terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Papa Francisco embarca para visita ao Chile e Peru

Papa embarca para viagem à América Latina



Papa embarca para viagem à América LatinaFoto: Filippo Monteforte/AFP

O Papa Francisco iniciou na manhã desta segunda-feira (15) sua 22ª viagem ao exterior, com destino ao Chile, onde fica de 15 a 18 de janeiro, e ao Peru, com estada de 18 a 21 de janeiro. O sumo pontífice partiu às 6h (horário de Brasília) do aeroporto de Fiumicino, em Roma. A viagem do Papa se anuncia como complexa, afirmou o número dois do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, que admitiu na semana passada que "não será uma viagem simples".
Durante sua permanência de três dias no Chile, se reunirá com autoridades, comunidades indígenas, religiosos e pessoas carentes, em Santiago, Temuco (600 km ao sul de Santiago) e Iquique (1.800 km ao norte), onde celebrará missas. O papa argentino, de 81 anos, volta a um Chile muito diferente do que conheceu em seus anos de seminarista, nos anos 1970.Latina

Francisco será recebido pela atual presidente, Michelle Bachelet, uma dirigente laica que promoveu o matrimônio homossexual e a descriminalização do aborto, medidas combatidas veementemente pela Igreja Católica. Sua visita ao Chile também poderá ser marcada por manifestações de associações internacionais de vítimas de abusos sexuais por parte de padres da Igreja.

No Peru, o Santo Padre encontrará um país em plena crise política, depois do polêmico indulto concedido pelo presidente Pedro Pablo Kuczynski ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado por crimes contra a humanidade, o que desatou uma onda de protestos.

Francisco na América Latina
Esta é a sexta viagem do papa à América Latina, depois do Brasil (2013), Equador, Bolívia e Paraguai (2015), Cuba (2015), México (2016) e Colômbia (2017). Além de encontros com povos indígenas em ambos os países, Francisco tratará ainda de outro tema de preocupação para essas populações: "a corrupção que impede o desenvolvimento e que também impede vencer a pobreza e a miséria", relatou Parolin.

Minorias
O Papa Francisco confirmará uma vez mais seu compromisso para com as camadas mais esquecidas de sua região, tal como fez no México, Equador, Bolívia, Paraguai e Colômbia. Em Temuco, 600 km ao sul de Santiago, o papa se dirigirá à população mapuche (7% da população chilena) que ocupava um vasto território antes da chegada dos conquistadores espanhóis ao Chile em 1541. 

Na capital de La Araucanía, Francisco denunciará os abusos sofridos pela comunidade mapuche, que luta há décadas por seus direitos e que conta com uma minoria radicalizada que protagonizou violentos protestos e atacou até igrejas e seminários católicos. Em Puerto Maldonado, em plena região amazônica, onde reina a pobreza e a exploração, Francisco será recebido por 3.500 representantes dos povos nativos, alguns procedentes da Bolívia e do Brasil.

Sínodo
Depois de Temuco, onde almoçará com oito membros da comunidade mapuche e de uma missa com músicas indígenas, o Papa abrirá simbolicamente o sínodo especial de bispos dedicado à defesa da Amazônia e suas populações. O sínodo será inaugurado em outubro de 2019, em Roma. Na chilena Iquique, antes de partir para o Peru, Francisco se reunirá com duas vítimas da ditadura de militar de Augusto Pinochet na década de 1970, um gesto simbólico para recordar os anos mais negros da história desse país.

Possibilidades
O Vaticano também não descartou que o Papa se reúna no Peru com familiares de vítimas de violações dos direitos humanos indignadas com o indulto dado a Fujimori. Também não se exclui que, ao sobrevoar a Argentina, seu país natal, que em quase cinco anos de pontificado evitou visitar, anuncie a data de sua esperada viagem.

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