviam tomado a decisão de ir embora antes mesmo da fala de Lobão, mas agora – apesar de o ministro apelar, na quinta, para que os empresários continuassem "acreditando na refinaria" – a debandada é geral.

Um dos que partem desiludidos é Nilton Santos, de 51 anos, que veio do Rio de Janeiro e investiu em Bacabeira mais de R$ 300 mil numa loja de equipamentos de proteção individual (EPIs), num centro de treinamento e numa clínica de medicina do trabalho.

Nilton – que ajudou a criar a Associação Comercial de Bacabeira, da qual se tornou diretor financeiro – vai retornar ao Rio. "Pode ser até que a refinaria saia, mas eu não vou poder esperar. Mudei para Bacabeira na época da euforia pelo projeto, em 2010. Em 2011, instalei as empresas, acreditando no prazo inicial que deram, 2014. Depois vieram as postergações, 2016 e agora 2017. Não vou aguentar esperar esse anos todos", disse Nilton ao Jornal Pequeno.

O empresário afirmou, ainda, que no período de tempo que está em Bacabeira, acumulou dívidas – aluguel das salas onde funcionariam as empresas, principalmente –, e agora está vendendo o que pode para quitá-las. "Não estou frustrado, mas chateado. Não contava com esses adiamentos", afirmou o empresário.

Como Nilton, outras dezenas de empresários estão tentando passar para frente o que implantaram e dando "meia volta, volver".

Na mesma área de comercialização de equipamentos de proteção individuais, outra empresa – a Bacabeira EPI, de São Luís, que também se instalou na cidade em 2011 – igualmente está de saída.

Outro que não aguentou as mudanças de prazos para o início do funcionamento da refinaria foi Evilásio Nascimento Castro, 46, também de São Luís. Ele gastou mais de R$ 150 mil para implantar a Autoescola Unidas em Bacabeira – a primeira da cidade –, em 2011. Em janeiro passado, no auge dos comentários sobre a indefinição da Premium I, ele transferiu o empreendimento para a capital.

Diferentemente de Nílton Santos, Evilásio tem certeza de que a refinaria é "coisa do passado".

"Não vai sair. Foi uma obra política. Agora, estão tentando empurrar com a barriga", disse Evilásio ao JP.

Também se prepara para fazer as malas gente que investiu em moradias (quitinetes) e hotéis, comprando terrenos que em certos casos quintuplicaram o valor após janeiro de 2010 – quando o ministro Lobão, a governadora do Maranhão Roseana Sarney, o então presidente Lula e sua ungida Dilma Rousseff posaram para a famosa foto, em cima de um trator, em Bacabeira.

Hoje os locais estão entregues às moscas, conforme constatou o JP, e os donos – pequenos e médios empresários que evitam falar sobre a situação – têm dificuldade de custear até a manutenção dos empreendimentos.

"Muita gente "quebrou a cara"", confirmou Romilla Feitosa Wanderley, 40, vice-presidente da Associação Comercial, que tem uma loja de materiais de construção (Construfort) em Bacabeira. Natural do município e com um leque de clientes que não se limita à refinaria, Romilla disse que, ao contrário dos empresários e comerciantes que vêm de fora, não chegou a ser tão afetada pelas indefinições da Premium I.

"Calotes da Marza" – Enquanto pequenos e médios empresários desesperançados deixam Bacabeira para trás, uma grande empresa, a paranaense Marza Engenharia Elétrica Ltda, que trabalhou para o consórcio responsável pela terraplanagem da área da refinaria (GSF - Queiroz Galvão, Serveng e Fidens), foi embora para Curitiba – sede da empresa – deixando um extenso rastro de "calotes" no comércio.

Joel Maquino Silva, 40, proprietário do Restaurante Serv-Bem, foi uma das "vítimas" da Marza. A dívida da empresa com Joel soma R$ 40 mil.

"Almoçavam no meu restaurante entre 30 a 40 funcionários da Marza por dia. No início, a empresa pagou direito, mas nos últimos quatro meses que ficou aqui, de outubro de 2012 a janeiro deste ano, não vi a cor do dinheiro. E o gerente administrativo da Marza, um tal de Edson, foge dos cobradores", contou Joel ao JP.

Segundo o comerciante, a Marza deixou uma dívida maior – R$ 50 mil – em outro restaurante de Bacabeira, o Boi na Brasa, localizado perto do canteiro de obras da refinaria.

Com Samuel Pereira do Bonfim, 38, dono de um lava a jato, a Marza fez – e não pagou – uma dívida de R$ 13,6 mil, referente a serviços prestados no lava a jato (R$ 1,6 mil) e aluguel de um galpão e de uma casa (R$ 12 mil).

Samuel disse ao JP que o máximo que conseguiu do gerente Edson foi que ele desocupasse a residência alugada, transformada em depósito de materiais. A desocupação foi prometida para amanhã (25), quando o gerente viaja de volta para a capital paranaense.

Os comerciantes lesados já apelaram à diretoria da Petrobras, mas a estatal os informou que não tem como obrigar a Marza, uma prestadora de serviços, a pagar os débitos.

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